Capítulo 29

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Tessa tentou se mexer, mas estava presa. Ela tentou outra vez, e não conseguiu. Abriu os olhos, a névoa do sono se dissipando aos poucos. Então ela notou que estava sobre Eduardo, seus olhos se arregalaram, estavam deitados juntos, a cabeça dela sobre o peito dele, enquanto o corpo era abraçado firmemente por ele. Os braços dele não a deixavam se mover.

Uma única taça de vinho e estava tão suscetível? Seu cérebro planejava como se liberar daquele abraço sem acordá-lo. Por um momento de pavor ela levantou o cobertor, pelo menos estavam vestidos. Ela ficou aliviada.

- Continue dormindo. - Eduardo falou com a voz grave pelo sono.

- Eu não consigo dormir com alguém me abraçando. - Ela murmurou constrangida.

- Você se mexeu a noite inteira, e eu não consegui dormir. - Ele reclamou ainda com os olhos fechados. - Essa foi a única posição que você ficou parada.

Ela ficou mortificada de vergonha. Ele ainda teria que dirigir por quase duas horas de manhã.

- Estou cansado, só volte a dormir. Ok?

- Me desculpe. Estou acostumada a dormir sozinha. Não sabia que era tão ativa durante o sono. - Ela se afastou um pouco dele, e percebeu que ele estava totalmente desperto. - Quantas horas são?

- Pouco mais de quatro da manhã. Vovó toma café às seis. Precisamos dormir ou não vamos conseguir seguir com nosso cronograma. - Ele soava mais calmo do que devia estar.

Tessa se remexeu na cama, e voltou a se deitar no seu canto da cama, de costas para ele. Eduardo também se remexeu, não se dando por vencido, se aproximou dela, o corpo ficou tenso com a proximidade, ela podia sentir ele bem próximo, o calor de seu corpo. Uma mão a puxou de encontro a si, suas costas colidiram com o tronco dele, a mão descansou sobre sua cintura, e ela podia sentir ele respirando logo acima de sua cabeça. Ela ficou consciente de cada pedacinho do corpo dele.

- Não fique tão tensa. - Ele pediu. - Por algum motivo, você só fica parada se eu te segurar. Então só finja que é algo comum, e vamos dormir.

Ela tentou, e falhou. Por algum tempo duvidou que ele estivesse dormindo, mas depois percebeu como sua respiração mudou, como se estivesse totalmente relaxado, enquanto ela não conseguia "desligar" sua propria mente. Tessa não soube quanto tempo passou acordada, até que finalmente o cansaço a venceu.

Acordou com o toque insistente do despertador. Eduardo já havia se levantado, ela o observava caminhar pelo quarto, abruptamente se sentou ereta, numa tentativa de parecer mais forte ou corajosa talvez.

- Você quer tomar banho primeiro? - Ele perguntou.

- Não, pode ir. - falou enquanto tentava parecer apresentável. Passava as mãos pelos cabelos de forma insistente, tentando controlar os fios rebeldes.

Eduardo riu de suas reações conflituosas, e a deixou sozinha.

Tessa tentava não pensar em como tudo que ocorreu desde o convite, foi estranho e vergonhoso, mas ao mesmo tempo, bom. Falar de seus sentimentos a deixavam com um misto de humilhação e coragem, vergonha e alegria, tudo bagunçado. Assim que ele saiu do banheiro ela se escondeu lá. Ainda haveria uma longa viagem de carro até o trabalho, muito tempo para conversarem. Isso a assustava.

Kayla foi a primeira a encontrar antes do café da manhã.

- Você parece acabada - Ela a encarou de forma estranha. - Não conseguiu dormir?

- Está tão evidente assim? Não consigo dormir bem em lugares estranhos.

- E eu pensando que o motivo era outro. - Kayla riu de forma provocativa. - Pelo menos vovó vai pensar que logo terá um novo bisneto.

Eu NÃO Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora