Capítulo 8

5.3K 451 138
                                    

Nina

Depois da "pequena aventura" com Arthur e um segurança do tamanho de um armário irritado, nós terminamos de ver o filme. Assim que saímos do cinema, cada um vai para lugares diferentes. Léo e Arthur vão para casa, Isa e Harry foram - junto de Júlia e Pedro - para uma pizzaria. Falando neles, acho que não citei que eles se casaram.

Aurora e Henrique tiveram uma discussão, muito engraçada devo admitir, por causa de pipocas e refrigerantes, e agora, minha irmã estava o ignorando enquanto o marido fazia de tudo para que apenas uma pedra saísse de sua boca. Henrique a irritou tanto que ela abriu a boca para xinga-lo de palavras absolutamente nada adoráveis. Ao contrário que eu pensava, Henrique comemorou por ter conseguido a fazer falar, assim foram para casa, ela com a feição emburrada e ele com um sorriso convencido.

Por último, só sobrou eu e Lucas, que me convidou para ir em sua casa e eu não hesitei em aceitar. Então, saímos do shopping rindo de algumas coisas do filme, tipo quando o sangue que tinha nas parede parecia ketchup. A casa dele é bem perto de onde estávamos, no andamos muito até chegarmos na casa de tamanho médio e branca.

A casa estava em total silêncio, ao não ser o barulho dos nossos passos e conversas. Fomos para o seu quarto, que era simples, paredes em um tom bege, a cama perfeitamente arrumada uma cortina branca na janela, armário e uma escrivaninha que não tinha muitas coisas, só um notebook, uma luminária e uma foto... cheguei mais perto para ve-lá melhor. Na foto eu estava dando um beijo na bochecha de Lucas, que sorria timidamente. Me lembro desse dia, foi no aniversário de nove anos dele.

- Ah, você ainda tem essa foto! - sorrio e o olho por cima do ombro.

Lucas passa a mão na nuca, ato que eu conhecia muito bem. Ele sempre fazia isso quando ficava sem jeito.

- Eu gosto dela - ele fala baixo.

Assim, passamos o resto da tarde, falando de recordações. Agora eram quase meia-noite, deveria já estar dormindo, já que tenho que acordar às seis da manhã. Mas eu estava sem sono.

Eu tinha que dormir, porém meus olhos nem se fechavam. Na verdade, meus olhos estavam tão abertos que eu parecia uma louca no meio da escuridão de olhos arregalados.

Fico apenas encarando o teto implorando para o sono chegar e eu poder descansar. Só não tinha noção do tanto de tempo que passou enquanto eu encarava o teto pensando em coisas aleatórias. Pego meu celular e me assusto assim que vejo que já são quatro e vinte cinco da manhã. Como o tempo passou tão rápido assim??

Não, tinha alguma coisa errada. Tinha que ter algo errado! Meu celular deve estar adiantado é isso.

Para confirmar minha teoria - e eu estava torcendo para isso acontecer - pego meu relógio que estava do lado do meu celular. E não, meu celular não estava adiantado, já eram quatro e vinte e sete da manhã. Já prevejo eu dormindo nas aulas.

(...)

Como previsto, eu me arrastava enquanto entrava na sala de aula. Impressionante que na minha casa eu não estava com um pingo de sono, mas na escola eu estou dormindo enquanto ando.

Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo mal feito, meu rosto estava horrível, olhos cansados e enormes olheiras. E para piorar minha vida, hoje está muito frio, e esse frio me dá mais sono ainda.

Me jogo na cadeira e descanso minha cabeça no meu braço sobre a mesa. Não demora um segundo e já durmo. Durmo calmamente mesmo sabendo que eu estava na escola, que a minha primeira aula era com a pior professora do mundo, mesmo sabendo que eu iria para diretoria. Na verdade, eu não estou nem aí.

Mas o meu cochilo delicioso é interrompido com uma voz me chamando. Com relutância abro meus olhos e levanto a cabeça, dando de cara com olhos verdes brilhando em divertimento me encarando.

Reviro os olhos e me endireito na cadeira. Assim como a Isa, quando eu não durmo não consigo fazer nada direito, além de ficar com mau humor. E temia que isso acontecesse principalmente nessa aula.

Essa professora que eu nem me dou o trabalho de saber o nome, era extremamente chata. Não podia falar nada na aula dela, não se mexer, não fazer barulhos. E se fizéssemos qualquer coisinha já iríamos para a diretoria.

Eu simplesmente odeio as aulas dela, ela tem uma voz estridente e irritante, passa um monte de conteúdo em uma aula só e... e ela entra na sala com a feição brava.

O seu olhar varre toda a sala e com um sorriso irônico ela começa a falar, falar e falar. Eu já estava com dor de cabeça, a beira de explodir e isso quase acontece quando ela diz:

- Hoje teremos uma prova surpresa.

As palavras saíram em câmera lenta de sua boca e ecoavam incessantemente na minha cabeça. Eu não presto atenção na aula dela, não sei nada da matéria. Não sei nem que matéria é essa!

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Estou ansiosa para o próximo capítulo.

Capítulo não revisado, por motivos de eu estar caindo de sono.

O Melhor De MimOnde histórias criam vida. Descubra agora