Capítulo 11

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— Você deseja ter filhos?

A pergunta direta assustou Tessa. Desde o fim do jantar ela desejou ardentemente que Eduardo não tocasse mais naquele assunto, sabia que estava fugindo, mas não estava pronta, principalmente para ter aquela conversa dentro do carro, voltando para casa, com Melina adormecida no banco de trás. Ela se sentia encurralada. Então só conseguiu suspirar em choque. Graças a Deus ele não podia encarar ela, enquanto dirigia.

— Quer dizer, não conversamos sobre isso, e eu supus que você estava bem em ir devagar quando sugeri sermos amigos. — Ele continuou olhando para a estrada enquanto falava.

Tessa segurou as laterais do assento do banco, como se buscasse uma segurança.

— Eu realmente não acho que deveríamos conversar sobre isso agora. — Seu corpo tenso estava totalmente voltado para a frente, ignorando os curtos olhares que ele dava rapidamente em sua direção.

— Então quando? Você nunca conversa comigo, e tenho a sensação que vai fugir toda vez que esse assunto retornar.

Tessa fechou os olhos com força, ela só queria deletar aquele jantar das suas memórias e fingir que nada aconteceu.

— Victor fez uma armadilha, ele sabia que eu iria responder. Quando eu era jovem sempre falava disso, então eu apenas respondi inconscientemente. Eu não queria... Não quis dizer que eu queria ter um bebê imediatamente.

— Eu sei, também não acho que devemos correr com alguma coisa, pode parecer que estou te afastando, mas não amo você ainda Tessa... e amei muito Carina, é difícil deixá-la ir; e deixar você entrar em minha vida. — De repente ele estacionou o carro no acostamento. Olhando diretamente para ela, continuou: — Acho que nosso casamento é complicado demais para adicionarmos uma criança nessa equação. Precisamos desenvolver nosso relacionamento primeiro.

Tessa mordeu os lábios, precisava se segurar.

— Eu já te disse. Não espero nada, não espero nada de você. Sei que ainda ama Carina, e por mim tudo bem, só não tente agir como meu marido ou meu amigo, não me confunda. Já que estamos falando sobre isso, vamos apenas agir como pessoas que moram na mesma casa, eu não quero pegar o lugar da sua esposa.

Eduardo ficou frustrado.

— Você é minha esposa agora!

— Sou apenas a Tessa.

Ela só queria por um ponto final naquela história. Então Melina resmungou alguma coisa, e ainda sonolenta perguntou onde estavam. Eduardo disse que ainda não haviam chegado em casa, que ela podia voltar a dormir, obediente, a menina voltou a fechar os olhos.

Depois disso Tessa colocou fingiu observar a paisagem pela janela, se sentia como uma adolescente, mas não se importava de usar uma tática tão infantil.

Chegar em casa, na casa que morava, foi um alívio.

— Você pode me ajudar com as portas? — Eduardo pediu enquanto carregava Melina no colo.

Tessa não confirmou, mas o ajudou a abrir e fechar todas as portas até o quarto da menina. O ambiente era bem jovial, paredes de tons rosados, lençóis bordados, ursos coloridos no canto do quarto, era possível notar que Melina aos poucos estava abandonando as coisas de criança e crescendo.

Eduardo pousou o corpo adormecido dela no colchão. Tessa invejou aquela criança, quando finalmente conseguiu um relacionamento mais profundo com o pai, ela já era adolescente, um pouco grande demais para ser carregada no colo, ou ser colocada para dormir. Ele ajeitou ela sob as cobertas e afastou os fios que cobriam o rosto da garota, ela percebia o amor que ele tinha pela filha.

Eu NÃO Te AmoWhere stories live. Discover now