Capítulo 9

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Nina

Um suspiro aliviado sai dos meus lábios assim que ela fala que vai ser em dupla, mas quem vai escolher será ela. Se eu tiver um pouco de sorte, minha dupla pode ser uma pessoa inteligente e ganho nota alta.

A professora começa a falar as duplas e as mesmas vão se juntando.

- Leonardo e Lucas - Ah droga! - Arthur e... Nina.

Que????

Ah, não! Não, não, não!

Isso só pode ser um sonho, é, eu devo estar dormindo ainda. Me belisco para ter certeza que é só um sonho, mas faço uma careta sentindo a dor.

Abaixo minha cabeça, e só a levanto quando ouço barulhos da mesa se juntando com a minha. Pelo o rosto de Arthur, ele também não está muito feliz por ser a minha dupla. Ele se joga na cadeira e me olha com os olhos semi cerrados. Não demora muito para o sorriso típico aparecer no canto de seus lábios.

- Me admirando? - reviro os olhos.

Não respondo, pois a professora nos entrega a prova e sai andando batendo os malditos saltos no chão. Ignoro tudo ao meu redor e tento ao máximo me concentrar na prova. Consigo responder umas questões, mas tem uma que não estou entendendo nada, parece que essa merda de enunciado está escrito em grego.

Leio e releio várias vezes, mas mesmo assim não entendo. Leio de novo, porém Arthur começa a bater a caneta na mesa me descincentrando, respiro fundo tentando ignorar o barulho e leio novamente na esperança de o barulho cessar.

Sorrio internamente quando a sala fica novamente em silêncio, deixo aquela questão para depois e respondo as outras, não passa nem cinco segundos e ele começa a bater a caneta de novo.

- Será que dá pra parar com esse barulho? - sussurro entre dentes ainda olhando para o papel na minha frente.

Ele olha pra mim e não fala nada, sorrio vitoriosa quando ele para de bater a caneta. Desconfio um pouco do seu silêncio e fecho os olhos quando Arthur pega duas canetas e bate novamente na mesa, porém agora o barulho está mais alto.

Me descontrolo e dou um tapa forte na mão dele, que faz uma careta olhando para mim.

- Qual é o seu problema? - pergunto um pouco alto chamando a atenção da professora.

- Fiquem quietos! - bufo e ele sorri.

Balanço a cabeça e minha atenção volta para a prova. Tateio a mesa procurando a caneta azul, mas ela acaba caindo no chão, entre a minha cadeira e a de Arthur. Com um suspiro, me abaixo e estendo o braço, porém ao mesmo tempo Arthur se abaixa também e nossas cabeças se chocam.

Me ajeito na cadeira novamente com a mão na cabeça e com o rosto emburrado. O olho com meus queimando em irritação.

Geralmente eu não fico tão brava assim quando ele me provoca, mas eu estou com sono, então, me desculpe eu vou surtar por besteira sim!

- Por que você se abaixou também? - pergunto respirando fundo.

- Eu fui pegar a caneta. - ele aponta para o objeto ainda no chão.

- Não precisava - cruzo os braços.

- Eu estava tentando ser gentil!

E assim, se iniciava mais uma discussão nossa. Sempre brigamos por besteira, então os outros alunos já estavam acostumados.

- Obrigada pela a vossa gentileza - agradeço ironicamente - Mas, como eu disse, não precisava. - seguro o papel com força e volto a lê-lo.

- Você fica brava com tudo - escuto ele murmurar, o olho com a sobrancelha arqueada - O que? É verdade! - ele dá de ombros.

- Eu não iria ficar "brava com tudo" se você não me provocasse. - ele revira os olhos.

- Até quando eu respiro você se irrita! - abro a boca para retruca-lo mas ele me corta - E não venha falar que é mentira.

- Eu falo sim, isso é mentira!

A essa altura já estávamos com as vozes alteradas e completamente inertes a prova, era como se uma bolha tivesse se formado em nossa volta. Eu tinha até esquecido quem estava dando aula. Mas logo lembrei quando ouço uma tosse falsa, olhamos para frente ao mesmo tempo e vimos a professora nos encarando com uma cara nada boa.

Faço uma careta assim que ela começa a nos dar uma bronca, falando um monte de coisa que eu não entendi, ela falava rápido. A única coisa que entendi foi o final que era "vão para a diretoria agora!" E assim ela deu as costas e voltou para a sua mesa.

Eu e Arthur nos entreolhamos rapidamente antes de saímos da sala. Ando rapidamente sendo seguida por ele. A diretoria não era muito longe da sala, então em poucos segundos já estávamos em frente à porta.

Eu já tinha me acostumado em vir aqui, essa professora sempre nos mandavam para cá por qualquer discussão, mesmo que fosse uma pequena. Não enrolo muito e dou duas batidas na porta um "pode entrar" soa abafado e abro a porta.

A diretora levanta o olhar e assim que nos vê ela suspira.

- Deixa eu adivinhar, mais uma briga por algum motivo desnecessário?

Aperto os lábios me sentando em uma cadeira que tinha e Arthur se joga na outra cadeira ao lado.

- Que professora estava dando aula? - ela pergunta olhando para alguns papéis na sua mesa.

Pisco algumas vezes e olho para Arthur esperando que ele responda, mas pelo o que parece ele também não sabe o nome. A diretora, percebendo o nosso silêncio nos encara seriamente.

- Vocês não sabem o nome da própria professora?

- Em nossa defesa, são muitos professores, muitos nomes para decorar - Arthur fala dando de ombros.

- É, tenho que concordar - digo um pouco surpresa por concordar com ele.

A diretora massageia as têmporas e o toque de telefone soa na sala, ela o pega colocando no ouvido e começa falar com quem seja que a ligou. Me ajeito na cadeira e olho para o lustre no teto.

Ela desliga o telefone e diz: 

- Eu vou ter que sair, mas eu volto em poucos minutos. Não saiam daqui!

Ela sai ajeitando a roupa e deixa a porta entre aberta. Arthur começa a balançar a cadeira indo para trás e se equilibrando. Eu queria que ele caísse, já ia ficar mais feliz.

Como se eu possuísse algum tipo de poder, a cadeira tomba para trás e o mesmo cai fazendo um barulho estrondoso.

Arregalo os olhos e começo a rir, suas pernas para cima e sua face esbanjando desespero era uma cena muito boa de se ver. Ele me olha bravo enquanto resmungava de dor.

Ah, isso melhorou 50% do meu dia.

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Oioi! Gostaram do capítulo? Próximo capítulo o Arthur vai narrar!!

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