Capítulo 13 - Memórias: parte II

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Flashback

Memórias, as vezes chegam para fortificar, outras chegam para destruir.

- Onde você tinha ido? Fiquei tão preocupada... Sei que brigamos, mas por favor me perdoa.

- Preocupada? Regina, você só pode ter enlouquecido. Passa a tomar um chá de origem desconhecida para abortar um filho nosso! Essa decisão não deveria ser só sua.

- David, por favor, somos jovens demais para criar uma criança, e você ainda nem é...

A mulher desmaia, e o homem apesar de estar tremendamente chateado com ela, chamou por ajuda. Chegaram algumas curandeiras e a levaram ao seu quarto do palácio. Regina estava muito pálida e gelada, e uma preocupação estava estampada na cara daquelas mulheres tentando fazer ao máximo para deixa-la viva

- Que os deuses nos ajudem!

Falou uma mulher enquanto tentavam descobrir o porquê Regina chegou aquele ponto. A situação estava muito feia para ela, então chamaram um benzedor para fazer um ritual. Fizeram uma espécie de encantamento, e descobriram o que tinha lhe causado esse mal, aquela maldita erva aborteira. Conseguiram tira-la de seu organismo e depois de algumas horas ela acordou, mas o que ela não esperava é que sua vida mudaria para sempre. Eles teriam que esconder qualquer vestígio de ritual que fizeram naquele quarto, ninguém nunca poderia descobrir o erro de Regina. O benzedor explicou que aquilo quase foi fatal a ela, e que para ela viver nunca mais poderia engravidar, teve de abrir mão da sua fertilidade para sobreviver. Ela e seu marido ficaram muito abalados, mas teriam de dar um jeito para continuar a linha de sucessão do trono. Alguns anos se passaram e a dor de nunca poder ter um filho só aumentava no coração de Regina. Certo dia ela foi dar uma volta no lindo jardim que havia no terreno do castelo. Sentou no gramado e ficou imaginando como seria sua vida hoje se ela não tivesse tomado aquela decisão terrível, mas como ela poderia se culpar? Era só uma jovem de 17 anos. Enquanto ela observava aquele lindo reino que um dia poderia chamar de seu, viu uma linda mulher ruiva de olhos cor-de-esmeralda vindo em sua direção.

- Olá, precisa de algo?

Pergunta Regina à moça

- Eu não, mas sei que a senhorita sim.

- E de que eu preciso?

- De um bebê.

- E como raios você sabe disso?

Regina começa a ficar assustada

- Não é tão óbvio assim que sou uma bruxa? Ah minha querida Regina, posso lhe dar tudo o que você me pedir.

- E o que eu precisaria fazer para ter um filho?

- Simples, é só me entrega-lo quando completar 11 anos

- Porquê eu faria isso?

- É a única forma de conseguir. Aceita ou não?

Com grande tristeza no coração Regina disse sim, mas é claro que ela faria de tudo para isso não acontecer, e para sua sorte Caterina viu tudo pela janela do palácio.

Os meses foram passando e sua barriga foi crescendo, para os que sabiam de seu ultimo erro acreditavam ser um milagre, mas Caterina sempre disse que não se devia confiar na Rebecca.

- Você deveria confiar mais em mim, Caterina.

- Regina, você não entende. Eu conheço aquela mulher, e ela não é mais a mesma desde que o pai do David jogou aquela praga nela, ela quer vingança, ela irá destruir a sua vida.

- Você está errada, não deixarei que isso aconteça.

Finalmente chegou o dia do parto, e nasceu uma linda menininha, de lindos olhos azuis assim como os da mãe, e lindos cabelos loiros como o ouro. A nomearam de Camila, cujo significado é ''enviada dos deuses'', em homenagem ao suposto milagre que foi seu nascimento. Então foram se passando dias, meses e anos, até que chegou à data tão temida por Regina, o aniversário de 11 anos da sua filha. Foi espalhado por todo o reino que haveria uma guerra, e que ninguém poderia sair de casa naquele dia se não sofreriam sérias consequências, uma grande mentira inventada por Regina para que ninguém tirasse sua linda menina de seus braços, mas de nada adiantou. Camila tinha um amigo, e sempre brincava com ele no seu jardim, e não seria diferente no dia no seu aniversário, só que o que ninguém sabia era que aquele adorável menino era filho daquela bruxa. Mesmo com todos dizendo que ela não poderia sair naquele dia, ela o fez, e foi encontrar com seu amigo, para ouvir ele dizer um feliz aniversário. Mas assim que ela chegou lá, não foi ele quem ela viu.

