Capitulo 2 - Desaparecida

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Levantei-me um pouco tonta, atordoada pelo suposto pesadelo que ainda ecoava em minha mente. Rapidamente, me vesti no uniforme e desci para tomar café, consciente de que já eram 6:45 e não queria me atrasar.

- Oi, mãe - cumprimentei.

- Bom dia, filha. Tenho uma notícia desagradável para te contar - ela respondeu, com um ar quase desesperada.

- O que houve? - ndaguei, a preocupação já se instalando.

- Cristina desapareceu ontem à noite. Os pais dela já informaram à equipe de busca, mas até agora não temos respostas. Se quiser faltar à escola hoje, fique à vontade.

Meu corpo se tornou inerte, incapaz de articular qualquer palavra, sentindo uma dor profunda no peito, uma lágrima solitária traçando o caminho em meu rosto. Era como se algo houvesse drenado toda a minha energia e felicidade.

Fui até a cozinha e peguei um copo de leite para tentar me acalmar antes de deitar no sofá. Decidi que seria melhor não ir à escola hoje. Meu coração estava destroçado pela incerteza do que havia acontecido com minha melhor amiga, uma sensação de impotência e desespero me envolvendo.

Ao deitar no sofá, as lembranças de momentos felizes com Cristina me inundaram. A risada dela, nossas vivências, tudo parecia tão distante e frágil agora. Foi quando adormeci que fui levada novamente para aquela escuridão e sofrimento. Era como se a própria escuridão se alimentasse da minha tristeza, amplificando-a, me envolvendo em um pesadelo que parecia não ter fim. E em meio a esse tormento, a imagem de Cristina desaparecida ecoava, uma ferida aberta em meu coração, um vazio que parecia irreparável. A angústia e o desespero eram mais reais do que nunca, e eu me sentia afundando cada vez mais nesse abismo de sofrimento.

Quando acordei, peguei o celular para verificar as horas: 10:30. Abaixo do horário, várias mensagens de Bryan, preocupado comigo e divulgando as notícias. Respondi a ele, explicando que não estava bem e que não fui à escola. Logo recebi uma resposta, oferecendo sair para tomar sorvete e distrair um pouco.

Peguei um cobertor para me aquecer do frio que o clima estava trazendo. Percebi que minha mãe não estava em casa, provavelmente no trabalho. Ela é dona de uma rede de farmácias, mas achei estranho sair sem me avisar.

O tempo passou, e ela não voltava. Resolvi almoçar e deixei um pedaço de lasanha para ela, caso retornasse. Como não obtive resposta ao ligar para ela e meu almoço já estava pronto, decidi comer e deixar um bilhete na geladeira avisando que saí com um colega de classe.

No momento certo, ouvi batidas na porta e olhei pelo olho mágico: era Bryan.

- Oi, Bryan. Não sabia que viria agora. Desculpe-me por estar assim...- falei, me sentindo envergonhada.

- Que isso, White, sem problemas! Eu deveria ter avisado também - ele respondeu, um pouco sem jeito.

- Olha, vou me trocar rapidinho. Se quiser, pode entrar e me esperar aqui na sala.

- Certo então, obrigado.

Rapidamente, subi para me trocar e me vesti com roupas quentes, já que o clima estava muito frio. Após uns 10 minutos, desci.

- Dado o frio, acho que seria melhor tomarmos algo quente, o que acha, Collins? - sugeri.

- Sem dúvidas - ele concordou.

Assim, saímos a pé até uma cafeteria que Bryan indicou. Escolhi um café expresso com creme e nos sentamos para conversar.

- Então, há quanto tempo você mora aqui? - perguntei, tentando romper o gelo.

- Bem, nasci e cresci aqui, e acho que não sairei desse lugar tão cedo," ele respondeu.

- Nossa, bacana. Me mudei recentemente, gostava muito da minha antiga cidade, mas dizem que as escolas aqui são melhores. Só não imaginava que isso aconteceria. E o pior é que tive um pesadelo estranho antes de tudo isso.

As asas do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora