Capítulo 13

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Nina

Na manhã seguinte...

A campainha tocava sem parar um único segundo.

São seis horas da manhã. E tem algum infeliz na porta da minha casa. Às seis da manhã de um sábado!

Eu tentei ignorar até a pessoa ir embora — o que não aconteceu —, mas — com muita raiva — me levanto da minha cama quentinha e macia e em passos largos vou para a porta da sala.

Em todo esse tempo o desgraçado que estava do outro lado da porta ainda tocava a campainha. Destranco a porta e a abro.

- Finalmente!

Léo entra no meu apartamento como um furacão. O encaro incrédula, fecho a porta e cruzo os braços o vendo andar de um lado para o outro.

O que esse idiota está fazendo aqui?

- O que... como... como descobriu que eu moro aqui? - o interrogo.

- Isso não é importante! Eu preciso de você.

- Como assim "Isso não é importante"? - cruzo os braços - Eu nunca te falei onde eu moro. Como você sabia disso?

Ele me olha pela primeira vez e faz uma careta, provavelmente pelo o estado deplorável que estou. Reviro os olhos quando ele não fala nada e vou para o banheiro, para poder pelo menos lavar o rosto e escovar os dentes.

Léo me seguiu e ficou esperando pacientemente — ele batia os pés no chão e falava o quanto eu estava demorando — até eu ficar um tantinho mais apresentável.

Lavo meu rosto, escovo os dentes e passo a mão no meu cabelo tentando dar um jeito nesse ninho de pássaro. Por fim, o prendo em um rabo de cavalo bem mal feito, vale ressaltar.

- Pode me falar o que você quer aqui às seis horas da manhã? - pergunto.

- Preciso urgentemente da sua ajuda! - levanto uma sobrancelha o incentivando a continuar a falar - O Arthur bloqueou o meu número! Eu não sei o que eu faço! - ele diz como se fosse o fim do mundo.

Minha boca se entreabre com a indignação. Ele veio aqui só para isso? Mas que merda! Hoje é sábado! Ninguém acorda outra pessoa em um sábado para falar que o amiguinho o bloqueou!

- Eu digo o que você vai fazer. - ele me olha esperançoso, seguro o seu braço e o puxo para a sala - Você vai embora daqui e vai para sua casa!

Abro a porta, porém ele fecha.

- Não! Você vai me ajudar! - bufo e ele começa a andar em forma de círculos na sala enquanto passava a mão no cabelo - E se ele não falar mais comigo? Ele nunca me bloqueou antes, nem nas nossas piores brigas. E se eu acabei com a nossa amizade? Eu não quero que isso aconteça! Me ajuda, Nina! Por favor...

Ele falou com um tom tão triste que eu fiquei morrendo de dó. Toda a minha raiva foi embora e a compaixão se apoderou do meu corpo. Dou um sorriso reconfortante e assinto.

Ele sorri e me abraça apertado.

- O que eu tenho que fazer? - pergunto assim que nos afastamos.

Ele se senta no sofá e me encara.

- Você não vai se sentar? - dou de ombros e sento-me ao seu lado - Você poderia ligar para ele.

Arqueio a sobrancelha, ligar para Arthur?

- Eu não tenho o número dele. - falo simplesmente, Léo fica surpreso.

- Não? Mas vocês se conhecem a taaanto tempo. - o olho com tédio - Ah, é mesmo! O ódio, inimigos mortais, querem se matar, não se dão bem, o santo não bateu. - ele falava enquanto contava nos dedos - E por fim, você acha ele um idiota, babaca, chato, irritante, arrogante, orgulhoso, antipático... - tampo a sua boca com a minha mão.

- Se você continuar eu não vou poder te ajudar. - ele parece se lembrar o motivo de estar aqui e fica com o rosto apreensivo.

- É mesmo! Enfim, eu te falo o número dele. Problema resolvido! Você liga e diz que eu quero falar com ele.

- Por que você não liga? - ele estala a língua.

- Porque não! Vai logo!

Vou para o meu quarto, pego o meu celular e volto para a sala. Léo me fala o número e eu ligo.

É bem provável que ele não atenda. Mas estou ligando por Léo, o coitado está entrando em desespero a cada segundo que passa.

Quem diria, agora eu estou às seis e vinte da manhã ligando para Arthur. Na verdade eu nem preciso me preocupar, ele não vai atender.

Depois de uns segundos longos levo meu dedos para o botão vermelho para encerrar a chamada, porém meu dedo trava assim que ele atende.

- Alô... - a voz rouca soa e eu engulo seco.

Olho para Léo que me encarava sorrindo e respiro fundo.

Por que eu estou assim... nervosa?

- Oi, Arthur... - falo baixo.

- Baixinha? Por que está me ligando? - pergunta confuso.

- Hum... é que... bem... - afasto o celular do meu rosto e sussurro para Léo - O que eu falo?

Ele revira os olhos como se eu tivesse feito a pergunta mais idiota do mundo e fala para eu me virar.

- Nina?

- Leonardo está na minha casa, ele está desesperado porque você o bloqueou. Então, faça o favor de o desbloquea-lo para ele ir embora da minha casa e eu puder voltar a dormir.

Léo me olhava incrédulo e sussurra:

- Precisa ser rude? - reviro os olhos.

- Segura o celular, agora é a sua vez. - praticamente jogo o meu celular em seu colo e ele segura com um bico emburrado.

- Agressiva!

Cruzo os braços o dando as costas, mas ainda prestando atenção na conversa. Eles falaram um pouco e escuto Arthur dizer que o bloqueou pelo fato de que Léo não parava de matar mensagem às cinco da manhã.

- Eu queria conversar com o meu melhor amigo!

- Podia conversar com o seu cachorro.

- Você sabe que ele fica bravo quando eu o acordo.

- Eu estou brava porque você me acordou. - me intrometo.

- Shiuu. - ele coloca seu indicador na boca indicando para eu fazer silêncio.

Bufo e deito no sofá, eu estava inerte para o resto da conversa, mas minha atenção a voltou completamente quando eu escutei Léo falar algo.

Ah, não!

Leonardo é um homem morto!

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O que vocês acham que ele falou??

O Melhor De MimNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