V- O que eu tenho na cabeça?

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JÉSSICA

COLOQUEI A chave na mesinha ao lado da porta, tirei o celular do bolso e o joguei em cima da cama, depois retirei o que calçava, pra ficar mais à vontade. Ouvi batidas na porta e fui abrir.

— O que você quer, Peter? - disse ao abrir a porta.

— Você volta para o Brasil hoje à noite, não é?

— Sim.

— Isso quer dizer que vamos demorar a nos ver outra vez.

— Isso é ótimo, não é? - disse sorrindo e voltei para apanhar meu sapato no chão do quarto e colocar ao lado do armário - Vou aproveitar que o Edu ainda não está no hotel e vou ajeitar minhas coisas, pra deixar já tudo certinho.

Ouvi a porta bater e olhei para trás. Pensei que o cretino havia ido embora, mas não. Ele entrou, fechando a porta atrás de si e veio caminhando até mim, como se eu fosse um pedaço de carne e ele, um leão faminto.

Fingi não perceber nada, abri o armário e peguei as malas de dentro. Quando comecei a pegar algumas peças para colocar na cama, senti a mão do Peter sobre a minha e seu corpo encostar no meu por trás.

— Quero te desejar uma boa viagem - ele sussurrou e antes mesmo da informação ser processada, ele girou o meu corpo pra ele, como se estivéssemos dançando e me parou, segurando em minha cintura e colando meu corpo no dele.

— Peter...

Não tive tempo de falar ou argumentar. Sua mão já estava em minha nuca, com os dedos emaranhados em meus cabelos e sua boca colada na minha. Eu queria empurrá-lo, acabar com aquele contato... mas meu corpo não me obedeceu, nada em mim me obedecia.

Ele usou a mão livre e fechou a porta do armário, que era de correr. Com seu corpo ele me pressionou contra o armário e intensificou o beijo.

Foi um beijo cheio de desejo e vontade. E por mais que minha razão dissesse que era errado e que não deveria fazer aquilo, meu corpo e meus desejos falavam por mim.

— Não deveria ter aberto aquela porta, senhorita... - ele disse afastado milímetros a sua boca da minha. Girou o corpo dele com o meu e me jogou na cama.

Todo o meu plano de ficar longe dele, de não deixar ele se aproximar, de não fazer coisa errada, foi por água abaixo. Meu desejo estava à flor da pele e meus instintos, mais do que nunca, vieram à tona. Peter me olhava com um desejo visível e aquele olhar mexia com minha libido e comigo de um jeito tentador. Ele veio até a cama, devagar e sem tirar os olhos de mim. Pensei em correr, sair dali, mas meu corpo o queria, o desejava intensamente, e o modo como ele me olhava e seu beijo só me faziam querer mais. Ele subiu na cama, devagar e sem perder o contato visual, eu me afastei até não ter mais cama pra ir... me encostei na cabeceira.

— Peter, sai daqui!- as palavras saíam de minha boca, mas todo o meu corpo falava o inverso.

— É isso mesmo que você quer, Afrodite? Me bate, me manda embora... Abra aquela porta e me expulse daqui... agora!- aquilo me soava mais como uma oferta em um cardápio... era como se ele estivesse me tentando e conseguindo toda a minha atenção focada nele.

O seu tom de voz, em minha razão soava como um alarme, mas para todo o resto era como um chamado inebriante para o pecado e eu queria pecar. Não reagi, não era aquilo que eu queria e eu não estava em mim. Meu desejo e meu lado que eu não controlava, tomaram conta do meu ser. Ao invés de mandá-lo sair, eu sorri pra ele e mordi o lábio. Ele sorriu de volta, entendendo totalmente o que eu queria, e passou a língua nos lábios dele. Segurou minhas pernas pelos tornozelos e me puxou pra ele, ficando sobre mim.

Trilogia: POR QUE NÃO? A Verdadeira Jéssica - Livro 3Where stories live. Discover now