Dissimulação

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Emma Swan

Meus olhos se arregalaram levemente ao escutar a proposta de Regina, notando cada vez mais como a morena poderia não ter escrúpulo algum quando se tratava de fazer algo a seu bel prazer, porém, a ideia de observar como ela agiria ao mentir e manipular me era muito atraente, afinal de contas eu poderia entender seus trejeitos ao fazer cada uma dessas coisas, para ajudar futuramente para quando a mesma fizesse isso contra mim.

— O que você quer dizer com isso? — Indaguei, fingindo cautela, observando sua sobrancelha demarcada se erguer antes de revirar os olhos, como era tradicional.

— Exatamente o que eu disse — Apoiou a mão na lateral do meu pescoço, passando as unhas ali distraidamente, sabendo que era um ponto fraco meu — Estão nos observando neste exato momento e precisamos deletar isso, como se nunca tivesse acontecido nada. Nada.

Inclinei a cabeça para o lado, sentindo ainda seus dedos brincando na área sensível, apreciando seu toque mesmo que fosse contra muitas das coisas que povoavam minha mente agitada, fazendo-me suspirar, incomodada.

— E como faríamos isso?

— Precisamos ir para a sala de segurança, que fica no subsolo — Respondeu, deixando sua boca próxima à minha como em uma tortura deliciosa, raspando nossos lábios — E então dar um jeito de deixar que apaguemos tudo.

— Pensei que não havia nenhuma regra sobre funcionários se envolverem — Pontuei, colocando minha mão sob a sua na minha garganta, a retirando de lá calmamente para tentar recuperar a concentração.

— E não há, mas isso é fora da empresa — Sorriu, deixando que a maldade passasse por cima dos seus lábios carmesim e meio borrados — Mas você fez questão de parar um elevador principal durante horário de trabalho para atacar outra funcionária, e isso sim é contra as regras, Swan.

— Quebrar as regras não parece ser um problema para você, pelo visto — Alfinetei, vendo seu sorriso abrir em concordância, lentamente — Mas se vou receber fama de "predadora" que ataca funcionárias, então vou fazer com que isso seja verdade.

Não esperei para escutar a risada fugindo da garganta da latina, prensando minha boca com a sua com certa brusquidão, borrando todo o batom que tentamos limpar, outra vez. Minhas mãos deslizaram pelo seu corpo, como uma cobra, serpenteando em meu toque até ter as duas contra seu cabelo, deixando um leve puxão ali, impondo um controle sob ela que não existia de verdade.

Regina não era dominada, e caso fosse... Bem, foi porquê ela quis. Mas a percepção desse fato valia igualmente sobre mim.

Aumentei a força do beijo, mesmo que continuasse lento e sinuoso, para então a prender contra a parede, sentindo raiva ao notar que ceder a ela poderia ser um perigo, mesmo que eu ainda tivesse controle sobre muitas coisas, mas seu corpo, sua boca e seu humor péssimo tão compatível como o meu era quase como um veneno viciante. Eu estava aprendendo a adorar o fato de morrer na sua boca sem ar, sucumbindo ao desejo como uma viciada.

Grunhi em puro ódio, soltando a latina ao puxar sua cabeça pelos fios sedosos e negros, deixando seu queixo empinado para mim, fazendo-me mordiscar até deixar vermelho. Seus olhos permaneciam fechados, parecendo gostar de cada movimento meu, aproveitando.

— Espero que você tenha um plano muito bom — Sussurrei séria, afastando-me de si ao apertar o botão fazendo todo o elevador voltar a funcionar — Pois não quero ser demitida.

Regina correu sua mão para o seu cabelo, tentando o ajeitar antes de limpar os lábios outra vez, retirando um batom da sua calça social, deixando sua boca tão demarcada como qualquer outro dia, mesmo que segundos atrás estivesse distribuindo beijos que não poderiam ser vistos por menores de idade. Revirei os olhos antes de também repetir seus atos, ajeitando minha aparência antes que o elevador parasse no térreo, fazendo com que nós duas nos encarássemos em consternação.

LETALIDADWhere stories live. Discover now