Red Dragon

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Vestindo um elegante smoking feminino, Lauren recebia os convidados no hall de sua casa em Los Angeles. Ela seguia acompanhada de Alexa e Chris, seu irmão. Tinha acoplado os cabelos num coque a altura da nuca, alguns fiozinhos tenderam a cair-lhe dos lados do rosto. A equipe de TV que cobriria o evento, já havia chego. Os três posaram para as fotos, sorridentes. 

Lauren não economizara com a decoração para o aconchego dos convidados. A ideia era apresentar um pouco de seu passatempo favorito ao público.

Os admiráveis lustres e os castiçais estavam acesos, minando claridade sobre o carpete vermelho. Ajeitando o laço impertinente de sua gravata, Lauren encaminhou-se para a sala decorada. O ambiente tinha um ar de disputa e diversão. Alguns de seus amigos famosos eram entrevistados no canto superior. Ela sorriu, respirando fundo. Voltando-se com um drink azedume em um copo, observou Camila. Finalmente! A latina aprontava-se em seu quarto, usava um vestido branco no estilo romano. Os cabelos foram presos de lado para destacarem o brinco em helix espiral. Camila esbanjava elegância, por onde passava, arrancava sorrisos de surpresa e admiração.

Assim que bateu os olhos na equipe de TV, seus ombros pesaram. Ela não queria dar entrevistas, sabia que seria um alvo fácil. Ao rodear os olhos por cada rosto conhecido – ou não – Sorriu abertamente para Lauren. A morena a chamou com a mão, retribuindo ao sorriso. A ligação de seus sorrisos foi cortada pelo o repórter. Examinando-o melhor, ele era charmoso, amorenado, com rugas de expressão nos cantos dos olhos castanhos. Lauren respondeu algo rápido e acenou para a câmera.

– A câmera intimida você?

Camila virou o rosto para o cunhado. Sorriu.

– Você está bonito. – Os olhos de Chris arredondaram-se. – Não são as câmeras que me intimidam. – Eles olharam Lauren cochichar com Alexa. Um segundo depois, ela pegou um cigarro e acendeu-o. Pela primeira vez Camila admirou-a naquelas circunstâncias. O seu modo de fumar esbanjava luxuria, combinava com seu traje. 

Sentindo um calor na altura da nuca, disse mais alguma coisa com Brad, antes de se mandar para o jardim. Os convidados de Lauren já a conhecia. Ela lembrava vagamente de alguns deles. Sua estadia ali não fora reconhecida com espanto, pois havia outros famosos na badalação de Jauregui.

Com um dar de ombros, Lauren voltou a procurar sua noiva. Ouvira de alguém que a latina estava no jardim. Seguindo até lá, ela apagou o cigarro em um dos cinzeiros espalhados pelos cômodos. Havia nove mesas de Poker espalhadas pela grandiosa sala. Os sete carteadores faziam rodízio. Os crupiês sempre atentos trouxeram de volta o gosto do passado para Jauregui. Tyrone era um ótimo jogador, atento, cauteloso. Ambos formavam o casal do Poker. Ela era capaz de detectar, ao primeiro olhar, os jogadores profissionais, os apreciadores e os "sapos".

Existiam os que jogavam apenas para se escarnecer, pouco se influindo se perdiam ou ganhavam. Os jogadores apareciam para apostar e em generalidade aprazava pouco tempo para que um "sapo" não se satisfizesse mais em somente olhar e virasse jogador. Estes eram os que bradavam quando embolsavam e pranteavam quando perdiam, reações bastante próprias também dos viciados em jogo. Enquanto as mesas iam-se enchendo, Lauren sorriu para si mesma, olhando Camila de costas, ela falava ao celular, risonha.

– Parece bem divertido, mas eu não entendo de absolutamente nada. Estou ocupando o cargo de apreciar todas as mesas, as cores e aquelas coisinhas empilhadas.

– Atrapalho?

Com um sorriso, Camila se virou, respondendo-a baixinho um ''não''.

– Ok, querida. Eu preciso desligar, certo? Durma bem... Sim... Eu a amo muito. Boa noite. – Ela apertou o celular entre a palma da mão, sorridente. – Você está um encanto, Lern.

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