Um Amor Proibido (Obra Reescrita)

Capítulo 27

Louis

Acordei sentindo minha têmpora latejar com força, me arrastei para o banho, e logo em seguida me arrumei, vesti uma calça jeans preta e um moletom branco. Estava sem ânimo para mais um dia, ultimamente tenho me sentido assim, talvez eu devesse falar com tia Bruna, mudar de casa, acho que me faria bem.

Peguei meu celular e minha mochila, desci as escadas em passos lentos, olhei o visor do celular e ainda era 6:10 da manhã, resolvi que iria andando, compraria algo em um mercado no caminho. Antes de sair mandei uma mensagem para o Will avisando que fui a pé, o dia estava meio nublado, senti o ar frio e automaticamente escondi as mãos nos bolsos do casaco e coloquei o capuz, andei lentamente passando quarteirão após quarteirão, estava triste.

Na verdade não sei o que estou sentindo, um misto de confusão e tristeza, eu queria Will, queria que ele gostasse de mim, eu gosto de Caio mas depois de ontem não sei como vão ser as coisas, tenho medo também.

Passei em um mercado e comprei alguns bolinhos, sentei alguns metros próximo da escola e comi, estava aproveitando meu momento sozinho, os bolinhos não eram gostosos como os caseiros, mas eram tragáveis da mesma forma.

Entrei no colégio, e fui andando em direção da minha sala, senti alguém tocar meu ombro enquanto caminhava no corredor e em seguida mexer meu cabelo, levantei o rosto e dei de cara com Ícaro, o mesmo sorriu para mim, tirei os fones e lhe cumprimentei.

— Bom dia — Era para sair amigável, mas saiu meio mórbido.

— Bom dia Lou — Dei um risinho.

— Estamos na mesma sala — Ele diz empolgado e fico sem entender nada.

— Como? — Pergunto e Ícaro sorri de forma travessa.

— Meus pais são amigos do dono do diretor, quando você disse que desistiu de avançar um ano, falei com eles pra mexerem os pauzinhos e eu poder estar na mesma sala que você — Ícaro diz sorrindo e sorrio de volta o abraçando.

— Então agora estaremos juntos na maior parte do tempo, gosto de como isso soa — Digo e ele assente acariciando minha bochecha.

Entramos na sala, e estava vazia, Ícaro se senta próximo de mim e fica me encarando, sorrio sem graça.

— Você está bem Lou? — Assenti, mesmo por dentro está desmoronando, não era algo que ele pudesse me ajudar.

— Sim, por que? — Ele me fita e segura meu rosto dando um beijinho na ponta do meu nariz.

— Alguém pode entrar e ver — Digo receoso e ele sorri dando de ombros.

— E daí? Você deve algo para eles? — Nego e Ícaro ri como se aquilo fosse algo óbvio.

— Então não tem o que temer, você não quer conversar? Não acredito que esteja bem — Assenti.

— Estou bem — Ícaro suspira como se soubesse que eu não estava falando a verdade.

— Qualquer coisa pode contar comigo tá? Vou tentar ajudar no que for — Abracei ele em forma de agradecimento e Ícaro acariciou meu cabelo.

Alguns alunos começaram entrar na sala e olharam pra gente rindo, ou cochichando, mas Ícaro continuou com semblante relaxado e tranquilo, percebi que não deveria me preocupar com aquilo.

Professor Dominique entrou na sala com a mesma pose de sempre, semblante cansado e olheiras profundas, mas tinha um riso contente no rosto, o que deixava confuso quem olhasse pra ele.

— Bom, vamos dar início a aula, o assunto será figuras de linguagem. Vou passar um pequeno exercício, e quero que façam duplas — No mesmo instante Ícaro me olhou e eu apenas concordei, nos sentamos juntos, esperando o professor trazer nossa folha de atividades, assim que ele deixou, Ícaro disse.