Esperança

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Havia um prazer inescapável em envergonhar sua esposa no trabalho dela sempre que tinha a oportunidade.

Uyara não tinha escrúpulos em se beneficiar de seu teleporte para fazer o caminho até Tokyo se estivesse por perto, então isso acabava o tornando uma figura frequentemente presente em seu ambiente de autoridade como Gojo-sensei.

O que incluía todas as vezes que aparecia com seu novo parceiro de crime, Yuuji, para lhe levar um almoço caseiro e garantir que ela fosse sufocada em amor na frente de todo mundo. Era inacreditavelmente divertido vê-la angustiada na divisão entre querer retribuir e querer expulsa-los de lá.

Ele estava dolorosamente ciente de que todos os alunos dela, na escola, se perguntavam como diabos ela teve o azar de acabar casada com a figura idiota que interpretava na frente deles, já que a mulher simplesmente se transformava quando estava lá e não deixava escapar indícios de que poderia ser tão irritante quanto seu marido. Entretanto, isso nunca os impediu de continuar.

O rosado estava aprendendo muito bem a seguir seus passos. Era uma opinião popular na família que ele passava tempo demais se aproveitando da admiração do menino para esculpir uma copia de sua estupidez, logo todo mundo sempre acabava tentando afasta-los, para o bem do ex-Itadori.

O que não adiantava nada tendo em consideração de que era o favorito de seu filho e que o pequeno sempre se deixaria ser sequestrado por ele, independentemente do que estivesse fazendo com os outros.

Com exceção, é claro, dos momentos em aula com a sua esposa. Aqueles eram momentos sagrados. Além disso, as crianças sempre aproveitavam qualquer fragmento de tempo que ela conseguisse reservar para eles.

Uyara havia se tornando alguém muito importante, em aspectos mais significativos do que sua dedicação anterior à caça das maldições.

Satoru, apesar de adorar quebrar a ideia de idolatria que criaram sobre a brasileira, gostava disso, da forma com que ela construiu uma figura de poder a ser respeitada, admirada e seguida. Alguém qua fazia com que aqueles jovens se sentissem seguros e que garantia que eles jamais se sentiriam sozinhos contra quaisquer adversidades que poderiam enfrentar em suas carreiras.

Mas também alguém que humilhava tudo aquilo que odiavam em seu mundo.

Ela abriu caminho forçadamente para participar das decisões, se fez presente, reivindicou seu próprio lugar, ganhou apoio muito decisivo de partes que achavam seu marido um imbecil e estava começando a mudar as coisas. Estava começando a limpar toda aquela sujeitara.

O que a não a impedia de assumir deveres de sua antiga nação, já que seu contato com eles nunca foi totalmente rompido e haviam muitas coisas que apenas ela era capaz de fazer.

Isso tudo em pouco mais de um ano.

O deus mortal não estava mais tão envolvido com a comunidade japonesa, ele a servia, como sempre fez, mas estava muito mais ocupado com todas as outras possibilidades que o mundo o oferecia. O que era surpreende, considerando que até pouco tempo atrás supunha-se que os papeis de ambos estariam invertidos na atualidade.

Porém, mesmo distante, estava muito ciente que, com a ascensão da mulher como líder de um movimento reformulador de eras de costumes e hierarquias, inimigos começariam a aparecer em rostos amigáveis que jogavam no mesmo lado "bom" do xamanismo. Ele não duvidava nem por um instante que ela seria capaz de lidar com qualquer tipo de coisa que tentasse derruba-la, mas isso não o impediu de se preocupar.

Não quando ele viu um pontinho de energia amaldiçoada diferente surgindo no ventre dela.

Porque Uyara era incrível e absurdamente poderosa, mas pessoas sensíveis a ela sempre seriam reféns para que não pudesse atuar normalmente. Um bebê, nossa, ele nem sabia se ela poderia usar qualquer variação de sua feitiçaria enquanto carregava uma criança. Muito menos precisando permanecer perto dela depois que nascesse.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroWhere stories live. Discover now