Nina
Esfrego os olhos bocejando em seguida, levantei o olhar e vi o rosto sereno de Arthur, ele ainda está dormindo. Como alguém pode ser bonito até dormindo? Percebi que ainda estava nua e prensei os lábios. Bom, ontem a noite definitivamente não foi um sonho.
Tentei pensar em um jeito de levantar sem ter que acorda-lo, e lentamente sentei na cama ainda com o braço dele ao redor da minha cintura, ainda devagar deslizei minhas pernas para fora da cama e no momento que iria me levantar seu braço puxou-me de volta para cama fazendo minha cabeça ficar no peito dele.
- Ia sair da cama sem nem me dar um bom dia? - perguntou, sorrindo, ainda com os olhos fechados.
- Está acordado a quanto tempo?
- Não muito. - abriu os olhos - Você se mexe muito enquanto dorme, levei dois chutes no meio da madrugada. - reclamou e eu apenas sorri. - Sabe que horas são?
- Eu não sei, mas acho que deve ser umas nove... - falei esticando meu braço para pegar meu celular que estava na mesinha do lado da cama, liguei o aparelho arregalando os olhos - Já são onze horas!
- Ah... tá cedo ainda. - sorriu preguiçosamente.
- Cedo? - repito indignada - Claro que não! - exclamei levantando da cama e novamente Arthur me puxou.
- Claro que sim. - passou a mão no meu rosto.
- Tanto faz... - murmurei cruzando os braços - Preciso tomar um banho. - ele deu de ombros fechando os olhos.
- Como quiser. - sorri satisfeita e sai da cama - Só não se olhe no espelho.
Franzi o cenho e fui para o banheiro, me enrolei na toalha que eu trouxe de casa e me encarei no espelho e por pouco ele não quebrou.
- Aí meu Deus! - falei alto.
- Eu avisei!! - talvez eu tenha falado alto demais.
Meu cabelo estava parecendo um ninho de pássaros e meus olhos quase saltaram para fora quando observei meu pescoço.
- Arthur! - gritei vendo as duas manchas.
- Tô aqui. - brotou do nada, apenas com uma bermuda, cruzou os braços se escorando no batente da porta com um sorriso de canto.
- Olha o que você fez!! - se aproximou e olhou meu pescoço - Como vou sair na rua assim? - deu de ombros.
- É só não sair. - o olhei com tédio.
- Sua ideia seria boa se eu não tivesse que ir pra casa estudar. - ele arqueou a sobrancelha.
- Estudar pra que?
- Pra prova que teremos amanhã. - falei que o óbvio.
- Que prova? - ri baixo.
- A de biologia. - ele pareceu se lembrar e assentiu - E eu preciso estudar muito, aconselho que faça o mesmo.
- Ah... eu não preciso de estudar. - riu - Você vai ver, vou tirar uma nota ótima.
Arthur
Um tempo depois...
Nina havia acabado de ir embora e eu senti o vazio assim que ela sumiu da minha vista.
- Parece que somos só nós dois. - sussurrei pegando Garfield no colo e o acariciando.
- Corrigindo, somos nós três. - Guilherme se joga no sofá, revirei os olhos já me preparando para expulsa-lo - Soube que está namorando... - sorriu provocativo - E o melhor ainda, é com a Nina. Que sorte hein, desde que a conheci tive a certeza que ela é boa demais para você, mas mesmo assim vocês estão juntos agora.
Apenas o encarei querendo saber onde ele chegaria com esse assunto.
- Você deveria pensar melhor... não acha que foi muito rápido quando a pediu em namoro? As vezes ela nem gosta tanto de você, pode ser um sentimento passageiro, sabe, ela pode chegar amanhã em você e querer terminar. - falou indiferente - Porque todos sabem que Nina é muitaaa areia pro seu caminhãozinho tão pequenininho. Acho que você está agindo pela emoção e isso as vezes é chato. Tem que tomar cuidado, se for muito grudento ela pode enjoar de você. E tenho certeza que você não gostaria que chegasse a esse ponto não é?
- Então, você está basicamente dizendo para eu repensar as minhas ações, porque na sua "importante opinião" eu fui muito rápido com a Nina? - ele assentiu - Não tem nada melhor para fazer ao invés de ficar falando essas merdas?
- Não, não tenho. - revirei os olhos. Coloquei Garfield no chão.
- Vai, morde ele. - apontei para Guilherme e sorri quando o gato foi andando e deu uma moeda forte no meu primo.
- Aí, caralho! - resmungou. Peguei Garfield no colo novamente o dando carinho. E Guilherme me olhou irritado antes de ir embora.
Sorri orgulhoso olhando para o meu filho que tinha fechado os olhos.
(...)
Um tempo depois me encontrei — infelizmente — pensando em tudo o que Guilherme disse, talvez ele tivesse razão.
Voltei a realidade ao ouvir o miado alto e desesperado de Garfield, acho que os vizinhos estavam pensando que estou o maltratando quando na verdade estou tentando dar um banho nele.
Depois de muitas tentativas falhas decido que preciso chamar ajuda, estou todo arranhado. Peguei meu celular e liguei para a Nina.
- Oi, Arthur.
- Está ocupada? Não? Que ótimo! Preciso que venha aqui em casa.
- Tá bom... - encerrei a chamada.
Garfield me encarou e miou novamente, me surpreendi quando consegui decifrar o que seu miado significava, o que basicamente é "você nunca irá conseguir me dar banho". Bom, pelo menos ele não contava com meu reforço.
Uns minutos depois eu abri a porta de casa para a Nina poder entrar.
- Bem, o que houve? - olhou com cenho franzido para os meus braços arranhados.
- Garfield não deixa eu dar banho nele. - resmunguei e fomos ao encontro do gato matador de humanos.
- Oi meu amor! - o gato foi se esfregando na perna de Nina, ela o pegou no colo e começou a conversar com o bicho, depois de uns minutos de conversa ela começou a molha-lo devagar e esperei o pior.
Mas incrivelmente nada aconteceu! Garfield apenas ficou parado. Abri a boca irritado. Comigo ele faz um escândalo e me arranha, mas com Nina ele fica parado como uma estátua???
Que tipo de poder ela tem??
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Mds q capítulo trabalhoso, simples mas trabalhoso. Eu sabia o que iria acontecer, porém não conseguia escrever absolutamente nada!!
YOU ARE READING
O Melhor De Mim
RomanceQuando pensam em Nina e Arthur, logo vem na cabeça o ódio. Eles se odeiam desde da primeira vez que se viram, todos sabem que eles são inimigos. Anos estudando juntos e sempre é a mesma coisa, brigas e mais brigas. Mas um dia em especial pode mudar...