Escolha

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Começou com pequenos detalhes...

A diretoria perdeu toda a tolerância e boa vontade mantidas no período em que Uyara estava no país.

Quando voltaram das férias de inverno até sua cama havia retornado para o quarto individual. Não que isso e a ordem clara de que não deveriam violar as regras do dormitório de novo realmente o impedisse de dormir com Suguru, mas pareceu ser a primeira rachadura exposta.

Foi apenas nesse momento que eles perceberam que era Kioku que estava garantindo a estabilidade anterior durante todo esse tempo.

Talvez fosse apenas um impulso não intencional que fez com que as pessoas obedecessem sua vontade e a deixassem em paz. Ou ela havia moldado manualmente esses pequenos inconvenientes que os incomodariam, governando ideias em outras mentes sem que nenhum feiticeiro percebesse.

Seja qual fosse o caso, lhe deixava muito orgulhoso. O efeito era parecido em Geto, ele parecia estar vendo-a como uma semelhante mais agora do que antes. Como se também pudessem chama-la de igual.

De qualquer forma, naquele primeiro dia, enquanto tentavam se adaptar a ideia de estar na escola sem ela, não faziam a menor ideia de como a carga de suas carreiras se tornaria mais opressora e presente.

Haviam se desacostumado a viverem por conta própria, por mais patético que isso parecesse.

Uyara a essa altura também já estava colocando em jogo tudo o que era capaz de fazer. Ela lhes explicou um pouco mais do que era o ritual e isso apenas os deixou mais apreensivos sobre vê-la de novo.

Não haviam pensado que ela poderia morrer em sua tarefa até que já fosse tarde demais para impedi-la.

Aparentemente, o processo de preparação começou pouco tempo depois que a garota chegou em seu país. Algo simples. Apenas um ponto de convocação para decidir o que ela enfrentaria.

Seus superiores lhe arrancaram sangue e o ofereceram à Terra em uma canção de promessas, um pedido de aprendizado. Uma oferenda para qualquer maldição que ouvisse e aceitasse o desafio de fazer a passagem com ela.

Uyara disse que esperava que a resposta viesse de um nível especial chamado Saci-Pererê, já que ele era alguém relativamente próximo. Não entendia essa ideia de uma maldição ser próxima, mas não questionou. Não questionava sobre muita coisa estranha na cultura dela.

Mas o tal Saci aparentemente não era compatível com os poderes dela e outra criatura foi considera mais apta.

Curupira.

Outro nível especial. Um mais isolado e menos adaptado a evolução da sociedade humana. Um do tipo original, que sentia o gosto da carne humana com frequência e gostava de torturar suas vítimas em jogos psicológicos terríveis, sempre garantindo que houvessem sobreviventes em suas chacinas para que as pessoas continuassem a amaldiçoar seus feitos.

E ele aceitou a tarefa. Interessado no gosto que o sangue dela tinha.

Mas o que iria acontecer? - você pergunta.

Bom, Kioku deu toda uma explicação bonitinha sobre transgressão espiritual e reformulação da alma.

Porém o que ele entendeu mesmo foi: "Olha, eu vou ficar um ano presa no domínio de uma besta carniceira que é indiscutivelmente mais forte do que eu e, se ela decidir não me matar, saio de lá como uma feiticeira mais poderosa! \(≧▽≦)/"

A única parte boa disso era que Satoru passou a se sentir uma pessoa mais inteligente ao se deparar com a lógica dessa merda.

E pensar que a vida de um feiticeiro normal já é complicada. Por que não oferece-los em uma bandeja para uma maldição? Podiam até tempera-la para deixar a carne preparada com um gostinho melhor.

Jujutsu Kaisen - Orbitando um buraco negroWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu