Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negro

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Começou-se um período de calma forçada, como a tranquilidade suspeita que estabelece antes de um desastre.

Ninguém questionou a efetividade de Uyara para controlar tormenta que Geto e Gojo talvez se tornariam, mas ela não poderia ficar junto dos dois para sempre, não é mesmo? A brasileira estava se especializando em crises exteriores, ao mesmo tempo que mantinha o cronograma das aulas japonesas e saia para fazer missões, não havia exatamente tempo para manter o emprego de baba.

Por isso Yaga-sensei optou por amenizar sua carga de obrigações individuais, assim como a de seus dois alunos nacionais, pelo período em que ela ainda permaneceria no país. Diferentemente da maior parte do alto escalão, ele viu de imediato o impacto que as atitudes da sociedade jujutsu tiveram sobre aquelas jovens mentes. Julgava que eles precisavam se recuperar antes de lidar com as merdas superiores outra vez.

O homem não se ressentia sobre ameaçar seus colegas ao lembra-los de que aqueles adolescentes eram três indivíduos com potencial para ultrapassarem o nível especial como conheciam e de como não seria inteligente força-los a extremos que os levariam a uma revolta contra o sistema atual. Não houve uma significativa satisfação, mas aqueles montes de estrume concordaram em afrouxar as rédeas pelos cinco meses que seguiriam.     

(...)

Não era mais incomum se constatar que Satoru e Kioku estavam desaparecidos de seus próprios quartos. Aqueles que os procuravam por qualquer motivo que fosse se acostumariam eventualmente a verificar os aposentos de Suguru como primeira opção, já que eles haviam se mudado para lá por tempo indeterminado.

Cruzar o alojamentos carregando suas camas e itens pessoais não foi exatamente discreto, porém aquele nunca foi um lugar ocupado por muitas pessoas e milagrosamente ninguém percebeu a movimentação estranha até o momento em que os intrusos já estavam devidamente instalados no espaço reivindicado.

Nenhum deles hesitava em aproveitar a liberdade piedosa que haviam ganhado e não era como se a convivência os tornasse menos produtivos, haviam descoberto que se unissem suas aptidões eram capazes de realizar seus deveres muito mais rápido. O que explicava a agenda recheada de lazer mesclado com exorcismos de alto nível em um mesmo dia.

Amanai morreu pouco mais de um mês antes e em cada dia que se passou desde então eles trabalharam naquela companheirismo intimo, próximo e sufocante. Nenhum deles reclamava do quão possessivos e grudentos estavam se tornando um com outro. A aversão ciumenta anterior foi aos poucos completamente extinta e podia-se dizer que o trio havia se tornado ainda mais insuportável depois disso, principalmente para quem estava de fora.

Geto e Uyara perceberam que eram muito melhores em uma dupla contra Gojo do que ficando a mercê dos jogos manipulativos dele. Foi assim que a amizade deles realmente floriu até estabelecerem a dinâmica de parceria com intenções românticas na qual antes compartilhavam apenas com o atual alvo de suas implicações conjuntas.

O responsável pela aproximação as vezes se arrependia um pouco por ter permitido que o relacionamento de seus amigos mudasse tão drasticamente. Cada vez que aqueles estúpidos se encaravam em óbvio flerte levava todo o seu auto controle para não ataca-los exigindo exclusividade. A única coisa que o manteve relativamente calmo, na maioria das vezes, foi saber que eles o olhavam com ainda mais intensidade do que faziam um com o outro.

- Você tem certeza que ela sabe o que está fazendo? - Suguru parecia uma pilha de nervos observando a cena que se seguia bem diante dos seus olhos.

Eles haviam sido designados para encontrarem e apreenderem partes de uma estrutura antiga, algum tipo de chave datada com mais de mil anos. Havia uma esperança de que o objeto amaldiçoado fosse o necessário para desativar as proteções do túmulo de Sukuna, mas essa teoria não era nada realmente comprovado.