Capitulo 8 - A ordem das 4

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- Prometo que tudo ficará bem, eu prometo - Abracei-a e todo o resto desapareceu, até que ouvi alguém, distante, chamar meu nome. Abri lentamente os olhos e vi uma face preocupada, forcei a vista e avistei Bryan. Tinha esquecido completamente dele.

- Camila, consegue me ouvir? Chegamos.

- O que aconteceu? Perguntei, ainda atordoada pelo que acabara de ocorrer.

- Você dormiu tanto que pensei que não iria acordar - Disse Bryan num tom preocupado.

- Oh, desculpe, acho que algo aconteceu com a Cristina - Falei, fazendo todo o esforço para não desabar na frente dele.

- Cristina? Mas ela não está com os pais?

- Não, tudo está errado, e algo muito ruim vai acontecer com ela se eu não resolver logo.

- Calma, senhorita White. Viemos aqui justamente para fugir disso. Tente relaxar, nada vai acontecer com ela.

- Melhor descermos.

Diminuímos o calor do balão para descer, e lentamente chegamos ao chão. Fazia tanto tempo que eu não vinha aqui que nem me lembrava de quão grande o terreno era. Tiramos as bolsas do balão e fomos em direção à porta, procurando pela chave.

- Merecemos um tempo sem toda essa bagunça - Disse Bryan, tentando me tranquilizar. Sorri. Finalmente achei a chave e a encaixei na porta para abri-la. Lembrei de Cristina e fiquei pensando se aquilo foi real, estou muito confusa e sentia minha mente girar.

- Senhorita White, você está bem?

- Eu acho que nã...

Aos poucos, notei todos os meus sentidos se perderem, e um grande vazio tomou conta de mim. Foi tudo tão intenso que me jogou ao chão, e não pude enxergar nada além de escuridão. Em meio a todo aquele breu que parecia me possuir, vi um ponto de luz, talvez um mínimo de esperança que ainda tinha no subconsciente. Aquilo se aproximou, e percebi que não era um ponto de luz qualquer; era uma linda borboleta azul, pousou no meu dedo. Senti como se eu saísse do corpo e me dei conta de que isso realmente tinha acontecido. Vi meu corpo, pálido no chão, e uma sirene de uma ambulância se aproximando. Pude ver o desespero nos olhos de Bryan; queria dizer que estava tudo bem, mas não tinha como. Paramédicos chegaram e me puseram dentro do veículo, meu amigo entrou em seguida. Não vi muitas coisas após isso, mas soube quando chegaram ao hospital, disseram que eu estava tendo uma parada cardiorrespiratória.

Levaram Bryan para longe de mim à força, enquanto os paramédicos iam comigo a algum lugar, talvez para a emergência. A última coisa que vi, e que talvez fosse a última mesmo, foi quando um médico disse "carrega em 300".

Até que então tudo ao meu redor evaporou, como uma nuvem, como um sonho, e pude ver novamente aquela borboleta, que parecia querer me levar para algum lugar. Por um momento, pensei que se eu fechasse os olhos, tudo voltaria ao normal, teria minha vida de volta, então fiz. Quando abri, avistei um jardim muito bonito, e me dei conta de que estava em Skyfall. Vi a mãe de Bryan, Elisa, sentada na sombra de uma árvore, aparentando estar fraca e sem esperança. Me aproximei.

- Oi, acho que você não sabe quem eu sou, mas é bom ver alguém conhecido - Dirigi-me a ela da forma mais amigável possível.

- Olá, Camila, como não saberia de alguém tão adorável. Bryan falava muito de você. A propósito, como ele tem passado?

- Eu estava com ele agora, está tudo bem, mas tenho a impressão de que quem não está bem sou eu. Será que eu morri, Elisa?

- Ah, minha querida, isso não seria possível, já que está aqui. Por que não se senta um pouco?

As asas do tempoWhere stories live. Discover now