Obsessão

638 66 30
                                    

Emma Swan

Seria engraçado dizer que Regina passou a me evitar ou extremamente curioso o modo como a latina pareceu começar agir como se nada tivesse acontecido? Bom, pois foi isso que ocorreu. Os olhares da mulher ainda permaneciam me perseguindo com traços de desdém, mas sua palavra não era mais dirigida a mim se não fosse necessário, então tudo se resumia a trabalho. Entretanto, eu sabia que se a morena fosse minimamente parecida comigo a sua vingança estava vindo de forma mais planejada, onde sua provocação seria quase fatal.

Esperava ansiosamente pelos seus próximos passos que ditariam o ritmo da nossa dança em cima do jogo de tabuleiro que era essa situação toda.

Balancei a cabeça, estalando o pescoço com um som quase alto demais, tentando relaxar o corpo enquanto estendia uma perna por sob a mesa de centro da minha sala, segurando os papéis em minha mão com informações novos que Ruby conseguiu extrair.

O nome Henry Sinclair saltava nos documentos, fazendo-me percorrer com os olhos os detalhes mais evidentes de sua vida. Em sua ficha aportava pequenas informações, como o fato do mesmo ser órfão e bolsista em uma faculdade de arquitetura, o que não combinava com o fato de trabalhar como estagiário no departamento técnico de Victoria, fazendo-me franzir o cenho em confusão. Suspirei, voltando algumas páginas para analisar mais detalhes do jovem de vinte anos, notando como não havia nenhuma rede social ligada ao seu nome flutuando na Internet.

Coloquei os papéis de lado antes de pegar meu celular que estava jogado no sofá, apertando o contato já tão conhecido.

— Antes que reclame, o assunto é sobre trabalho e eu preciso ir a Midas daqui a pouco. — Falei, cortando qualquer possibilidade de Ruby exclamar aos quatro ventos o quanto estava cedo.

— Você é impossível, Swan... — Resmungou, rouca — O que você quer?

— Você conseguiu mais alguma informação dos dois nomes que te mandei? — Perguntei, capturando outro maço de folhas, sendo esse muito mais resumido — Não há quase nenhuma informação sobre essa garota aqui, quase como se ela não existisse.

Escutei o barulho de cobertor sendo movido, provavelmente pelos movimentos da hacker ao se espreguiçar em sua cama.

— Olha... — Bocejou — Consegui mais algumas coisas daquela tal de Margot e se me permite dizer, é meio estranho alguém da área de TI fazer aquilo.

— Como o quê?

— As principais redes sociais dela estão sem serem movimentadas a, pelo menos, um ano — "Mesma duração em que isso tudo começou" refleti — Mas acabei achando seu e-mail e ele estava ligado ligado a uma conta no Twitter e outra no Tumblr.

— Sim...? — Incentivei Ruby a continuar, ouvindo mais outro bocejo seu ecoando através do telefone.

— Parece que ela está sendo chantageada por alguém, não sei, mas tem alguma porção de Tweets dizendo sobre se sentir presa no trabalho em uma teia de aranha que ela não faz a mínima ideia de quem seja o predador, e convenhamos, isso é estranho pra caralho. — A morena exclamou, enquanto a ruga no meio da minha testa apenas aumentava — E no tumblr existem mais frases e textos, algumas coisas compartilhadas, mas apenas reforça a ideia do Twitter.

Recostei minha cabeça no estofado do sofá, analisando com mais cuidado as falas de Ruby, tentando criar uma ligação da menina com mais alguém da empresa, além de, claro, Kristin, que era sua mentora e parecia nutrir certo apreço pela mais nova.

— O que você quis dizer com ser meio estranho Margot ser TI e ainda sim você a achar pelo e-mail?

A morena riu do outro lado, um pouco mais animado que no momento em que a liguei.

LETALIDADDonde viven las historias. Descúbrelo ahora