11- Obsessed With Me.

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Luke On...

Deitado em minha barraca, pronto para dormir, claro que meus pensamentos estavam em Taylor. Eu não podia deixar de pensar em todas as atrocidades que faziam com ela naquele orfanato, e muito menos como aquele lugar ainda funcionava. Ela sofreu tanto, que acho que tudo que eu sentia era que precisava cuidar dela, provavelmente tudo que ela faz hoje é reflexo do que sofreu na infância. Afinal, quando era pequena tudo que aprendeu foi torturar e sofrer, como saberia amar agora? Acho que isso me fez ver Taylor de outro jeito.

Descobri que eu adorava beija-la, e que o cheiro dela me deixava inebriado. Era como se ela estivesse realmente mexendo com minha mente, como se eu não conseguisse simplesmente não estar perto dela. Sentia como se minha mente fosse explodir, como se estivesse obcecado por ela.

Por sorte, Taylor não insistiu em perguntar sobre minha infância, o clima iria ficar pesado demais se ela soubesse como sofri no O Quarto também, havia uma mera semelhança com o porão que ela disse que ficava trancada. Era incrível como nada é o que aparenta ser, nunca eu poderia imaginar que Taylor passou por coisas daquele tipo, e aposto que ela nunca imaginaria o que já aconteceu comigo.

Taylor On...

Logo depois que chego em casa naquela noite, Kaya vem me enchendo de perguntas, para saber como foi lá. Porra, todo dia isso agora?

- Calma mulher – resmungo. Ela parecia animada e meio impaciente. - Você tomou algo?

- Tomei umas doses com a Kim até acabar o horário dela de guarda, por quê? - Ela franze as sobrancelhas, sentando em cima das pernas no sofá.

- Você está parecendo que tá ligada na tomada, puta merda – falo, brava. - E não devia ficar falando com a Kim, não gosto de você perto dela.

Kim era gente boa, mas se ela continuasse perto de Kaya e as duas ficassem juntas, provavelmente minha amiga sairia machucada, e isso eu não poderia permitir.

- Tá, tá, agora conta como foi – ela insiste.

Conto tudo a Kaya, e ela solta alguns ruídos de felicidade. Ela fica surpresa ao saber que falei sobre minha infância, na verdade, eu também fiquei. Não costumo falar sobre isso, ainda mais com quem eu mal conheço, como Luke, mas também sabia que precisava dizer algo.

Era estranho falar sobre mim para alguém, geralmente não gostava que as pessoas me conhecessem. Mas algo acontecia quando eu estava com Luke, como se eu sentisse menos medo, parecia que sentia mais medo de machuca-lo do que me machucar, provavelmente por ele parecer ser tão mais frágil do que eu.

Estava no meu quarto, fumando um cigarro. Me sento na mesa de vidro, ligo o meu notebook, estava apenas de roupa íntima. Iria verificar se todas as minhas defesas da internet estão ligadas e se ainda estão em bom funcionamento. Precisava manter tudo muito bem protegido, para que a técnica de computação da UAC não conseguisse chegar nem perto de invadir meu sistema. Tenho um protetor para tudo, para meu celular, para o celular de Kaya, para a localização da nossa casa, para meu notebook e o dela, absolutamente tudo, tudo tem uma rede de proteção.

Me pego lembrando de quando as freiras me batiam pelas notas baixas, mas mesmo assim, eu ainda tinha o QI mais alto de todo o orfanato. Elas que eram umas burras do caralho. Solto a fumaça do cigarro, olhando para a cidade, pela janela, eu estava tão cansada, não só dessa merda de rotina, mas de viver essa vida de merda, tendo que trabalhar para a Máfia, com Dylan no meu pé o tempo todo. Torturar pessoas, matar, atirar, facas, é como se isso estivesse tão impregnado na minha vida, que eu nem soubesse como é viver sem isso, até que Luke apareceu. Depois de falar aquelas coisas para ele e não ser julgada, me fez pensar que talvez, só talvez, eu possa quem sabe, descansar.

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