Capítulo 23

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Nina

Balanço a cabeça tentando ignorar a — terrível — presença e foco minha atenção para a vista. Que por sinal está tão linda.

O céu já estava escuro, conseguia ver algumas estrelas, mas o que chamava mais a atenção era o parque com luzes coloridas. Não contenho um sorriso, viro meu rosto quando escuto um suspiro.

- É muito bonito. - ele diz baixinho, assinto levemente.

Ele ainda olhava para a vista, enquanto eu encarava seu rosto. Entreabro a boca um tanto hipnotizada quando ele passou a mão no cabelo virou o rosto para me olhar e sorriu de lado.

- Tem um pouco de baba aqui - fala e aponta para o cantinho da minha boca.

Reviro os olhos e viro o meu rosto. Estávamos quase chegando no alto, me pergunto como estão Léo e Lucas. Eles devem estar aproveitando a vista, dou de ombros com o pensamento.

- Não se mexa. - Arthur fala baixo e eu fico confusa - Tem uma aranha no seu ombro. - arregalo os olhos.

- Uma a-aranha? - gaguejo quando pergunto e fecho os olhos com força.

- É, mas relaxa ela é bem pequena. - diz dando de ombros.

Não importa se ela é pequena, eu tenho pavor de aranha.

Respiro fundo tentando me acalmar, mesmo que eu estivesse surtando por dentro. Eu não tenho com o que me preocupar, mesmo que Arthur me odeie,
ele será gentil e tirará esse inseto do meu ombro, vai né?

Mexo a cabeça lentamente para olhá-lo, mas acabo dando de cara com a maior ameaça para a sociedade. Coloco a mão na boca para me impedir de gritar e olho para o outro lado.

Resmungo quando segundos tristemente longos se passam e nenhum movimento de ajuda do cara ao lado.

- Arthur! Seja uma boa pessoa pelo menos uma vez na vida e tire essa aranha do meu ombro. - digo entre dentes.

Ele tomba a cabeça para o lado e se aproxima mais um pouco, junto as sobrancelhas quando uma careta aparece em seu rosto.

- Então... - ele passa a língua nos lábios - ela não está mais no seu ombro. - por um momento o alívio passa pelo meu corpo.

- Não? Ótimo. - sorrio.

- Ela agora está no seu cabelo. - o alívio vai embora do meu corpo.

- E o que está esperando para tirá-la daí?! - pergunto quase gritando.

- Aí, calma. - ele fica em silêncio por alguns segundos - Você realmente é sem sorte. - diz e sorri.

- Por que você não pode simplesmente tirar a aranha?! - bem, dessa vez eu gritei bem alto.

- Acho que fiquei surdo. - ele ri baixo.

- Filho da put...- paro de falar quando sinto algo andar na minha cabeça.

Ah, não!

- O que estava dizend...

- AAAH!!

Berro quando ela para em minha testa. Começo a me sacolejar, passo a mão na testa inúmeras vezes.

Arthur coloca suas mãos em meus ombros forçando-me parar de mexer como uma louca. Mordi o lábio inferior quando começo a sentir formigamentos em meu corpo, como se a aranha estivesse andando livremente por ele.

Olho para Arthur que segurava a risada, cruzo os braços e um biquinho emburrado aparece em minha boca.

Ele gargalha e eu o encaro esperando o bendito parar de rir. Mas — obviamente — isso não aconteceu. Ele não parava de rir e por um segundo senti vontade de rir também. Aperto a boca, mas acabo cedendo e gargalho.

Vamos parando de rir lentamente, ainda tinha um pequeno sorriso em meu rosto.

- Acho que já sei o que te dar no seu aniversário.

Reviro os olhos com divertimento.

- Você nem sabe quando é meu aniversário - eu falo. Ele contrai os lábios e mexe a cabeça.

- É, não sei. Mas, você também não sabe quando é o meu.

- Não sei mesmo - digo dando de ombros.

Por um momento reparo que ele ainda segurava meus ombros e pelo o que parecia ele não tinha notado isso. Ou ele, notou sim.

Mas com toda a certeza desse mundo ele teria me soltado. Qual seria o motivo pra me segurar? O único problema era que lá no fundo eu não queria que ele se afastasse.

- O que foi? - arqueio a sobrancelha assim que ele pergunta - Você estava com uma expressão pensativa.

- Não, não estava.

- Estava sim. - abro a boca para falar qualquer coisa, porém ele fala mais rápido - O que estava pensando?

- Por que quer saber? - ele da de ombros.

- Eu sou um ser humano curioso. - eu levanto um pouco o queixo.

- Mas nunca foi curioso em relação a mim.

Um meio sorriso aparece em sua boca e ele aproxima o seu rosto do meu.

- Talvez... - passou a língua nos lábios - eu sempre fui, mas talvez você nunca percebeu.

Seus olhos brilhavam em divertimento, entreabri a boca ainda tentando absorver essa "pequena revelação".

Tento não demonstrar que fiquei um tanto surpresa e sem perceber acabo aproximando-me mais dele.

Prendo a respiração assim que sinto suas mãos descerem lentamente para os meus braços. Ele sorriu quando eu me arrepiei e eu me praguejo internamente por isso.

Sua mão direita vai para o meu cabelo, onde ele acaricia. Ele abaixa um pouco o rosto e passa a pontinha do nariz no meu pescoço.

- O que está fazendo? - pergunto mais baixo do que esperava.

- Não sei. - admitiu em um sussurro - Eu só... - ele levanta o rosto para me encarar e assim que faz isso parece esquecer o que ia falar.

Espero um pouco pra ouvir o que ele iria dizer, mas ele não disse nada.

Na verdade, Arthur engole seco e sua mão — que estava no meu cabelo — vai para minha bochecha. E assim, rapidamente, ele cola seus lábios nos meus.

Eu dizia que isso não iria acontecer novamente, mas aqui estou eu retribuindo seu beijo quente.

Coloco minhas mãos em seu rosto e ele cola seu corpo no meu. O beijo era um tanto como urgente, ofego quando ele me aperta mais contra seu corpo.

Arthur termina o beijo mordendo o meu lábio inferior. Ainda estava com os olhos fechados tentando normalizar minha respiração ofegante, ele faz um carinho em meu rosto antes de me beijar novamente.

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Eu demorei mas voltei. E voltei do melhor jeito possível. Gostaram do capítulo??

Enfim, muita gente (muita mesmo) pediu pra esse livro ser grande. Então, ele vai ser enorme.

Beijos❤️

O Melhor De MimWhere stories live. Discover now