Capítulo 21 - A essência de tudo

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- E-eu...

- As respostas para as suas perguntas logo serão respondidas, Camila.

Então assim que é o céu, penso comigo. Mas se eu realmente morri, onde está o Bryan? E meu pai? Um aperto toma conta do meu coração, e faço todo o esforço para segurar tantas lágrimas que insistiam em querer cair.

- Eu não posso ficar aqui, eu preciso voltar.

- Eu sei, Camila.

- Por favor, me deixe voltar. – Falo aos prantos.

- Minha querida, você quer saber o porquê de você ser a única que conseguiu ver a árvore?

Pergunta o vento.

- Eu, eu...

Não consigo mais falar, ou pensar. Apenas consigo sentir que eu falhei, falhei com todos e principalmente comigo.

- Você está ligada a Natureza Camila. Aquela que te deu à luz era incapaz de ter filhos, você sabe disso, não sabe?

Não falo nada, apenas a olho, com os olhos cheios de lágrimas.

- Foi toda uma geração para você nascer, minha criança. O poder que foi dado a Rebecca, foi passado da nossa mãe. A criadora do universo, dos elementos, e tudo o que seus olhos foram capazes de ver. Assim como Samantha, e Rebecca, você também se tornou uma das filhas da Mãe Natureza. E é por esse motivo que você tem poderes.

- Eu não entendo... E as outras? – Falei me referindo às outras mulheres da ordem.

- Quando Rebecca nasceu, e sua mãe se foi logo em seguida, era muito poder para um pequeno bebê. Então para que não desestabilizasse a ordem da natureza, esse poder foi dividido entre outras 3 crianças, que nasceram no mesmo dia.

- A Samantha nasceu da união dos 4 poderes, então quando ela morreu, nos separamos e somos isso que hoje você está vendo.

- Mas ela está viva...

- Eu sei, querida. Mas está sem poderes, presa em um mundo que até hoje não entendemos como ela foi para lá.

- Mas espera um pouco, se o Rei é pai da Rebecca, e ele era pai do meu pai... Isso significa que o Mateus...

- Ele é seu primo, Camila. E Rebecca é sua tia.

- Isso é... Isso é terrível.

Eu estou sem acreditar. Beijei o meu primo, meu próprio primo.

- Isso é muito pra minha cabeça, eu preciso voltar agora!

Olhei em volta, e vi que aos poucos o céu estava se desfazendo. Era como se estivesse evaporando.

- Por favor, você precisa me dar à espada de ouro para que eu acabe logo com isso.

O vento me olha, coloca uma de suas mãos em sua cintura, e retira uma bela espada de ouro reluzente do vestido. Em seguida, a estende para mim.

- Você está pronta para isso Camila?

- Tenho que estar.

Peguei a espada, e tudo ao meu redor começou a sumir, mas aí me dou conta que ainda falta algo, o elemento fogo.

- Espera, e onde eu encontro o fogo?

- Você achará o caminho, princesa.

Então tudo some. Fechei os olhos com medo do que poderia vir em seguida, apenas sentindo a espada em uma mão e a fruta da imortalidade na outra. Senti um frio na barriga, e torcia para que isso acabasse logo.

Ainda com medo, abri meus olhos devagar, e me vi deitada naquele campo que antes eu caminhava com a ordem. Com a visão meio turva, consigo enxergar minha tia e as outras chorando em cima do meu corpo. Dei o primeiro folego, e as lágrimas delas cessaram na hora. Mas vejo que já não estávamos mais em um campo de flores, e pude ouvir um barulho de água correndo que aparentava não estar muito longe de nós.

- Ela está viva! – Disse Sarah, chorando, mas dessa vez era de alegria.

- E com a espada- Falei, com a voz fraca.

- Pensei que nunca mais iria te ver, filha. – Disse Sarah, me abraçando cuidadosamente. 

Não tenho tempo para que cuidem de mim, primeiro preciso cuidar de todos à minha volta, se eu realmente quiser acabar com isso. Não posso ser egoísta, por mais que eu queira um abraço e ouvir que vai ficar tudo bem.

- Eu estou bem, por agora. Não precisam se preocupar comigo.

- Acho melhor descansarmos um pouco Camila, ainda temos algumas horas, e você precisa. – Falou Elisa.

- Não sei se é uma boa ideia, não tenho nem noção de quanto tempo fiquei longe, mas vocês devem estar cansadas...

Trocamos alguns olhares, e então concordamos ficarmos um pouco sentadas, mesmo que fosse por alguns minutos, já que passamos horas andando. Um pouco de água agora cairia bem, e por sorte não estávamos mais naquele campo de flores. Aquele barulho de água que ouvi no momento anterior era de uma cachoeira, bem próximo a mim, não devo ter visto antes por conta dos meus sentidos que ainda estavam voltando.

Depois de passar alguns minutos sentada em uma pedra bem dura, e já começar a sentir minhas costas doerem, decidi levantar e ir até a cachoeira pegar um pouco de água. O meu eu do passado me falaria que não é seguro beber água de um lugar que eu não conheço, mas eu literalmente acabei de morrer e ressuscitar, então esse é o menor dos meus problemas. Bebi um pouco de água, e me senti pronta para contar às bruxas o que de fato aconteceu comigo, no tempo em que passei desacordada, ou para elas, morta.

- Eu vi o elemento ar. E ela me explicou algumas coisas. – Comecei falando, ainda um pouco insegura.

- Meu amor, se você ainda precisar se recuperar e quiser esperar mais um pouco. Nós não vamos te forçar. – Falou Sarah.

Era tudo que eu queria, horas de silencio e ser consolada pela minha mãe que na verdade é minha tia, mas eu não posso, então prossigo.

- Ela me disse que só eu vi a árvore por que faço parte da geração da criação dos elementos, dos poderes, da própria Natureza. – Dei uma respirada antes de continuar.

- Quando Rebecca nasceu, o poder de Samantha, ou pelo menos metade dele, foi passado para ela. Só que ela era muito pequena, e não iria aguentar, então ele se dividiu em três, e como vocês nasceram no mesmo dia foi repartido entre vocês.

- Em seguida, Samantha foi parar em um outro mundo, e ficou presa nele, só que ninguém sabe explicar como ela foi parar lá.

Ninguém sabe o que dizer, todas estão surpresas, felizes ou algum outro sentimento que não consigo compreender.

- Tentei perguntar ao Vento onde estaria o elemento fogo, mas ela me disse que logo eu acharia a explicação.

- E agora como vamos fazer? Só falta o encontrar para podermos fundir os poderes nas espadas. – Disse Caterina.

Começo a pensar, em silêncio. O Vento me disse que eu acharia o caminho. Era tanto poder quando Rebecca nasceu que ele teve que se repartir, muitas vezes. Uma parte dele foi repartido em outras 3 meninas, e o poder físico virou aquilo que buscávamos hoje, mas o fogo... Com ele é diferente, eu sinto isso. Minha mãe não podia ter filhos, mas eu nasci, com o poder do fogo, que foi passado pela Rebecca... É isso!

- Rebecca é o que falta!

- Como assim Camila? - Perguntou Caterina

- Rebecca é o elemento fogo, ela é a chave de tudo. 

As asas do tempoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang