Vingança

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Emma Swan

O copo com um suco de laranja rondava entre meus dedos, distraidamente, enquanto observava meu redor, desde a mesa posta em um quintal vasto e bem cuidado até ao jardim de dar inveja a qualquer um que vivesse apenas em apartamentos sem verde algum, e poderia continuar detalhando cada vez mais as cores do roseiral que havia ali se não fosse a presença da voz rouca invadindo meus pensamentos e o jardim.

— Mama? Cheguei, cadê vocês? — A voz ia se aproximando gradualmente, então recostei-me na cadeira, sentindo um pouco do sol suave resvalar em meu rosto antes de ver a feição surpresa de Regina ao me encontrar ali.

Touché.

— Boa tarde, srta. Mills. — Cumprimentei educadamente, observando como sua feição transitava entre surpresa e uma leve irritação.

— O que diabos você faz aqui? — Questionou, depositando sua bolsa na cadeira em minha frente, parada em pé como se estivesse pronta para me atacar, defender seu território, mesmo que usasse roupas casuais, como uma calça jeans e uma blusa delicada de botões perolados, diferente das roupas ostensivas que usava na empresa.

— Você disse que não ficaria surpresa em me ver em um almoço de domingo na sua casa, pois bem, aqui estou — Abri um sorriso jocoso, pingando a desdém, sentindo um prazer quase maldoso em ver seu rosto se retorcer em cólera. — Estava certa.

Ela estava se corroendo de raiva? Ótimo, era assim que eu queria.

— Ah, Swan, você não deveria ter feito isso... — A ponta de sua boca se ergueu, em um singelo iniciar de sorriso que sinceramente me deixou atenta a cada ação sua, cada movimento. Desde aquele momento eu não duvidava de nada que ela pudesse fazer, então cautela era realmente necessária.

— Regina, que bom que chegou, já estava pedindo para Zelena ligar para você. — Cora comentou ao voltar da cozinha, abraçando a sua filha mais velha de lado, antes de depositar uma travessa de vidro sob a mesa, voltando-se para mim — Sua irmã convidou a Emma para o almoço, não é incrível?

Inclinei meu rosto para o lado, apoiando o mesmo em minha mão, sorrindo ao encarar o sorriso brilhante que a latina deu para sua mãe, agindo dissimuladamente.

— Com certeza — Riu, virando-se para me olhar nos olhos — Se Zelena não chamasse eu com certeza chamaria.

E provavelmente tentaria me matar afogada na sua banheira.

Ri, em consternação, observando como Cora parecia feliz ao começar a preparar a mesa para quatro lugares a céu aberto. Suspirei, ignorando a presença da minha colega de trabalho, voltando a fechar os olhos para sentir um pouco mais do sol que tocava minha pele delicadamente, em um abraço quente, esperando a presença da anfitriã ruiva.

— Voltei, parece que erraram na compra de algum material da construção da nova loja que estamos construindo — Zelena falou, efusiva, balançando seu celular de um lado para o outro, antes de sentar do meu lado, olhando sua irmã antes de deixar um beijo demorado em minha bochecha — Espero que não tenha se entediado na presença da Regina. — Riu, fazendo-me a acompanhar. Ela estava provocando.

A morena bufou, tirando um cigarro de sua bolsa, ignorando nossa presença com suas ações, mas sendo parada por Cora, que arrancou o papel de sua boca, a repreendendo com o olhar.

— Você deveria parar com isso, sabe que não é necessário — A mais velha falou, usando um tom mais sério do que eu lembrava desde as vezes em que a vi, colocando o cigarro no bolso da sua calça — Hábitos se tornam vícios.

LETALIDADWhere stories live. Discover now