Touch It

All In Blue.

Lauren escutava a voz de Camila ecoando bem lá no fundo de sua mente. Ela paralisou, continuava calada e olhando-a, como se pudesse ler seus pensamentos. Camila tinha os olhos molhados pelas lágrimas, seu semblante estava profundo, cansado.

 Mesmo, contudo, havia tanta verdade em sua áurea. Ela deu um impulso para frente, indo sentar no meio da cama. Lauren experimentou aquele maldito friozinho causado por suas próprias escolhas. Camila enxugou o rosto, olhando-a. Jauregui sentiu que lhe devia uma resposta, mas estava tudo tão aéreo. O receio fez Camila segurar-lhe a mão. O polegar dela esfregava o seu, para em seguida, apertá-lo.

– Um filho... Nosso?

– Você não pode dizer que não me ouviu. – Disse, com evidente emoção.

– Oh! – Lauren exclamou em meio a um sussurro tenso. – Eu não sei o que lhe dizer. Acabei agindo por impulso. Não sei! – puxou a mão, levando-as para os cabelos. – Daman com todo o seu carisma... Ele... Ele me conquistou. Abriu uma porta dentro de mim, uma porta que eu nem sequer sabia da existência. – Ela riu deliciada. Estendeu as mãos para as dela. Camila a olhava extasiada. O brilho causado pelas lágrimas ainda se encontrava no olhar dela. – Apenas queria que este sentimento durasse por muito mais tempo, Camz... E agora você querendo um filho nosso... Uau.

– Eu sei o quanto é cedo para falarmos disso. – Prosseguiu. – Temos muito pela frente, temos muito a aprender, a ensinar. Você disse em sua entrevista o quanto se sentia poderosa quando algo a assustava, porque significava que estava obtendo valor e coragem para fazê-lo. – Ela brincava com os dedos, sem abranger que o silêncio se prolongara em demasia. Então, elevou os olhos e notou que Camila a fitava. – Eu estou feliz! Sim... – Seu coração começou a bater em um ritmo forte, ela sentia as emoções, entendendo bem o pedido. É claro! A confusão foi desaparecendo. – Eu mais do que quero ter um herdeiro com você. – ela sorriu. – Mas...

– Mas você não está querendo adotar Daman, certo? – Ela perguntou, alarmada. Lauren esperou um pouco. – Certo, Lauren Michelle?

– É diferente, Karla Camila! – pigarreou, perdendo todo o brilho. – Você não entenderia mesmo. – Fez como quem ia deitar, a mão de Camila interrompeu seus planos.

– Não! Você não entende, Lo, você! – Jauregui liberou o lábio inferior, que mordiscava nervosamente, e respirou fundo. – Eu nunca me vi cercada por filhos, muito menos casada... Hoje estamos aqui, em nossa lua de mel. Algo que... – riu para os lados. – Que eu nunca achei que fosse possível. Você despertou o desconhecido dentro de mim. Você me faz tão feliz, e eu só quero que o nosso amor se multiplique. É interessante que alguém com quem estou casada pense grande; Minha família é você, a pessoa em quem eu me apoio, em quem eu busco inspiração todos os dias. O que eu quero dizer, é que você me motiva. – Lauren sorriu. – Não entendo absolutamente nada sobre bebês e suas necessidades. – buscou os olhos dela. – As crianças com quem trabalhei nos sets eram todas ensaiadas e educadas, não sei se é algo delas..

– Acredite, não é. – Cuspiu uma risada maravilhosa. Camila abriu a boca, brincando.

– Essa afirmação não nos favorece muito, ok? Posso tirar minhas propostas de campo.

Ela deu-lhe um tímido sorriso.

– Se eu fosse você, eu não faria isso. – empurrou-a de brincadeira. – Quais seriam as suas propostas?

– Eu quero que você tenha o nosso bebê. – aquela frase não combinava nada, nada, com ela. Lauren ficou com as bochechas rosadas. – Preciso ter uma afinidade com essa criança. Entender suas imposições desde o primeiro momento, necessito aprender com ela a ser... – balançou a mão, agitadinha. – Mãe.