O quarto estava iluminado pelos raios solares. Ela piscou tentando se adaptar a claridade, tinha certeza que dormiu mais do que de costume, esfregou os olhos e se virou encarando o teto. Eduardo, novamente tinha sido seu travesseiro, ela percebeu que era do tipo de pessoa que se movia muito dormindo, e que inconscientemente, sempre dormia sobre ele.
Ainda com a cabeça sobre o braço dele, ela pensou se deveria acordá-lo. Olhou-o, e resolveu que o deixaria dormir por algum tempo. Aproveitaria para o observar. Ele era sempre uma incógnita pra ela, não sabia o que ele estava pensando, ou sentindo. O que ele diria, se ela lhe perguntasse?
Um homem não devia ser tão bonito pela manhã, era injusto. Ela provavelmente estava uma bagunça. Assustando-a ele se moveu na cama, preguiçosamente; se aproximou dela, e a abraçou, enterrando seu nariz nos cabelos dela. Ela ficou imóvel, enquanto um braço possessivamente se fixava ao redor da sua cintura. Ele resmungou algo incompreensível e a puxou para mais perto. Ela suspirou. "Devia gostar tanto de estar colada à ele daquela forma?"
- Não ouse se afastar! - avisou. - Conseguiu dormir?
Ela respirou fundo, consciente de que ele sentiria cada movimento de seu corpo.
- Sim, e você? - ela tentou soar educada e calma.
- Eu passei a maior parte da noite observando você. - Confessou.
"O que ela deveria responder?", se é que ela poderia dizer algo. "O que aquilo significava?"
- Fiquei preocupado.
Ela tinha acabado de acordar e já tinha que interpretar o que ele estava dizendo. Não conseguia raciocinar com clareza.
- Deve ser tarde, - ela ignorou o que em tinha dito antes, era mais seguro se manter em um diálogo não emotivo. - Devíamos descer, comer alguma coisa.
Ela tinha certeza que ele estava sorrindo, ao sentir seu corpo se mexer. Obviamente, ele sabia que ela estava fugindo. Depois de a estreitar um pouco mais, a liberou de seu abraço. Sorrateiramente ela deslizou para a borda da cama e se sentou, enquanto ele continuava deitado, olhando para as costas dela. Antes que ela levantasse, a mão dele tocou a base de sua cintura, logo acima das nadegas, fazendo-a paralisar.
- Eu não sou seu inimigo, e não estou fingindo. - Então, a mão dele segurou a barra de sua blusa, como se tivesse medo que ela se levantasse. - Por algum motivo, só quero proteger você, nunca mais quero te ver chorar, Tessa. Acho que não suportaria te ver desmoronar outra vez. Então, não fuja de mim. Deixe-me saber o que pensa, do que tem medo.
Sua garganta ficou seca. Incapaz de encará-lo, ela apenas olhou para a frente.
- Estou uma bagunça agora, nem eu sei o que pensar ou sentir. - Revelou.
- Tudo bem, eu posso aguentar a sua bagunça.
Ela não soube quanto tempo demorou até ele soltar sua blusa e ela levantar. Podiam chamá-la de medrosa, mas ela se escondeu no banheiro até imaginar que ele teria saído do quarto. Como uma garotinha assustada. E ficou aliviada, quando finalmente saiu, e ele não estava lá.
Definitivamente o lugar mais seguro para não enfrentar seu próprio marido seria o quarto de Victor, covardemente, refugiou-se nele.
Seu cunhado estava lendo alguma mensagem no celular, quando ela entrou no quarto, mas logo o apararelho foi deixado de lado. Totalmente atento à ela, ele perguntou:
- Como está se sentindo? - ele nem sequer conseguia esconder sua preocupação.
- Estranha. - Ela tentou sorrir, mas fracassou. - Estou me escondendo do seu irmão.
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Eu NÃO Te Amo
RomanceTessa Ridley se apaixonou por Eduardo Sorelli treze anos atrás, mas não foi correspondida. Viu seu primeiro amor amar, casar e ser feliz com outra mulher, destruindo totalmente suas esperanças de um dia ser amada por ele. Agora o homem que ela amou...