Capítulo 10

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Arthur

Depois de me levantar do chão e sentar na maldita cadeira novamente — em todo esse tempo, baixinha parecia uma hiena rindo. Ela já estava vermelha —, pego o meu celular no bolso de trás da calça e graças a tudo que é sagrado, ele saiu ileso.

Suspiro aliviado enquanto Nina respirava fundo com a mão na barriga. Nem sei o porquê ela riu tanto, nem foi engraçado.

- Você tinha que ter visto a sua cara! - a olho com tédio.

Ela prensa os lábios, provavelmente se lembrando da minha queda, e tenta segurar a risada fazendo um barulho estranho.

Não penso muito quando a empurro de leve, me arrependo um pouco quando seu rosto muda completamente. Ela levanta as sobrancelhas como se estivesse surpresa pelo meu ato. Cruzo os braços esperando uma reação diferente, mas tudo que recebo é sua mão me empurrando um pouco forte.

Revido a empurrando mais forte, a sua expressão transmite explicitamente o quanto ela não gostou disso e com  força — que não sei de onde veio —  ela me empurra pela última vez, acabo me desequilibrando e sinto a queda vindo pela segunda vez hoje.

Mas, dessa vez, não vou cair sozinho, não vou mesmo! Com esse pensamento seguro seu braço, coberto pela a manga da blusa branca que ela usava. Por não ter tempo de se segurar, ela cai em cima de mim. O chão se choca com meu corpo fazendo barulho, fecho os olhos com força e contenho um gemido de dor.

Abro os olhos lentamente e avisto Nina que estava com os olhos fechados, seu rosto estava bem próximo do meu.

Muito próximo.

Nós quase nunca nos tocamos, com exceção de esbarros propositais, tapas, e etc. Mas nunca ficamos tão perto do outro, tirando agora.

Ela abre os olhos e os arregala levemente percebendo nossa proximidade. Entre abro a boca, quando nossos olhos se encontram. Era como se o tempo tivesse parado, assim que suas íris azuis focaram em meus olhos eu perdi o fôlego. Isso nunca aconteceu antes e nem sei porque estamos próximos ainda. Minha mente toda está confusa.

Nina pisca uma, duas, três, quatro vezes e olha para a minha mão que ainda segurava o seu braço. Devagar, solto o seu braço. E ao contrário de que eu pensava, ela não saiu de cima de mim, parece atordoada demais para fazer isso.

De repente a porta se abre em um movimento brusco, olhamos em sua direção a diretora nos encarava com a sobrancelha arqueada e confusa. Nina, se levanta rapidamente e eu sento na cadeira em um segundo.

- Posso saber o que está acontecendo?

A diretora pergunta enquanto fecha a porta, ela anda calmamente até sua mesa, mesmo que seu tom de voz demonstrasse o contrário.

Olho para Nina pelo o canto de olho e vejo suas bochechas rosadas e seus olhos nervosos olhando para a mulher na nossa frente. Abro a boca para falar qualquer desculpa, mas a voz de Nina me interrompe.

- Hum, eu... é... t-tropecei, é, tropecei e cai - ela gesticulava com as mãos e murmura baixo - bem, cai em cima dele.

A diretora olha para ela e depois para mim, seu olhar volta para Nina e depois para mim. Ela faz isso umas três vezes até que suspira e da de ombros.

(...)

- Você está bem?

Léo pergunta enquanto andávamos para a minha casa.

- Estou. - falo simplesmente.

- Certeza? Você está muito distraído desde que foi para a diretoria com a Nina.

- Não estou distraído. - Sim, eu estava.

Ficar tão próximo dela me fez mal, não é possível! Não consigo parar de pensar no que aconteceu. A cada segundo seus olhos azuis intensos rodeiam a minha mente, parece que seu cheiro doce se impregnou na minha roupa.

Balanço a cabeça tentando espantar esses pensamentos. Eu não devia estar pensando tanto nela eu a odeio e ela me odeia também. O que aconteceu mais cedo só foi um acidente.

- Arthur! - Léo me chama me despertando dos meus devaneios - Eu falei que você está distraído, o que aconteceu para você ficar assim?

- Não aconteceu nada! Eu só estou mais pensativo hoje... só isso! Nada fora do normal. - falo tentando encerrar esse assunto, mas Léo continua com suas perguntas.

- E os seus pensamentos tem alguma relação com uma certa loira que te odeia? - ele pergunta e eu nego rapidamente.

- Claro que não! Por que eu estaria pensando nela? - ele dá de ombros.

- Só foi uma suposição. - nego com a cabeça e ele sorri - Mas, me conta! Quem ou o que está tomando sua mente?

Digo que não é nada demais, mas Leonardo Curioso Santos fica me enchendo até chegarmos em minha casa.

- Até amanhã - fecho a porta entrando em casa.

Ele fala alguma coisa, mas ingoro, jogo a mochila em qualquer canto e vou para o meu quarto.

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Eu estou demorando para postar capítulos, porque estou um pouco mal. Além de ter várias provas, trabalhos e atividades para fazer. Vou tentar postar todos os dias, porém não sei se vou conseguir.

O Melhor De MimWhere stories live. Discover now