JÉSSICA
— VOCÊ ESTÁ saindo com o Bruno Toledo? É sério isso?
— Qual o problema?
— Nenhum. E pelo jeito você não conhece o Bruno.
— Não tenho nada sério com ele. E por que você tá dando uma de que está incomodado?
— Não estou incomodado. Você é solteira, pode sair e dar pra quem quiser por quanto tempo quiser. Só esperava um pouquinho mais de você.
— Como assim?
— Eu gostaria de meus pagamentos, mas agora vou repensar a forma de você me pagar.
— Como repensar? Você queria noites de sexo...
— Sim, mas... sendo honesto, não quero pegar nada que venha do Bruno.
— Ei! Eu não sou um objeto! E não tenho nada sério com o Bruno. Só... foi para uma campanha...
— Sério? Acha mesmo que sou criança e vou cair nessa historinha pra boi dormir?
— Pedro... façamos assim. Eu vou levar a Nina pra casa amanhã à tardinha e posso te encontrar...
— Pra que? Você continuar mentindo? Eu gosto de jogar limpo, Jéssica e você está tentando me fazer de besta! Em quantas coisas será que você não me enrolou...
— Tia Jéssica, posso ir no parquinho aqui do lado com a moça? - Nina chegou perguntando com a Rosa e a Talita.
— Olha boneca, a sua tia, já está de saída - disse o Pedro olhando pra Nina. Sério, ele chamou ela de boneca como o cretino do Peter faz?
— Me dê só um minutinho, Nina. Já vamos pra casa.
Peguei no braço do Pedro o afastando delas.
— Acho que realmente precisamos conversar. Então, me dê um voto de confiança e vamos nos ver amanhã?
— Vou pensar e te ligo.
Ele voltou pra onde elas estavam, se despediu da Nina, me cumprimentou somente com um aceno de cabeça e foi embora.
Percebi que a Nina ficou triste por não ter ido no parquinho.
— Nina, façamos assim... eu trago você amanhã à tarde, antes de te levar para casa, está bem?
— Não quero mais.
— Por que não?
— Por que amanhã não vai ter a Rosa pra eu brincar...
— Tá. Olha, o parque e o circo ainda vão ficar um tempinho, então, eu vou perguntar ao Pedro se ele não trás a sobrinha pra vocês poderem brincar, está bem?
— Promete?
— Prometo. Ao menos vou tentar.
— Tá bem - ela segurou a minha mão e fomos para o meu carro.
No outro dia, acordei me sentindo culpada, mesmo não tendo motivos para tal.
— Nina, você quer ir ao supermercado comigo?
— Já tava na hora, né tia Jéssica? Não tem nada nessa sua geladeira! - comecei a rir da bronca e da sinceridade dela. Era a cara dela falar sem filtros.
— Você me ajuda a fazer uma lista?
— Tá.
Entreguei papel e caneta a ela, ela sentou-se na cadeira da mesa da cozinha e eu comecei a ditar o que colocar na lista.
YOU ARE READING
Trilogia: POR QUE NÃO? A Verdadeira Jéssica - Livro 3
RomanceJéssica é uma linda mulher empresária no auge dos seus 35 anos. Determinada e sagaz, porém insegura. Esconde segredos que destruiriam laços familiares, sempre os mantendo bem guardados em sua mente perspicaz e audaciosa. O Destino lhe traçou um cam...