Capítulo 20

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Nina

O silêncio instalado no ligar era confortável, mas, ao mesmo tempo desconfortável. Cristo, eu não consigo explicar!

Na verdade, percebi que eu estava fora do normal quando não conseguia nem concertrar-me no livro. Ao contrário dele que parecia bem interessado no que lia.

Vejo o horário pelo o celular, uma hora e vinte um minutos. Olho o céu pela janelinha que tinha, minha boca se puxa em um — quase inexistente — sorriso quando avisto o céu azul apenas com algumas nuvens.

Olho para as minhas pernas que balançavam levemente e trato de para-las imediatamente. Meu olhar varria todo o lugar, mas não ousava direciona-lo à Arthur que está sentado a minha frente apenas com uma mesa nos distanciando.

Ele vira a página do livro e se ajeita na cadeira. Respiro fundo e bebo um pouco de água da garrafa que estava dentro da mochila.

Pego um elástico de cabelo que também estava dentro da mochila e faço um rabo de cavalo desajeitado. Bufo quando não consigo ficar quieta de jeito nenhum.
Me levanto da cadeira e vou para perto da janela.

- Está inquieta, princesa.

Arthur fala de repente sem tirar o olhar do livro. Viro meu rosto olha-lo.

- Princesa?

- É. - um pequenino sorriso aparece no cantinho da sua boca. - Léo me contou do seu pijama. - Fofoqueiro!

- Ah - digo.

- Acho... - fez uma pausa e vira a folha do livro novamente - Tenho certeza que sei o porquê de você estar assim.

- Sabe? Então fala. - cruzo os braços.

Ele levanta o olhar até o meu, passa a língua nos lábios, fecha o livro deixando-o na mesa e se levanta com calmaria, andando com passos lentos até onde estou.

Continuo sustentando o olhar, estava um tantinho curiosa para ouvir o que ele diria, mesmo sabendo o que ouviria.

- Você está assim porque você não consegue esquecer o que aconteceu ontem. - ele fala baixinho enquanto sorri.

Viro o rosto para o lado desviando o olhar de suas íris pretas.

- Não aconteceu nada ontem.

Arthur ri baixo e segura meu queixo fazendo-me encara-lo. A esse ponto nossos rostos estavam muito próximos ao ponto de nossos narizes roçarem de vez em quando.

- Não? - nego com a cabeça - Acho que terei que te relembrar.

Engulo em seco.
Ele se aproxima mais um pouco e minha respiração fica mais escassa.

Está acontecendo novamente e dessa vez não irei permitir!
Mas... ele está tão próximo e fica meio difícil pensar ou fazer algo nessa situação.

E quando nossos lábios iriam se tocar, ele se afasta. Simplesmente se afasta.
Pisco um pouco desnorteada e ele sorri.

- Acho que pelo seu estado, você já deve ter se lembrado. - abro e fecho a boca uma três vezes mas não consigo falar nada.

Reviro os olhos e dou as costas e encaro o céu.
Um bico desapontado aparece em minha boca, não que eu queira beija-lo, claro que não! Eu só fiquei brava por ele ficar tão perto e... ah, não sei! Suspiro.

Hoje está um ótimo dia pra tomar um sorvete, e é isso que eu vou fazer! Só de pensar no delicioso sorvete de morango minha boca se enche de água.
Pego minha mochila e saio andando sem olhar para trás, porém paro na porta quando escuto sua voz.

- Já vai embora? - olho-o por cima do ombro.
Ele estava sentado na cadeira com o queixo apoiado na mão enquanto seus olhos continham um brilho indecifrável.

- O que você acha? - Arthur olha a janela e depois me encara.

- Vou com você. - ele diz por fim.

Semicerro os olhos e nego.

- Tchau, Arthur. - digo saindo da biblioteca.
Ainda escuto sua risada antes de andar em passos rápidos pelo longo corredor.

Ando — praticamente corro — o mais rápido que consigo para ele não conseguir me seguir, mas eu percebo que em vão, pois em pouco segundos ele aparece com um sorriso presunçoso.

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Eu demorei bastante pra escrever esse capítulo, pq o teclado desse celular q estou agora é totalmente diferente do antigo. Esse capítulo está curto pq eu estou escrevendo um capítulo especial para "O meu clichê".
Enfim... espero q tenham gostado do capítulo.

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