XLII- Não minta!

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JÉSSICA

ELE TIROU seu pau de dentro da garota, e foi em direção a uma porta, só depois eu soube que era um lavabo. A tal Jackeliny ajeitou seu vestido,ou seja, ela não estava usando calcinha, pois não a vi procurar ou vestir alguma. Eu desci da mesa e comecei a me ajeitar... Peter voltou pra onde estávamos e quando se aproximou, ele deu um beijo no rosto da garota e veio até mim.
— Está chateada por que não gozou? - era evidente em minha cara, que por mais prazer que eu tenha sentido, não ter gozado me deixou frustrada - se quiser, posso te dar mais prazer do que você imagina ou deseja... já lhe disse, basta dizer sim.
— Eu tenho um namorado... e não vou lhe dizer sim - era óbvio que o sangue ainda não tinha retornado todo para o meu cérebro, pois aquilo era a maior idiotice que eu poderia dizer.
— Aquele Bulldog? Meu dedo mindinho deve te dar mais prazer - ele gargalhou e foi até a porta, destrancou, ajeitou seu smoking, abriu a porta, soltou um beijinho pra Jackeliny e piscou pra mim, saindo logo em seguida.
— Idiota!
— Olha, eu não quero me meter, pois está claro que há uma tensão sexual imensa entre vocês dois... fora outras coisas que eu prefiro não dizer, pois pela cara que você está fazendo pra mim agora, não é nada que você vá assumir - disse a tal Jackeliny.
— Não há nada entre o Peter e eu!
— Sei... Papai Noel também só é em dezembro... olha Jéssica, vejo que o Peter está bem interessado em você. Eu não sei se vocês já namoraram ou se só ficaram, mas é nítido que ele deseja você.
— Aquele dali deseja qualquer coisa que tenha uma saia e respire! Se colocar uma saia em um cachorro, ele vai querer transar...
— Conheço o Peter há anos...  ele sempre foi muito discreto. Mas não dessa vez. E eu, se fosse você... não perderia a chance. Ele é de longe o cara mais gostoso que já tive a sorte de pegar.
Ela terminou de se olhar no espelho do lavabo, enquanto me dizia tudo aquilo, apagou a luz do local e foi até a porta. Colocou a mão na maçaneta e me olhou.
— Você não é lésbica. Perceberia se fosse... eu sou! É muito mais fácil pra mim querer uma vagina que um pênis. Mas acredite... gosto e me relaciono com mulheres...
— Então o que estava fazendo com o Peter? O conhece de onde?
— Fomos amigos de faculdade, eu, ele e o Raffa. Nos ajudávamos a pegar mulheres, mas numa noite de bebedeira... acabei transando com ele. E antes que você pergunte... sim, já tive namorados, transei com homens, mas hoje em dia não mais... o único homem que se me chamar pra uma trepada, eu vou... é o Peter. Porque ele é gostoso! Então querida Jéssica, você está perdendo um ótimo partido, em todos os sentidos da palavra.
Ela saiu e me deixou lá pensando que mais uma vez eu fiz merda. Quando finalmente consegui voltar para o salão, estava no meio dos parabéns

