Capítulo 53

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2 dias para a final do campeonato

William

" Estava tudo escuro, não enxergava nada na minha frente, o ar parecia um pouco pesado, aos poucos eu ia recuperando os meus sentidos, olhava ao redor e só conseguia ver vazio, tudo vazio e silencioso, como um vácuo.

Minha mente estava confusa, conseguia me sentar e saia procurando por eles dois, mas eles não estavam ali, eu estava só. Aos poucos uma luz estranha brilha, tento focalizar, mas ainda estava fora de alcance. Quando em um forte clarão ela ilumina tudo, e eu percebo o lugar a minha volta, uma espécie de sala com paredes pretas, e duas portas de madeira escura.

Forço as pernas a se manterem firmes, mas as mesmas tremiam e pareciam nunca ter sido usadas, levanto com dificuldade e adentro a primeira porta, tudo que vejo é um trono de vidro, um trono completamente ensanguentado, olho para a imagem confuso e o cheiro metálico começa me dar náuseas, embrulha meu estômago e me deixa extremamente nervoso, posso ouvir meu coração palpitar tão forte quanto um tambor.

Saio e entro na segunda porta, meu coração falha uma batida, minha boca seca como se nunca houvesse umidade, havia outro trono de vidro, e nele Louis estava sentado sem fazer um único movimento, meu coração doía e o ar faltava nos meus pulmões, ele levanta a cabeça e sorri para mim, e logo tudo se despedaça num piscar de olhos, tudo a minha volta quebra, e eu caio novamente no escuro "

Levanto da cama ofegante sem acordar os meninos, saio do quarto e desço as escadas meio desnorteado, tomo um copo de água e respiro fundo, respiro e inspiro várias vezes, até que as batidas do meu coração se acalmem, era apenas um sonho, não vai acontecer nada, tentava convencer a mim mesmo, mas a imagem dele naquela forma me faz ter outro ataque de ansiedade.

Subo novamente as escadas e paro na porta do quarto do Caio, fico observando ele e Lou aninhados um no outro, fico tão perdido em pensamentos, que só acordo do meu mundo paralelo quando o despertador começa a tocar sem freios.

Então começo o processo de todas as manhãs, tomo um banho quente e relaxo, tento relaxar o quanto eu posso, me enxugo após terminar, visto minhas roupas e vou para o andar de baixo, sento a mesa e fico esperando os meninos descerem, em poucos minutos Lou aparece com o rosto sonolento, me abraça dando um beijo na minha bochecha, e em seguida Caio desce também repetindo o mesmo.

Nossos últimos dias foram totalmente focados no treino, não recebi mais nenhuma mensagem, e nem os meninos, creio que o encontro que tive com a pessoa foi a cartada final, e se eu desistiria? Não, nunca fez parte da minha vida desistir de algo sem lutar, e foi por isso que eu cheguei ao topo do comando do time. Mas de certa forma ficava receoso, eu não iria recuar, mas sentia medo pelo que podia acontecer.

Paramos na confeitaria que já virou nosso lugar preferido, descemos do carro e entramos no local, o cheiro sentido era uma grande mistura, bolo de baunilha, chá de camomila, o cheiro das flores que decoravam o lugar. Ficamos em uma mesa próxima a janela de vidro, logo vieram nos atender. Lou pediu um pedaço de torta de frango com suco de limão, pedi um sanduíche natural com suco de cenoura, e Caio pediu só uma xícara de chocolate quente. Ficamos nos encarando, o olhar de um passava para o outro, até que Lou riu por não conseguir manter contato visual fazendo nós dois rirmos também.

— Estou ansioso para o jogo. Digo suspirando e estalando os dedos da mão — Ultimamente minhas noites de sono tem sido regadas de pensamentos sobre a final e sobre meu futuro.

— Não se preocupa, vai dar tudo certo tá bom? — Lou é muito calmo, não sei como ele consegue, o mundo pode estar acabando e ele vai estar sempre calmo. Nesse momento ele brincava distraído com os sachês de açúcar postos sobre a mesa.

Um Amor Proibido (Obra Reescrita)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt