Igual

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Realmente começar a estudar na acadêmica de Jujutsu foi uma das mudanças mais bem vindas de sua vida. Estar ali significava ser livre para desenvolver o que gostava e finalmente agir de acordo com suas prioridades, sem nem mencionar a gratificação de estar na companhia de outras pessoas potencialmente poderosas todos os dias.

O primeiro ano era composto por Gojo, Geto Suguru e Shoko Ieiri. Sendo o rapaz um usuário Manipulação de Espíritos Amaldiçoados e a garota uma técnica em Maldição Reversa.

Inicialmente, mesmo admirando seu novo status e tendo energia de empolgação o suficiente para abastecer uma usina elétrica, não foi tão fácil se envolver da forma como havia imaginado.

Todos naquele lugar conheciam seu nome e o que ele implicava. Todos já tinham suas próprias opiniões formadas sobre quem ele era, algo péssimo até de se imaginar. Então, pela primeira vez em muito tempo, Satoru se sentiu sozinho.

Não solitário como antes, mas excluído propositalmente e rejeitado. Não fazia bem ao seu ego ser rejeitado, a única coisa pior do que isso era tentar encontrar ocupação em coisas inúteis apenas para fingir que sua língua não estava coçando para interagir com alguém.

Gojo sentia-se inseguro. Não sobre seu desempenho, nunca sobre seu desempenho, mas ele sabia muito bem que não era bem vindo e que as pessoas só toleravam sua presença por mera incapacidade de se livrarem dele.

Havia desistido de tomar alguma iniciativa depois que todos os seus movimentos foram ignorados.

Sobre Uyara... Esse não era um assunto em que ele gostava de pensar. Em primeiro lugar, alguma coisa muito errada estava acontecendo com a maldita e ela se recusava a lhe contar, demonstrando uma piora de saúde regular demais para lhe deixar tranquilo. Segundo, a relação deles havia mudado.

Não algo consciente ou possível de impedir. Mas quando Satoru percebeu, ele já estava sorrindo como um idiota por qualquer besteira que o lembrasse dela e ansiava por cada mensagem trocada ou ligação recebida. Havia começado a prolongar as conversas mesmo muito depois de perder a coerência, gostava de deixar seus olhares se conectarem por mais tempo e procurava qualquer desculpa estúpida para toca-la, o que de certa forma fazia com que ele se sentisse todo estranho.

Ela não deixava que outras pessoas fizessem o mesmo, quase arrancando a pele do indivíduo que ousasse incomoda-la ou que prolongasse demais a permanência em seu espaço pessoal, enquanto ele sabia que não seria impedido de subir em seus ombros e obriga-la a carrega-lo, se tentasse.

Não era uma bajulação estúpida como aquela que muitos lhe dirigiam. Se tratava simplesmente de uma compulsão incontrolável, entorpecente e recíproca de estarem juntos enquanto agiam como realmente eram. De certa forma, eles sempre foram a âncora um do outro, parecia-lhe certo se sentir dessa maneira e continuar provocando cada nova reação que essa percepção diferente poderia encontrar.

Transformar sua amiga em uma bola de vergonha, vermelha, ansiosa e surpresa era um de seus atuais objetivos de vida.

Himawari* : Oe!

Vossa majestade está ocupada?

A mensagem recente vibrou em seu bolso e Gojo não se importou por estar interrompendo sua trajetória para responder.

Kami*: Não exatamente.

Lidando com uma maldição nível um em um hospital abandonado.

Himawari: Coisas muito normais da rotina, né?

Mas já que você está tão desocupado, aprecie minha incrível nova amizade.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroWhere stories live. Discover now