VII- Substituindo a emoção pela razão.

207 38 20
                                    

JÉSSICA

ERA SÁBADO, folga. Acordei pensando, "O que vou fazer o dia todo?"

— Eu poderia fazer uma faxina pra me cansar. Mas fala sério, dona do lar já foi a época, não estou desmerecendo nada, mas não é minha meta no momento. Minha meta agora é trabalhar para poder contratar alguém que faça isso por mim. Vou tirar o dia pra mim!

Tomei um banho demorado, não lavei os cabelos, pois para o que eu pretendia fazer, seria perda de tempo. Saí do banheiro vestida num roupão felpudo que ganhei da minha mãe um pouco antes dela falecer. Fui até o armário, apanhei uma calça de linho azul turquesa, uma blusa de cetim marfim e um scarpin azul petróleo. Me vesti, coloquei acessórios, apanhei uma bolsa que combinava com o que usava, coloquei carteira com documentos, celular e outros apetrechos que sabem como é. Mulher, quanto maior a bolsa, mais coisas colocamos dentro. Apanhei as chaves de casa e do carro e saí. Primeira parada... salão de beleza.

Naquele sábado, fiz depilação, cabelo e unha. Depois fui almoçar num restaurante que eu adorava, shopping em seguida. Fui passar o tempo, comprar umas coisinhas, mas lembrei-me da confraternização que seria em vinte dias e pensei "Melhor comprar uma bela roupa pra usar e se necessário, um sapato e bolsa.

À noite liguei para algumas amigas de balada e marcamos um barzinho, eu não havia me produzido toda, sofrido feito cão pra fazer depilação, para não mostrar pra ninguém.

— Nossa, Jéssica, já faz um bom tempo que não saímos pra lugar algum. Você se isolou, menina! - disse Sabrina, uma amiga baixinha com seios fartos e cabelos encaracolados. Ela era a mais divertida do grupo, e acho que o senso de humor dela era o que atraía os homens, por isso ela nunca estava sozinha. Sempre tinha alguém na lista para escolher.

— Trabalho.

— Precisa suavizar às vezes – disse Caroline. Essa era mais tranquila, publicitária, loira, não muito alta e nem muito baixa. Era a que levava todas para casa. Não bebia, ficava a noite toda só na água com gás e no máximo, um coquetel sem álcool.

Entre as amigas estavam, além da Carol e Sabrina, Erika e Dandara.

A noite estava muito agradável, a temperatura estava perfeita, não estava frio e não estava escaldante. O bar tinha música ao vivo e fomos colocar o papo em dia. Às 23:00, a Sabrina avisa:

— Meninas, duas mesas para a direita. Olhem que bebês lindos!

Tínhamos uma regra, quando a "presa" era avistada, cada uma olhava de relance, uma de cada vez, para não assustá-lo. Assim, não chamávamos a atenção e todas poderiam ver. A regra era... por ordem alfabética... Carol, Dandara, Erika, eu e Sabrina. Mas como naquele dia foi a Sabrina que notou os caras, ela não precisava olhar novamente. Assim, começamos o flerte com os caras da mesa, porém na mesa haviam quatro caras e estávamos em cinco.

— Quem vai pular fora? Ou alguém quer dividir? – perguntou debochada, Erika.

— Deixem eles decidirem.

O flerte levou em torno de quarenta minutos até um deles vir à nossa mesa.

— Boa noite, meninas!

— Boa noite! – respondemos juntas.

— Me chamo Bruno, e posso oferecer um drinque a vocês?

— Você vai pagar um drinque para cada?

— Sim. Mas não pagarei sozinho. Meus amigos gostariam de conhecer vocês. Posso? – ele disse de modo que entendemos que ele queria saber nossos nomes.

— Sou Sabrina.

— Prazer, Sabrina!

— Essa é Erika. Aquela é Dandara, Carol e Jéssica! – falou e eu estava ao lado esquerdo dela.

Trilogia: POR QUE NÃO? A Verdadeira Jéssica - Livro 3Where stories live. Discover now