Propósito

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Aquela versão sua mais jovem que optou por fazer o colegial como um humano normal estava sendo muito amaldiçoada pelo seu eu de quatorze anos no momento. Se misturar com outras pessoas não deveria ser tão imensamente chato, foda-se o autocontrole, ele era bom o bastante para não machucar ninguém sem querer, ele era bom em qualquer coisa, não precisava disso. Ficar preso em uma sala de aula repleta de adolescentes hormonais sem a porra de uma distração estava começando a lhe causar tremedeira nos olhos.

Até seus senseis desistiram dele a partir de algum instante, embora ele não conseguisse se lembrar quando isso aconteceu. O prodígio era competente o suficiente para tirar as melhores notas da escola mesmo dormindo na maior parte do período estudantil, não foi preciso muito esforço para convence-los a deixa-lo em paz. Algo que também que foi um saco. Se ao menos conseguisse provocar alguma briga com os superiores talvez pudesse ser expulso.

Além disso, sem intenção nenhuma ele acabou conseguindo ser idolatrado por aquelas formas de vida. Aparentemente esse era o fardo de sua existência, afinal não havia feito nada para causar tal comportamento (dessa vez) e eles nem conheciam o motivo de merecer que se curvassem.

Olhar para a sua cara era mais do que o bastante para derreter corações, ganhar fãs e fazer mestres hesitarem, não que ele duvidasse do alcance de sua perfeição, porém já tinha gente demais se comportando feito idiota em sua rotina para ter que aguentar isso também.

A única parte boa de dispensar a necessidade de gastar energia todas as manhãs era que seu horário de sono mudou favoravelmente para ficar acordado durante a madrugada e Uyara encaixou suas tardes como período livre. Logo, eles podiam pacificamente ofender todas as suas gerações anteriores enquanto discutiam e teorizavam sobre uma forma de entretenimento intitulada como Naruto.

Kioku estava verdadeiramente encantada com o fenômeno mascarado conhecido como Hataque Kakashi, inicialmente. Ele não desejava ouvir as divagações dela sobre seu recém descoberto tipo de homem, principalmente quando aquilo se tratava de uma copia barata sua. Informação que a traumatizou depois de ter saído de sua boca e quebrou a magia.

Gojo não sabia se deveria se ofender com isso ou não.

No entanto, a bagunça que chamava de amiga desapareceu a quase uma semana e só lhe restou reivindicar todos os doces ofertados por seus admiradores para evitar de ir até o Brasil cometer um assassinato. Ou talvez descobrir um. Eles não viviam exatamente em um mundo tranquilo, embora confiasse o suficiente nela para que no mínimo fugisse de uma luta complicada demais.

Se não bastasse estar entupido de tédio até a alma, os outros alunos estavam mais agitados do que o normal hoje. Alguma noticia os intrigava, algo como peitos e bunda grande, isso não era novo, embora a motivação talvez fosse. Satoru não se importava, a garota provavelmente estaria aos seus pés em questão de minutos. Ele não sabia porque os outros ainda mantinham alguma esperança de serem notados, novata estrangeira ou não.

Garotas possuíam uma facilidade nata em admitir o reconhecimento sobre suas qualidades, ele não as culpava por tal comportamento.

Inclusive, depois que colocava os pés para dentro do prédio sempre havia um jogo de se esquivar das multidões que tendiam a persegui-lo. Meninas tinham um tipo de problema muito grave relacionado a trombarem contra seu corpo e derramarem suas coisas no chão sempre que ele passava por perto, então criou-se essa rotina de desviar constantemente apenas para vê-las frustradas, enquanto as vezes permitia que alguém conseguisse toca-lo.

Foi divertido no começo, mas depois percebeu que havia motivados os monstrinhos malucos e agora a vencedora ganharia sua mão em casamento, de acordo com a lógica doentia que o cercava.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroWhere stories live. Discover now