18- Always.

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Luke On...

Quando acordo, não sei onde estou, e nem consigo me lembrar do que aconteceu. Olho ao meu redor, e vejo que aparentemente, estava em um hospital. Tento me mexer, mas meu corpo todo doía, e volto a ficar imóvel. Havia um enorme curativo na lateral da minha barriga, na cintura, alguns tubos ligados a mim, incluindo um para me ajudar a respirar, e eu sentia dor no meu corpo todo.

Então, fecho os olhos com força. As lembranças do sequestro vêm à tona, e me lembro de todas as torturas, surras, afogamento, aranhas, e o tiro no momento em que vi Taylor. Me lembro que a dor era angustiante, mas acredito que teria sido muito pior se ela não estivesse lá, ouvir a voz dela e poder expressar um pouco do que sinto por ela com palavras, foi o suficiente para me manter vivo.

Olho ao redor da sala novamente, esperando que talvez pudesse encontrá-la, mas ela não estava ali, onde ela estaria? Me pergunto se eu estava em um hospital normal, ou se estava na Máfia. Não importava muito, contando que estivesse perto dela.

- Olá, finalmente acordou – a porta se abre, revelando uma enfermeira.

- Oi – digo, dando uma tossida.

Minha garganta estava muito seca, e só percebi naquele momento. A enfermeira se aproxima, levando um copo de água até minha boca.

- Seus pais estão loucos para verem você, não saíram daqui desde chegou – a mulher diz.

Ela era loira, tinha cabelos curtos, era baixinha e devia ter seus 50 anos. Ela verificava alguns dos tubos ligados a mim.

- O que fizeram comigo? - Pergunto, olhando o curativo enorme.

- Você levou um tiro, querido – ela olha em meus olhos, ela tinha lindos olhos castanhos amigáveis. - Encontramos veneno de aranha Armadeira em seu sangue, vestígios de afogamento em seus pulmões, uma costela quebrada – sinto quando ela toca meu cabelo. - Você não estava nada bem, por sorte, te trouxeram a tempo, retiramos a bala, realizamos a cirurgia e demos um jeito nos seus pulmões.

- Quem me trouxe? - Estranho.

Como ela havia citado meus pais anteriormente, suspeitava que não estava na Máfia, e que provavelmente, infelizmente, Taylor não estava por perto.

- Fo um cara, disse que te encontrou na rua. Sinto muito, parece que a polícia ainda não conseguiu capturar as pessoas que te sequestraram, não há pistas – ela me lançou um olhar de quem sentia muito.

Franzo as sobrancelhas.

- Há quanto tempo estou aqui? - Consigo me sentar um pouco, quando ela arruma meu travesseiro.

- Três dias, querido, seus pulmões já estão bons – ela sorri para mim.

- O que aconteceu durante esses dias?

- Você pegou uma infecção quando tomou o tiro, acreditamos que foi porque o lugar que você foi baleado era muito sujo, e o ferimento pode ter entrado em contato com alguma bactéria, que se misturou com o veneno da aranha que ainda tinha em seu corpo. Por isso, foi ainda mais difícil de realizar os procedimentos. - A enfermeira tinha um olhar tão otimista. - Nesse período, houve alguns momentos em que você acordou, acredito que não deva se lembrar de nada já que foram muito repentinos, o veneno e a infecção quase se espalharam, mas como eu disse, você está bem e logo vai poder voltar para casa.

- Logo quando? - Pergunto, tentando não ser rude.

- Em uns dois dias, hum? - Ela sorri novamente. - Vou chamar seus pais, eles estão loucos para vê-lo.

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