 Quando finalmente consegui voltar para o salão, estava no meio dos parabéns

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RAFFAEL

— PELA MILÉSIMA vez, Gabrielly, eu não tenho nada com a Olga!
Ela parecia não me ouvir ou ignorava o que eu falava.
— Gaby, ao menos para pra escutar o que ele tem a falar... - tentou argumentar a Fabrícia.
— Não quero ouvir nada! Eu vi! - ela apontou o dedo pra mim.
— Gabrielly... escuta!
— Não. Eu não quero escutar nada! Pra quê? Pra você tentar mentir?
— Gaby, para com isso! O que está acontecendo com você? - perguntou Fabrícia totalmente perdida na situação.
— Fa, vá arrumar suas coisas que eu vou terminar aqui e pegar as coisas da Mel.
— Olha o que você está falando. Pra onde você vai?
— Pra qualquer lugar, até pra debaixo da ponte! Mas eu não vou ficar aqui. Aliás, nós não vamos ficar aqui mais e atrapalhar o senhor, Senhor Parker!
— Meu Deus Gabrielly, deixa de ter cabeça dura e pare de me julgar de modo errado sem me escutar.
— Já disse, eu não preciso ouvir suas desculpas esfarrapadas... eu vi, com meus olhos!
— Esfarrapadas? Isso não é uma roupa rasgada?
Fabrícia começou a rir e a Gabrielly jogou um sapato nela e olhou pra ela de cara feia, fazendo um gesto para que a mesma fosse arrumar as coisas dela. Fabrícia então saiu derrotada indo para a sala. Não vi alternativa e comecei a retirar tudo que ela colocava na mala. Ela colocava e eu retirava.
— Porra! Para com isso!
Ela me olhou com uma cara péssima. Seus olhos amendoados estavam negros de raiva. Mas eu só queria que ela parasse um pouco para que pudéssemos conversar.
— Gabrielly, eu estou lhe pedindo, por favor me escute.
— Já disse, não perca seu tempo.
— Me dê ao menos um minuto e eu... - a campainha começou a tocar freneticamente. Logo a Fabrícia abriu a porta, enquanto eu tentava em vão fazer com que a Gabrielly me escutasse.
— Sai daqui, ao menos me deixe fazer minha mala em paz...
— Raffa... - olhei pra porta do meu quarto e vi a Olga parada - ela é a Gabrielly, não é?
Gabrielly ficou me olhando incrédula pela presença da Olga ali. Mas nem eu sabia que ela viria.
O que acontece é que depois que voltei de Paris, minha relação com a Olga ficou maravilhosa, mas não como pensam. Ela foi uma paixão da juventude, mas percebemos que isso ficou no passado. Claro que, eu não posso justificar minhas ações com "Eu sou homem" mas é claro que houve sim, no momento em que esclarecemos as coisas, um desejo de ver como tudo seria. Aconteceram beijos e carinhos, mas nada além. E assim, desde aquele dia, voltamos a nos falar com mais intimidade, já éramos amigos antes do Peter, agora só voltamos a ter mais intimidade.
E a questão com a Gabrielly é que aconteceu tudo muito rápido. Depois que voltei de Paris e descobri que na verdade ela mentiu que estava doente para poder ficar ao lado da filha, eu comecei a olhar a Gabrielly de outra forma, até porque o Peter não deixaria passar em branco.
Juntos, eu e ele, fizemos muitas coisas pra ajudar a Gabrielly. Mas mesmo com toda essa ajuda, e para proteger a Melissa, tive que tomar uma decisão meio precipitada aos olhos de alguns. Mas essa decisão no fim, estava sendo muito boa pra mim. Pude conhecer melhor a Gabrielly, sua amiga e sua filha.
A decisão foi trazer as três pra morar comigo. Tudo porque o pai da Melissa é um cara da pesada e apareceu do nada, fazendo ameaças e cobrando por coisas que não deveria cobrar.
Gabrielly morando onde morava, sem nenhum tipo de segurança ou proteção e com o Peter me torrando o saco, foi a melhor opção que pensei no momento. E tudo isso me aproximou dela.
— Raffa, você pode me deixar sozinha com ela?
— Eu não quero ficar sozinha com a senhorita! Acaso vocês pensam nos sentimentos das pessoas? Coitado do senhor Johnson... sendo traído pela noiva e seu melhor amigo.
