Capítulo 57

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Nina

Esfrego os olhos bocejando em seguida, levantei o olhar e vi o rosto sereno de Arthur, ele ainda está dormindo. Como alguém pode ser bonito até dormindo? Percebi que ainda estava nua e prensei os lábios. Bom, ontem a noite definitivamente não foi um sonho.

Tentei pensar em um jeito de levantar sem ter que acorda-lo, e lentamente sentei na cama ainda com o braço dele ao redor da minha cintura, ainda devagar deslizei minhas pernas para fora da cama e no momento que iria me levantar seu braço puxou-me de volta para cama fazendo minha cabeça ficar no peito dele.

- Ia sair da cama sem nem me dar um bom dia? - perguntou, sorrindo, ainda com os olhos fechados.

- Está acordado a quanto tempo?

- Não muito. - abriu os olhos - Você se mexe muito enquanto dorme, levei dois chutes no meio da madrugada. - reclamou e eu apenas sorri. - Sabe que horas são?

- Eu não sei, mas acho que deve ser umas nove... - falei esticando meu braço para pegar meu celular que estava na mesinha do lado da cama, liguei o aparelho arregalando os olhos - Já são onze horas!

- Ah... tá cedo ainda. - sorriu preguiçosamente.

- Cedo? - repito indignada - Claro que não! - exclamei levantando da cama e novamente Arthur me puxou.

- Claro que sim. - passou a mão no meu rosto.

- Tanto faz... - murmurei cruzando os braços - Preciso tomar um banho. - ele deu de ombros fechando os olhos.

- Como quiser. - sorri satisfeita e sai da cama - Só não se olhe no espelho.

Franzi o cenho e fui para o banheiro, me enrolei na toalha que eu trouxe de casa e me encarei no espelho e por pouco ele não quebrou.

- Aí meu Deus! - falei alto.

- Eu avisei!! - talvez eu tenha falado alto demais.

Meu cabelo estava parecendo um ninho de pássaros e meus olhos quase saltaram para fora quando observei meu pescoço.

- Arthur! - gritei vendo as duas manchas.

- Tô aqui. - brotou do nada, apenas com uma bermuda, cruzou os braços se escorando no batente da porta com um sorriso de canto.

- Olha o que você fez!! - se aproximou e olhou meu pescoço - Como vou sair na rua assim? - deu de ombros.

- É só não sair. - o olhei com tédio.

- Sua ideia seria boa se eu não tivesse que ir pra casa estudar.  - ele arqueou a sobrancelha.

- Estudar pra que?

- Pra prova que teremos amanhã. - falei que o óbvio.

- Que prova? - ri baixo.

- A de biologia. - ele pareceu se lembrar e assentiu - E eu preciso estudar muito, aconselho que faça o mesmo.

- Ah... eu não preciso de estudar. - riu - Você vai ver, vou tirar uma nota ótima.

Arthur

Um tempo depois...

Nina havia acabado de ir embora e eu senti o vazio assim que ela sumiu da minha vista.

- Parece que somos só nós dois. - sussurrei pegando Garfield no colo e o acariciando.

- Corrigindo, somos nós três. - Guilherme se joga no sofá, revirei os olhos já me preparando para expulsa-lo - Soube que está namorando... - sorriu provocativo - E o melhor ainda, é com a Nina. Que sorte hein, desde que a conheci tive a certeza que ela é boa demais para você, mas mesmo assim vocês estão juntos agora.

Apenas o encarei querendo saber onde ele chegaria com esse assunto.

- Você deveria pensar melhor... não acha que foi muito rápido quando a pediu em namoro? As vezes ela nem gosta tanto de você, pode ser um sentimento passageiro, sabe, ela pode chegar amanhã em você e querer terminar. - falou indiferente - Porque todos sabem que Nina é muitaaa areia pro seu caminhãozinho tão pequenininho. Acho que você está agindo pela emoção e isso as vezes é chato. Tem que tomar cuidado, se for muito grudento ela pode enjoar de você. E tenho certeza que você não gostaria que chegasse a esse ponto não é?

- Então, você está basicamente dizendo para eu repensar as minhas ações, porque na sua "importante opinião" eu fui muito rápido com a Nina? - ele assentiu - Não tem nada melhor para fazer ao invés de ficar falando essas merdas?

- Não, não tenho. - revirei os olhos. Coloquei Garfield no chão.

- Vai, morde ele. - apontei para Guilherme e sorri quando o gato foi andando e deu uma moeda forte no meu primo.

- Aí, caralho! - resmungou. Peguei Garfield no colo novamente o dando carinho. E Guilherme me olhou irritado antes de ir embora.

Sorri orgulhoso olhando para o meu filho que tinha fechado os olhos.

(...)

Um tempo depois me encontrei — infelizmente — pensando em tudo o que Guilherme disse, talvez ele tivesse razão.

Voltei a realidade ao ouvir o miado alto e desesperado de Garfield, acho que os vizinhos estavam pensando que estou o maltratando quando na verdade estou tentando dar um banho nele.

Depois de muitas tentativas falhas decido que preciso chamar ajuda, estou todo arranhado. Peguei meu celular e liguei para a Nina.

- Oi, Arthur.

- Está ocupada? Não? Que ótimo! Preciso que venha aqui em casa.

- Tá bom... - encerrei a chamada.

Garfield me encarou e miou novamente, me surpreendi quando consegui decifrar o que seu miado significava, o que basicamente é "você nunca irá conseguir me dar banho". Bom, pelo menos ele não contava com meu reforço.

Uns minutos depois eu abri a porta de casa para a Nina poder entrar.

- Bem, o que houve? - olhou com cenho franzido para os meus braços arranhados.

- Garfield não deixa eu dar banho nele. - resmunguei e fomos ao encontro do gato matador de humanos.

- Oi meu amor! - o gato foi se esfregando na perna de Nina, ela o pegou no colo e começou a conversar com o bicho, depois de uns minutos de conversa ela começou a molha-lo devagar e esperei o pior.

Mas incrivelmente nada aconteceu! Garfield apenas ficou parado. Abri a boca irritado. Comigo ele faz um escândalo e me arranha, mas com Nina ele fica parado como uma estátua???

Que tipo de poder ela tem??

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Mds q capítulo trabalhoso, simples mas trabalhoso. Eu sabia o que iria acontecer, porém não conseguia escrever absolutamente nada!!

O Melhor De MimWhere stories live. Discover now