Irresponsabilidade e Braveza

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– Camila?! – A voz de Lauren estava modificada pelo interfone. Se não estivesse tão incomodada, Camila teria feito uma brincadeira. Ela puxou os fones do ouvido e segurou o ramo de rosas no colo, seu semblante estava sério, duro. Lauren chamou-a mais uma vez e então a respondeu.

– Estou aqui! Des... Desculpe, eu...

– Você quer que eu desça? Precisa de ajuda?

– Não precisa Lauren, apenas abra, por favor.

– Ok. Vejo-te aqui em cima!

Ela conseguiu ouvir a risadinha animada da amiga, em um piscar de olhos, a porta foi destrancada e Camila empurrou-a, entrando de cabeça baixa. Olhou o elevador e a escada, mas o que ganhou a sua atenção foi o celular em sua mão, seus dedos coçaram para desbloquear a tela e escutar o áudio mais uma vez, todavia, era claro que Lauren esteve na companhia de bebidas alcóolicas na outra noite. A forma de como mordeu o lábio, a levou ao impulso de mais uma vez ouvir o áudio. Preparou-se para colocar o fone, enquanto subia as escadas, distraída.

"As pessoas falam tanto que nós temos um caso... Mas você já parou para pensar no quão louco isso seria, Camz? Teríamos que saber ponderar."

Eriçou o braço para cima sem desviar a atenção do aparelho e apertou o botão redondo da campainha.

"As pessoas falam tanto que nós temos um caso. Mas você já parou para pensar no quão louco isso seria, Camz? Teríamos que saber ponderar."

Buscou entendê-la de todas as formas, mas era tão difícil. A cada minuto que apertava o play, criava uma teoria diferente. Viu quando a porta se abriu e o reflexo clareou o corredor com a luz do dia. Um homem barbudo e baixinho sorriu para ela.

– Você é a massagista? – Olhando as flores em suas mãos, passou as dele pela calça e fez sinal para cumprimentá-la. – A agência disse que seria uma idosa. Engaram-se e ainda trouxe rosas. Vamos entrando... – Cedeu um espaço bem pequeno, quanto ao sorriso de Camila.

– Oh não, não. – Foi negando e rindo da confusão. – Eu acabei errando de apartamento. Mil desculpas.

– Você tem certeza? – Num fio de esperança, ele perguntou.

– Sim. Sinto muito. – Ela não diria a ele quem era. – Eu vou indo... – apontou para trás, atrapalhada.

O pobre homem desconsolado fitou-a com os olhos mais tristes do mundo.

Cabello queria muito abrir um de seus sorrisos descontraídos, mas acabou sentindo muito pelo desapontamento do estranho, ainda foi capaz de acenar e virar o corredor correndo. Ajeitou as rosas uma por uma e bateu na porta de número 67. Desejando ser recebida por Jauregui.

– Hey! – Lauren já de cara abriu os braços para um suposto abraço, antes de recebê-lo, Camila fisgou sua blusa xadrez, vermelha e preta. – É tão bom vê-la, entre.

– Desculpe o atraso, andei indo até o apartamento errado. – Iniciou a busca por Clara, mas esperou um minuto. – Rosas de boas vindas à sua mãe.

– Ela irá adorar! – Lauren segurou-as, aperfeiçoando cada pétala com seus lindos olhos. – Perdeu-se?

Antes de contar o que havia acontecido, Camila deu risada, deixando Lauren intrigada.

– Bati no apartamento de um homem que aguardava uma massagista ou algo assim. – A morena riu com gosto. – Ele até pensou que eu fosse de fato a profissional.

– Olha, eu sinto muito. – Chamou-a com a mão para irem até a cozinha. – Estava distraída?

Só então, lembrou-se do áudio. Suas bochechas ficaram roxas, não vermelhas. Havia outros áudios, mas eram incompletos ou com a risada de Lauren. Nada respondeu e Jauregui não deu a mínima, pois não tinha notado sua falta de resposta.

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