- Você não acha perigoso estar sozinha aqui fora num dia como esse?

Pergunta a ela uma linda moça ruiva dos olhos verdes

- Eu não deveria falar com estranhos

Fala Camila um pouco tímida

- E também não deveria desobedecer a sua mãe, agora você vem comigo.

- Me solta! Mamãe!

Grita Camila por ajuda e Regina vem correndo.

- Filha, você não deveria estar aqui. Mas o que acha de fazermos uma brincadeira? Vai se esconder no melhor lugar que puder, que a mamãe vai te achar.

- Mamãe estou com medo...

- Vai Camila, estou contando. 1, 2...

Camila sai correndo para dentro do castelo

- Esse era o nosso acordo, Regina, eu preciso dela agora!

- Você não pode fazer isso, por favor.

- Deveria ter pensado nisso antes, mas já que vai descumprir com o que combinamos... Torsion fou mort de l'espirit.

Regina foi jogada ao chão por algo totalmente maligno e Rebecca entrou no palácio indo atrás da Camila. Aquele foi o momento chave para ela, já que o rei que jogou nela essa terrível maldição, estava à beira da morte. Então antes de procurar por Camila foi atrás dele.

- Arthur, Arthur, como é bom te ver assim

- Como você entrou aqui?! Guardas!

Mas ele estava fraco demais para alguém ouvi-lo.

- Agora você irá pagar pelo o que fez comigo, seu desgraçado.

Rebecca pegou uma almofada, e a afundou no rosto do rei, que estava prestes a dar seu ultimo suspiro. Até uma borboleta azul pousar em seu corpo e ele simplesmente desaparecer.

- Uma pena, agora terei que ir atrás da sua neta.

Ela entrou em outro quarto, e lá estava a linda Camila nos braços de David.

- Linda cena, quase caiu uma lágrima, só temos um problema, se ela não for minha não será mais de ninguém!

- Por que você precisa tanto dela? Ela é só uma criança.

Fala David segurando as lágrimas.

- Vingança, apenas. Mas já que não aconteceu o que eu queria, eu passo para Camila a minha maldição, e assim escurecendo seu coração. A borboleta azul a acompanhará e se ela um dia a ver, e o caminho certo não escolher certamente morrerá!

- Rebecca, eu sei que você está aí em algum lugar, por favor não faça isso. Sarah vá achar sua irmã!

Chega Caterina falando junto de Sarah, irmã da Regina.

- Não se meta Caterina.

E uma guerra de fogo contra água começou, Caterina ganhou um tempo enquanto Rebecca estava jogada inconsciente no chão.

- Eu retiro a maldição, não haverá a morte e sim a reencarnação

Caterina repetia isso em alto e bom som, enquanto um portal se abria.

- O que você pensa que está fazendo Caterina!

- Um mundo sem magia, você nunca mais machucará ninguém se ficar aqui sozinha.

Pessoas começaram a entrar no portal, e Rebecca seria largada em Skyfall para sempre, mas ainda faltavam três pessoas. Regina entra no quarto agarrando o braço de Sarah.

- Ninguém vai sair daqui tão cedo!

Bradou Regina.

- Caterina, temos que deixa-la, ela está exatamente como a Rebecca.

Diz Sarah cochichando a sua amiga.

- Vamos levar o David.
Fala Sarah

- David fica

Diz Regina se aproximando dele, e fincando uma espada em seu peito. Camila começa a gritar desesperadamente.

- Precisamos ir, agora!

Fala Caterina empurrando todos no portal, até que ele se fecha.

Fim do flashback

As asas do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora