Capítulo 22- De volta ao passado

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Respirei fundo antes de continuar, afinal isso irá mudar tudo.

- A Rebecca começou a ordem, ela foi a segunda a herdar o poder da natureza. Por isso que quando os elementos se separaram o fogo não foi encontrado, porque está nela.

- Parando para pensar, isso faz todo o sentido. - Disse Elisa mais para si mesma do que para nós.

- Só precisamos achar um jeito de tirar aquela praga dela, já que é ainda por isso que ela procura tanto se vingar das pessoas que a amam. Mas não sei... Ainda sinto que o rei não quis fazer aquilo por conta própria, precisamos voltar para o reino agora.

Todas seguiram o que eu disse, e fomos e direção ao caminho do castelo, mesmo que eu não fazia ideia para onde certamente era. Enquanto caminhamos, passou pela minha memória uma frase que a Samantha me disse, ''aquela que deu a falsa luz, é a chave'', mas até agora estou pensando, qual o motivo da irmã da Caterina querer acabar com todos nós? Sinto minha cabeça latejar, e vejo uma borboleta azul voando em minha direção.

- De novo não... - Falei, sem nem conseguir terminar a frase, e me vi viajando pelo tempo.

Estou no castelo, mas é estranho, tudo parece completamente... Normal. Vi uma mulher de cabelos longos e escuros, não muito nova, mas também não muito velha, andando pelos corredores do castelo, até que entra em uma porta, decidi segui-la. Cuidadosamente, entrei no cômodo que não era muito grande, fazendo o máximo para não chamar atenção. Logo percebo que era um quarto, deveria ser dela, e ao lado de sua cama havia vários desenhos bem realistas de uma pessoa que não me é estranha, espera, é o pai da Cristina?

A morena pega um dos desenhos, creio eu que foram feitos por ela, os segura delicadamente e começa a acariciar o rosto naquele papel antigo.

- Eu seria capaz de tudo para me casar com você, meu querido Rei.

Tento segurar meu queixo para não cair, quando percebo que a mulher que está obcecada pelo Rei é a mãe da Cristina, e isso significa que ela que é a irmã da Caterina, porém bem mais velha. Tudo está muito confuso para mim, como depois de tanto tempo eles ainda estavam juntos em Águas Claras, e ele é meu avô, porque nunca veio falar nada para mim? A não ser que ele não se lembrasse. ''A chave é aquela que deu a falsa luz'' essa frase vinha em minha mente a todo momento, mas ela é a irmã da Caterina, por que ela iria querer nosso mal...

- Aquela bruxa vai ver o péssimo destino que terá se entrar no meu caminho de novo.

Se essa é a irmã da Caterina, onde será que ela está? Pensei comigo mesma.

Decido a seguir por um corredor estranho, ainda insisto em ser cautelosa, mesmo imaginando que ela não deve me ver. Depois de andar por um caminho que parecia sem fim, chegamos a uma parede de blocos de pedra, estranho. Como vamos atravessar uma pedra?

- "Nunc aperire murum lapideum". - Disse a mulher com uma voz firme, mas pareceu não funcionar, da primeira vez. Ela tenta uma segunda, uma terceira e uma quarta tentativa. Apenas na quinta a parede se abre, então penso comigo: Se ela é uma bruxa, não deveria ser mais forte? Tento ligar os pontos.

Senti um pouco de medo ao adentrar aquele cômodo antigo, cheio de teias de aranha e uns insetos esquisitos rastejando pelo chão, mas não hesito. Não é um lugar muito grande, mas tem o tamanho necessário para guardar esse tanto de tralha que essa mulher tem. Além dos bichos pelo chão, também há alguns dentro de vidros, com algum líquido que desconheço, distribuídos por uma tábua de madeira, que sinceramente, não sei como ainda aguenta o peso já que ela tem uma cor verde bem duvidosa e não parece ser muito resistente.

- Isso é tudo sua culpa Caterina, roubou todo o poder apenas pra você, mas irei conseguir um mais forte, do que ninguém jamais viu.

Ela vai em direção à tábua fé madeira e abre um dos recipientes. Vejo ela retirar algo, o que me parece uma mecha de cabelo loura. Ela o pega cautelosamente e o joga dentro de um vidro em um formato estranho.

As asas do tempoWhere stories live. Discover now