Capítulo 15

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Arthur

Sento-me no sofá assim que Nina aparece na sala com um cobertor — que Léo pediu —, logo o jogando em direção ao meu rosto. Faço uma careta com o impacto e a olho feio, ela sorri inocentemente e vai para a cozinha assim que Léo a chama.

Continuo a olhando enquanto ela andava, pisco lentamente quando não consigo desviar o olhar e ela parece sentir que estou a observando, pois seu rosto vira para trás e eu encaro seus olhos. Ela prensa os lábios antes de virar o rosto novamente e sumir da minha vista.

Não demora muito para eles chegarem, Léo estava segurando dois potes enormes cheios de pipoca e Nina estava segurando três latinhas de refrigerante. Passo a língua nos lábios e olho para Léo.

- Você não acha que tem muita pipoca? - ele olha para os potes e nega.

- Não acho, esse daqui é pra mim - ele indica o pote com a cabeça - E esse aqui vocês dividem.

Ele me dá o pote e quase algumas pipocas caem, Léo se senta do meu lado esquerdo no sofá e Nina acaba se sentando do meu lado direito. Ela nos entrega as latinhas e coloca um filme na televisão.

- Vai mais pra lá! - Léo fala me empurrando, vou um pouco mais para o lado e pergunto ironicamente;

- Está mais confortável, princesa?

- Na verdade, não está. - ele fala forçando uma voz fina - Se o cavalheiro quiser pegar um travesseiro para mim eu agradeceria.

Reviro os olhos e bagunço seu cabelo sabendo que isso iria irrita-lo. Ele me olha feio e começa q resmungar tentando arrumar o cabelo.

Nina ri baixo e eu bebo um gole de refrigerante.

(...)

Léo e eu conversávamos sobre assuntos banais enquanto Nina estava no banheiro, ele está sentando em uma das poltronas, enquanto eu estou deitado no sofá.

Terminamos de ver o filme a poucos minutos, mas uma coisa aconteceu que me deixou.... hum... intrigado.

Estávamos no meio do filme quando eu fui pegar pipoca, minha mão foi para o pote — que estava um pouco menos da metade —, porém ao mesmo tempo Nina também direcionou sua mão para pegar pipoca.

E, assim que nossas mãos se encostaram, eu senti um sensação estranha. Era como se fosse um choque, olhei para o rosto dela que me encarou com o cenho franzido, parecendo que sentiu o mesmo.

Minha boca se entreabre assim que foco meu olhar em seus olhos azuis intensos. Era como se eu me perdesse naquela imensidão tão azul como o oceano. Sinto uma tensão se formar no ar, assim como aconteceu naquele acidente na diretoria.

Naquele momento era como se o ódio que sentíamos nunca tivesse existido. Era estranho, mas um estranho bom, muito bom na verdade.

Ela morde o lábio inferior e meu olhar escorrega até sua boca. Me aproximei um pouco sem perceber e engulo seco, Nesse momento era como se eu não conseguisse respirar, minha garganta ficou seca... e eu me pergunto até agora como esse acontecimento me afetou tanto.

Nina respira fundo e por algum motivo eu sabia que ela estava tão afetada como eu. Parecia que tinha se criado uma bolha em nossa volta, eu não me importava mais com o filme, eu não conseguia desviar o olhar de seu rosto tão... tão perfeito.

Mas essa bolha se estora como uma bolha de sabão assim que Léo começa a tossir sem parar. Ele parecia sem ar e eu arregalo os olhos dando tapas em suas costas até ele voltar ao normal.

Olho rapidamente para Nina que olhava para as mãos em seu colo me parecendo ofegante. Pisco duas vezes tentando ignorar todas as sensações que ainda sentia e volto meu olhar a televisão.

O resto do filme eu lutava com todas as minhas forças para não olha-lá e consegui cumprir essa difícil missão.

Por que eu senti tanto desejo de beija-lá naquele momento sem me importar com nada? Isso está totalmente errado! Nunca aconteceu algo assim e não vai acontecer novamente.
Bem, eu espero...

- Deve ser a comida que eu pedi. - Léo diz assim que o interfone toca me despertando dos meus devaneios.

Ele fala rapidamente com o porteiro e sai dizendo que voltava em alguns minutos.

Assim que ele fecha a porta, Nina aparece na sala ficando confusa quando não o vê. Ela levanta a sobrancelha assim que me vê deitado confortavelmente em seu sofá.

- Está bem a vontade, né? - sorrio de lado e assinto. - Eu quero sentar aí.

Passo a mão no meu cabelo.

- Por que não senta nas poltronas? - ela me encara como se eu perguntasse a pior coisa do mundo.

- Primeiro - ela levanta um dedo - O sofá é melhor e segundo a casa é minha e eu posso sentar onde eu quiser. - cruza os braços com a mesma expressão que faz sempre quando a provoco.

Tentando evitar um sorriso sento no sofá e ela vem para o meu lado com sorriso quase inexistente.

O celular dela toca e ela atende com um sorriso grande.

- Oi, Lucas!

Reviro os olhos, mas eles não se desgrudam nunca?

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Demorei 2 dias para escrever esse capítulo do mesmo jeito que eu pensei e acho que ficou bom.

O Melhor De MimTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon