Capítulo 20 - Um encontro diferente

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Às vezes me pego pensando como as mulheres da ordem se conheceram, e fico triste de imaginar que agora elas estão separadas. Então eu tive uma visão, muito estranha. Eu acho que foi quando a Rebecca conheceu Caterina, mas se eu tiver razão, então a Rebecca é filha da Samantha. Meu deus.

- Camila, você está bem? – Perguntou Elisa

- Só pode ser isso...

- Só pode ser isso o que, filha? – Perguntou Cláudia

- A história... A filha da bruxa que ninguém sabia se estava viva ou não...

- Do que você está falando, Camila? – Caterina diz aflita.

- A Rebecca só pode ser a filha perdida do Rei e da Samantha!

Todas se olharam e quase pude ouvir o pensamento delas, devem achar que estou ficando maluca. Mas faz todo o sentido. O ódio do rei pelas bruxas deve ter começado quando tiraram sua filha dele, foi tudo uma armação, mas por quem?

- Camila, isso muda muita coisa.

- Eu sei, tia Cláudia. Precisamos contar isso a Rebecca assim que retornarmos.

Ninguém sabia o que dizer, todas pareciam muito confusas com a nova informação que descobri. Tenho certeza que isso irá servir alguma hora, mas nesse momento o melhor que termos a fazer é encontrar logo aqueles elementos para acabar com isso. Não há ninguém melhor nesse mundo para contar a notícia do que sua própria mãe.

Depois de muita caminhada e eu achar que estávamos perdidas ou rodando em círculos por muitas vezes, finalmente encontramos o rio. Ou pelo menos o seu som.

- Vocês estão ouvindo isso? – Perguntei.

- Claramente, mas não vejo nenhum rio por aqui. – Disse Elisa, um pouco confusa.

- Eu conheço essas terras muito bem, e se não me engano há uma caverna não muito longe daqui. Talvez esse tal rio seja subterrâneo. – Disse Caterina com convicção.

- Então vamos nos separar, se qualquer uma de nós acharmos algo, gritamos.

Ambas concordaram comigo, e saíram andando, sem certeza por onde procurar. Já não havia mais aquela densa floresta que antes traçamos um longo caminho, o que restava ao nosso redor era um enorme campo florido, com algumas montanhas ao fundo. Existiam diversas flores, e essa suposta caverna subterrânea poderia estar em qualquer lugar, mas onde? Não muito longe de onde eu estava, avistei uma grande árvore. Achei estranho, pois era a única em meio a tantas flores, e eu nunca vi uma tão grande quanto essa, então decidi me aproximar. Conforme eu ia andando, sentia a grama ficando mais macia, o tempo estava agradável e podia ouvir o canto de alguns pássaros que deviam estar próximos a árvore. Depois de andar um pouco, finalmente cheguei a ela, e parei em sua frente, observando todos os seus detalhes e vendo como era linda.

Cheguei mais perto, e toquei em seu tronco, mas o arrependimento foi instantâneo. Havia um buraco logo à frente da árvore, e eu cai bem dentro dele. Soltei um grito de dor, e tenho quase a certeza que quebrei o pé. Muito fraca, pude ouvir às vozes das bruxas perguntando o que tinha acontecido, e antes que eu me deixasse levar pela dor, olhei para frente e vi um lindo rio.

- Acho que eu achei – Falei, logo em seguida de desmaiar pelo impacto.

Depois de um tempo acordei, sentindo algo gelado em minha boca.

- Camila você está bem? Beba isso por favor, a água do rio irá te curar.

Ainda estou meio tonta, mas puder ver que quem falava comigo era minha tia. Quando retomo meus sentidos, sinto aquela dor aguda no pé que me da vontade de gritar, mas sigo o conselho de Cláudia e bebo a água que foi colocada em minha boca. Logo aquela dor que eu estava sentindo vai sumindo aos poucos, até ela finalmente cessar. Não seria eu se eu não me machucasse.

As asas do tempoWhere stories live. Discover now