LVII- Não quero mais.

163 29 13
                                    

JÉSSICA

NAQUELE DIA quando voltei para o meu apartamento fiquei com mil e um questionamentos em mente. Mas o principal deles era

Como posso ter um filho sozinha?

Mas é evidente que muitos outros questionamentos passavam pela minha cabeça.

Como seria a reação do James se eu contar a ele que será pai?

Eu posso aceitar ser sua amante pelo resto da vida só para que essa criança tenha um pai?

Foram muitas questões para as quais, eu de cabeça quente, não tinha resposta. Só que uma coisa martelava ainda mais não ter a criança.

— Meu pai jamais me perdoaria se eu fizesse isso. E se o Eduardo descobre que eu abortei? - passava as mãos pela cabeça tentando buscar alternativas - Ah meu Deus, me dê uma luz.

Os enjoos estavam mais e mais fortes e decidi procurar um médico. Após muitos e muitos exames, já que eu não quis dizer logo de cara que suspeitava que estava grávida, na verdade, eu ainda tinha esperança que não estivesse grávida do meu ex.

— Senhorita Gomes, a senhorita está grávida!

— Quanto tempo?

— Ao que tudo indica, entre quatro e seis semanas. Está bem no início. Meus parabéns!

— Então é por isso os enjoos?

— Sim. Assim como as tonturas e quedas de pressão. Eu vou passar algo para lhe ajudar.

— Obrigada.

— Creio que quanto antes a senhorita iniciar o pré-natal, será melhor.

— Farei isso.

— Senhorita, sei que não tenho nada a ver com isso, mas não me parece muito animada.

— Problemas no trabalho.

Agora estava certo, estou mesmo grávida. Mas a ideia de ainda não levar adiante a gravidez, continuava martelando minha cabeça. Meu medo de decepcionar o Eduardo era muito grande.

Praticamente nada ficava no estômago e a Gabrielly passou a ser muito útil. Ela me ajudava, dando dicas de como passar por todo esse turbilhão.

— Sei que deve estar sendo muito difícil se alimentar. Quase nada deve ficar no estômago, então uma dica que dou é quando senti vontade de comer algo, coma. Faça o possível para comer. Pode ser que jogue tudo pra fora, mas o pouco que ficar já ajuda.

— Parece que o remédio que o médico passou não está resolvendo de nada.

— É porque tá muito no início e é seu primeiro filho.

— Foi assim com a Melissa?

— Uma coisa que a senhorita não deve saber, mas eu perdi um bebê bem no iniciozinho da gravidez.

— Ah foi?

— O Caio, pai da Melissa ele quando eu engravidei, ele mudou da água para o vinho. Ele já era torto, só que eu não sabia porque ele me tratava bem. Só que, quando disse a ele que estava grávida, ele me pediu pra abortar, mas eu me neguei. Ele ficou dois meses sem aparecer e quando apareceu, parecia arrependido. Me disse que havia sumido porque estava montando uma casa pra gente morar.

— E era verdade?

— Sim. Eu tava cega de amores por ele. Meus pais me pediram pra que eu não voltasse com ele. Mas pensei ele é o pai do meu bebê. E me ama Quando eu cheguei a casa era linda. Ele estava começando a montar um quarto para o bebê. Mas com um mês que voltamos, ele procurou uma briga comigo do nada e me bateu. Me espancou na verdade eu acabei no hospital e perdendo o bebê.

Trilogia: POR QUE NÃO? A Verdadeira Jéssica - Livro 3Where stories live. Discover now