Capítulo 22

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Ter Victor ao seu lado a fazia se sentir mais forte, poderosa. Incrivelmente, ele tinha o poder de deixá-la confiante, e tudo parecia mais leve ao seu redor, era como encontrar um alívio em meio ao turbilhão de coisas que ocorriam a sua volta. Quem imaginaria que o mesmo cara que anteriormente a fizera se sentir tão miserável, seria o mesmo a fazê-la sorrir.

Ela observou ele brincar com Melina durante o café da manhã, o magnetismo dele era tão evidente, que até sua sobrinha era prisioneira de seu encanto. Até o momento, Eduardo ainda não havia aparecido, desde a noite passada não se viam.

- Você vai sair? - Victor perguntou tirando-a do transe que ela se encontrava. Rapidamente ela parou de olhar para o lugar vazio à mesa, e olhou na direção dele, tanto ele quanto Melina a observavam.

Ela limpou a garganta e levou uma xícara de café aos lábios, aquela manhã prometia ser incrível. O dia estava lindo, perfeito para voltar a trabalhar.

- Vou voltar ao Club de tiro hoje. Tenho uma turma programada para esta manhã. - explicou.

- Tão cedo? Você ainda não está de Lua de Mel?

- Sinto falta de trabalhar, e nem sequer viajamos, não vejo porque não voltar logo. - Ela deu de ombros.

- Tem certeza que está bem? Você saiu do hospital há poucos dias, talvez devesse esperar mais um pouco. - Victor se preocupou.

- Estou ótima. Posso lidar com uma turma. - Ela sorriu. - Até mais tarde, volto no final do dia.

- E quem vai cuidar de mim? - ele choramingou fingidamente. Um dramático ator.

- Eu posso cuidar de você, tio Victor. - Melina o acalmou.

Tessa simplesmente riu, ele foi pego em sua própria armadilha.

- Você está em ótimas mãos, não é Melina? - A menina acenou sorridente para Tessa. - Conto com você. Não deixe ele aprontar nada.

Ainda em frente a casa, ela aspirou o ar fresco da manhã, os raios solares aqueciam seu corpo. Sorriu para si mesma, satisfeita com a volta ao trabalho. Precisava ocupar a mente com algo que não fosse a família.

Eduardo desceu assim que viu Tessa sair, pela janela do escritório. Melina e Victor ainda terminavam o café da manhã. Assim que adentrou a cozinha, Victor lhe direcionou um olhar inquisitivo, que ele prontamente ignorou. Apesar de estar curioso, não perguntaria nada ao seu irmão, não queria dar mais munição à ele.

- Tessa saiu. - Victor disse, sondando suas reações, mas Eduardo seguiu o ignorando.

- Ela voltou a trabalhar papai. - Melina explicou. - Quando podemos ir ao Club de tiro ver Tessa?

Victor adorava sua sobrinha. A menina era esperta, e não tinha ciúmes da nova esposa de seu pai, na verdade, a admirava. Sempre soube que Melina admirava mulheres como Tessa, mulheres que trabalhavam onde era mais comum ver um homem trabalhando. Aquela garota, quando crescesse seria uma tremenda dor de cabeça. Ela amava fugir do padrão, desde os filmes de ação, paixão compartilhada com o tio, até o fato de sempre afirmar que ela seria a líder do grupo Sorelli após seu pai.

- Já sente saudades dela? - Victor gracejou. Antes que a menina respondesse, ele continuou: - Ela acabou de sair.

- Quero vê-la trabalhando, igual quando papai me leva na empresa. - Ela disse singelamente.

- Também gostaria, - Victor pensou um pouco. - Que tal fazermos uma surpresa, e incentivá-la no seu primeiro dia de volta? - se direcionou a sobrinha.

Melina sorria amplamente, totalmente entusiasmada.

- Não. - Eduardo cortou a alegria dos dois. - O tio Victor precisa descansar Lina, - se aproximou da filha e tocou a testa dela com carinho, enquanto ignorava a cara contrariada do irmão. - E você deve cuidar dele, enquanto o papai sai.

Eu NÃO Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora