Capítulo 36

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O quarto estava iluminado pelos raios solares. Ela piscou tentando se adaptar a claridade, tinha certeza que dormiu mais do que de costume, esfregou os olhos e se virou encarando o teto. Eduardo, novamente tinha sido seu travesseiro, ela percebeu que era do tipo de pessoa que se movia muito dormindo, e que inconscientemente, sempre dormia sobre ele.

Ainda com a cabeça sobre o braço dele, ela pensou se deveria acordá-lo. Olhou-o, e resolveu que o deixaria dormir por algum tempo. Aproveitaria para o observar. Ele era sempre uma incógnita pra ela, não sabia o que ele estava pensando, ou sentindo. O que ele diria, se ela lhe perguntasse?

Um homem não devia ser tão bonito pela manhã, era injusto. Ela provavelmente estava uma bagunça. Assustando-a ele se moveu na cama, preguiçosamente; se aproximou dela, e a abraçou, enterrando seu nariz nos cabelos dela. Ela ficou imóvel, enquanto um braço possessivamente se fixava ao redor da sua cintura. Ele resmungou algo incompreensível e a puxou para mais perto. Ela suspirou. "Devia gostar tanto de estar colada à ele daquela forma?"

- Não ouse se afastar! - avisou. - Conseguiu dormir?

Ela respirou fundo, consciente de que ele sentiria cada movimento de seu corpo.

- Sim, e você? - ela tentou soar educada e calma.

- Eu passei a maior parte da noite observando você. - Confessou.

"O que ela deveria responder?", se é que ela poderia dizer algo. "O que aquilo significava?"

- Fiquei preocupado.

Ela tinha acabado de acordar e já tinha que interpretar o que ele estava dizendo. Não conseguia raciocinar com clareza.

- Deve ser tarde, - ela ignorou o que em tinha dito antes, era mais seguro se manter em um diálogo não emotivo. - Devíamos descer, comer alguma coisa.

Ela tinha certeza que ele estava sorrindo, ao sentir seu corpo se mexer. Obviamente, ele sabia que ela estava fugindo. Depois de a estreitar um pouco mais, a liberou de seu abraço. Sorrateiramente ela deslizou para a borda da cama e se sentou, enquanto ele continuava deitado, olhando para as costas dela. Antes que ela levantasse, a mão dele tocou a base de sua cintura, logo acima das nadegas, fazendo-a paralisar.

- Eu não sou seu inimigo, e não estou fingindo. - Então, a mão dele segurou a barra de sua blusa, como se tivesse medo que ela se levantasse. - Por algum motivo, só quero proteger você, nunca mais quero te ver chorar, Tessa. Acho que não suportaria te ver desmoronar outra vez. Então, não fuja de mim. Deixe-me saber o que pensa, do que tem medo.

Sua garganta ficou seca. Incapaz de encará-lo, ela apenas olhou para a frente.

- Estou uma bagunça agora, nem eu sei o que pensar ou sentir. - Revelou.

- Tudo bem, eu posso aguentar a sua bagunça.

Ela não soube quanto tempo demorou até ele soltar sua blusa e ela levantar. Podiam chamá-la de medrosa, mas ela se escondeu no banheiro até imaginar que ele teria saído do quarto. Como uma garotinha assustada. E ficou aliviada, quando finalmente saiu, e ele não estava lá.

Definitivamente o lugar mais seguro para não enfrentar seu próprio marido seria o quarto de Victor, covardemente, refugiou-se nele.

Seu cunhado estava lendo alguma mensagem no celular, quando ela entrou no quarto, mas logo o apararelho foi deixado de lado. Totalmente atento à ela, ele perguntou:

- Como está se sentindo? - ele nem sequer conseguia esconder sua preocupação.

- Estranha. - Ela tentou sorrir, mas fracassou. - Estou me escondendo do seu irmão.

Eu NÃO Te AmoWhere stories live. Discover now