— Pela milésima e uma vez... eu não tenho nada com a Olga. Somos somente amigos!
— Amigos que se beijam na boca?
Respirei frustrado.
— Gabrielly, eu beijei o Raffa. Sempre fiz isso - é claro que a Olga tava mentindo, mas creio que era pra amenizar a situação - faço na frente do Peter. O que você viu foi um beijo sem... nada demais. Se quer saber, nem língua rola. Foi só um selinho, mais demorado.
Gabrielly me olhou assustada.
— Olha, pensa comigo... é aniversário do meu noivo com a família dele, toda lá. Eu não seria tão burra em beijar o melhor amigo dele e ser pega, se esse beijo não fosse algo sem... importância sentimental - ela parou de colocar as roupas na mala e pareceu pensar que o que a Olga disse, fazia total sentido. E Olga, esperta como sempre foi, viu uma luz no fim do túnel e se aproximou, segurando as mãos da Gabrielly e olhando nos olhos dela - Olha, o Raffa é maravilhoso e ele me falou de você. Vocês estão se envolvendo, não é?
Ninguém além de mim, da Gabrielly e o Peter sabiam de nosso envolvimento recente. A Olga soube com certeza pelo Peter, ou deduziu após o ocorrido e pela reação da Gabrielly.
— Vocês não estão juntos?
— É claro que não! O Raffa é lindo, mas eu adoro aquele moreno.
— Viu, Gabrielly? - me aproximei e ela ficou olhando nós dois. Olga disse que iria esperar na sala, saiu e fechou a porta. Segurei nas mãos da Gabrielly e olhei no fundo dos olhos dela - não sabia que você era tão brava - ela deu um sorrisinho e eu aproveitei e puxei ela passando o braço por sua cintura - posso pensar que isso foi um ciumezinho?
Ela sorriu de canto e ficou vermelha. Beijei aqueles olhos amendoados lindos dela e distribui beijos por seu rosto, coloquei uma das mãos em sua nuca e selei nossos lábios.
— Olha, acho que se continuarmos juntos, você terá que confiar em mim.
— Tem muito tempo que não me envolvo com ninguém. E mesmo eu gostando de você, quero ir com calma. Não posso me machucar, pois agora eu não sou sozinha.
— Eu entendo, mas como você vai explicar tudo isso pra Fabrícia e a Melissa?
— Pode deixar, eu dou um jeito.
— Então, o que você foi fazer lá? - eu estava abraçado com ela pela cintura.
— O Caio conseguiu meu número, não sei como, e ligou dizendo que sabe onde a Mel tá estudando. Disse que também sabe que você é meu chefe e que está no seu encalço. Fiquei com medo de ele ir atrás de você na festa.
— E você se arriscou deixando a Mel sozinha pra ir me avisar?
— Eu te liguei, mas imaginei que havia muito barulho e você poderia não ouvir o celular tocando. Quanto a Mel... ela estava com a Fa.
— Tudo bem. Vou falar com Peter e aumentar a segurança na JJohnson e eu vou contratar alguém pra ficar perto de vocês quando eu não estiver.
— Você tem que ter alguém com você... ele vai querer tirar de mim, toda a proteção que eu tiver e você, e o Peter, são os alvos dele.
— Fique calma. Vou falar com o Peter.
— Você vai voltar pra festa?
— Você se importa?
— É aniversário dele, você não deveria ter vindo! Nem a senhorita Olga...
— E correr o risco de chegar aqui e você não estar mais? - Dei novo beijo nela, soltei sua cintura e no exato momento a Melissa adentrou ao quarto.
— Mamãe, tô com sono. O que vocês estavam fazendo?
— Oh amor! Vem aqui que vou te colocar na cama - Gabrielly pegou Melissa no colo e foi saindo e explicando - só estava ajeitando a gravata do senhor Parker.
Voltei pra sala e chamei a Olga pra retornarmos para a festa. Mas antes de sair disse a Fabrícia que se acaso a Gabrielly resolvesse sair do apartamento, que ela deveria me ligar. Disse que havia um cartão de visitas meu, preso na porta da geladeira.
Voltamos pra festa e quando adentramos estava terminando os parabéns

Voltamos pra festa e quando adentramos estava terminando os parabéns

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Trilogia: POR QUE NÃO? A Verdadeira Jéssica - Livro 3Where stories live. Discover now