Capítulo 29

3.7K 365 517
                                    

Nina

Respiro fundo quando o abraço foi desfazendo-se lentamente. Seguro seu rosto e passo a mão debaixo dos olhos enxugando as lágrimas.

- Tenho certeza que seu pai está muito orgulhoso de quem você se tornou - sussurro. Arthur abre um sorriso fraco e eu o abraço novamente.

- Obrigado... - ele diz em meu ouvido - obrigado por me ouvir. - sorrio fraco.

Nos afastamos assim que ouvimos o celular dele tocar. Consigo visualizar o nome da mãe dele brilhando na tela antes de ele segurar o celular.

- Hm... eu tenho que ir. - ele passa a mão na nuca. Aceno sorrindo pequeno ele se levanta e pega sua mochila, anda até a porta e antes de sumir de vista me olha por cima do ombro - Obrigado de verdade.

E assim sai.

Suspiro pesadamente e encosto minha cabeça na parede. Eu queria ter feito mais para poder ajudá-lo, mas no fundo sinto que o abraço foi suficiente.

(...)

No dia seguinte...

Coloco uma uva verde na boca sentando na cadeira da minha cozinha com a mente longe. Hoje Arthur não havia ido à escola, Léo já estava com uma expressão um pouco melhor e Lucas estava com um sorriso enorme por ter dormido bem.

E eu estava normal. Nem muito feliz e nem muito triste.

Bato meus dedos levemente contra a mesa em um ritmo contínuo. Fico em silêncio assim que escuto barulhos. Levanto devagar da cadeira e vou andando em passos hesitantes até o fim da cozinha.

- Não deveria deixar a porta destrancada.

Franzo o cenho vendo Arthur aparecer no meu campo de vista. Como ele entrou aqui? Bufo voltando a sentar na cadeira.

- Eu não deixei ela destrancada. - afirmo.

Ele sorri ladino aproximando-se um pouco da mesa. Fico feliz por ele aparentar estar melhor do que ontem.

- Deixou sim.

Reviro os olhos encerrando esse papo por aqui.

- Por que está aqui? - pergunto.

- Bom, você me consolou ontem e aí eu pensei em um jeito te poder agradecer. E nesse momento veio uma ótima ideia na minha cabeça! - ele diz.

- Que é...?

- Eu decidi que vou passar o resto do dia com você! Até porque não tem nada melhor que minha companhia, todos tem o sonho de passar um dia comigo. - sorriu convencido.

- Eu não quero que passe o dia comigo. - ele ri baixo.

- Seu sorriso diz outra coisa. - ele aponta para minha boca. Pisco algumas vezes. Droga, eu nem percebi que estava sorrindo.

- E o que iremos fazer no resto da tarde? - levanto da cadeira.

- Bom, eu tenho uma ideia... - fala com um sorriso estranho e eu arqueio a sobrancelha.

(...)

- Uno!

Grito assim que jogo minha penúltima carta. Arthur sorri e fico confusa já que eu tinha jogado a carta que faria ele comprar mais quatro cartas.

O Melhor De MimWhere stories live. Discover now