Capítulo 25 - O Amuleto

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Matheus

Quando vejo Camila e a ordem sendo engolida por aquele amuleto, todos entram em pânico. Perdemos a única chance que tínhamos contra Amara. O reino é coberto por uma terrível névoa e todas as fronteiras são fechadas, nos tornando prisioneiros de uma Rainha sem coroa.

O tempo passa devagar, todos estão perdidos, a fome e a guerra estão por todos os lados e feitiços não funcionam mais aqui Não há mais escapatória. Aqui eu não sou mais o feiticeiro Matheus Onight, sou apenas um garoto, que quebrou o coração de uma garota e agora está em um reino destruído. Não sei em que posso confiar.

Regina, uma rainha, que finalmente fora libertada daquele monstruoso poder, também foi levada pela tirana, e em seus olhos entristecidos, é uma lembranca de uma falha coletiva Cristina, tomada completamente pela escuridão, perambula pelos cantos mais obscuro do reino junto do Trevas.

O que um dia foi um reino resplandecente de magia agora se transformou em um lago seco, repleto de rachaduras, vítima voraz poder de Amara, pelo menos era o que eu imaginava Recordo-me de tempos passados, quando a Ordem mantinha uma cabana secreta nas florestas de Skyfall. Era lá que eu passava minha infância, absorvendo conhecimento que moldou quem sou hoje. Há uma esperança tênue de que algo naquelas lembranças possa ser a chave para reverter essa catástrofe.

Embarco em uma busca incansável em direção à cabana, cuja existência atual é incerta. O caminho se estende diante de mim, repleto de pedras e almas perdidas, uma trilha que outrora era permeada por campos floridos, cristais cintilantes, cachoeiras serenas e lagos cristalinos. Agora, a beleza da paisagem é apenas uma lembrança, obscurecida pela névoa que transformou esse cenário em um pesadelo.

A jornada é mais do que uma busca por respostas; é uma tentativa desesperada de resgatar a magia que um dia embelezou cada canto deste reino. O peso das lembranças e a esperança frágil guiam meus passos, enquanto o eco do que foi perdido ressoa nas paisagens vazias que se estendem diante de mim.

Ouço os sons da noite, repletos de grunhidos e movimentos sinistros, testemunhando os efeitos da magia corrompida sobre os habitantes, transformando-os em abominações grotescas. Com apenas uma adaga antiga, um legado de minha mãe, como minha única companhia, começo a procurar abrigo.

Não muito distante, avisto uma caverna que parece oferecer refúgio para a iminente noite. Ao me aproximar, percebo passos emergindo da mata, instigando minha cautela. Em um encontro sombrio, deparo-me com uma criatura que desafia a lógica da natureza. Uma espécie distorcida de um lobo.

Dos recantos sombrios da floresta emerge a criatura, um espetáculo de horrores que desafia a própria concepção do macabro. Seus olhos, um abismo sem fim, refletem a escuridão de sua essência. As presas, não apenas banhadas, mas mergulhadas em um vermelho profundo, sinalizam uma história de carnificina que ecoa em sua natureza torcida.

Essa figura distorcida, longe de ser um simples lobo deformado, é a personificação de pesadelos inexplorados. Do alto de sua estatura imponente, ele se ergue como uma sentença viva. Os chifres que coroam sua cabeça, mais reminiscentes de demônios do que de criaturas da natureza, são testemunhas de uma metamorfose macabra.

Cada passo ressoa como um tambor fatal, ecoando pela noite enquanto sua presença sinistra preenche o ambiente. Sua sede por sangue, é evidente como um cheiro nauseante, permeia o ar.

Em meio à escuridão, percebo com agonia que nesta noite desafiadora, serei caçado por algo que transcende a compreensão humana, uma entidade que faz até mesmo às sombras se contorcerem em temor.

Por um descuido, piso em um galho seco, ecoando um barulho que o atrai. Tento não me desesperar, mas quanto mais perto ele chega, mais aflito eu fico. O animal corre em passos ágeis e está a poucos metros de distância de mim.

As asas do tempoWhere stories live. Discover now