Capítulo 40

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Encontrei meu alvo, um macho tão grande quanto Aerin, mas sem a marca no rosto, o golpeei com a adaga enquanto me se chocava contra ele. Ele estava voando rápido o suficiente para perder o equilíbrio e cair enquanto se esquivava do golpe.

No momento em que ele se deslocou alguns metros abaixo sem o equilíbrio das asas outro ressurgiu na mesma velocidade, golpeando com uma lança. Me abaixei, caindo alguns centímetros de altura, permitindo que ele acertasse meu escudo, permitindo que suas canelas ficassem expostas possibilitando que pudesse acerta-las com a adaga.

Maldito exercício de treino no ar. Se já era difícil lutar contra illyrianos, imaginar treinar com eles voando.

Ondulei e balancei contra o primeiro macho que havia perdido o equilíbrio, punhal contra punhal, enquanto o outro ainda urrava com o sangue escorrendo pelas canelas. Cada movimento cantou em perfeita harmonia com minha respiração; cada eixo de meu corpo, meus membros, era parte de uma sinfonia.

O macho balançou muito para frente em uma tentativa de acertar a base do punhal na minha cabeça, e eu vislumbrou sua abertura. Permiti seu golpe ir longe antes de bater o cotovelo em seu nariz. Osso encontrou osso com um estalo que ecoou pelo espaço de treino abaixo de nós, onde os outros machos nos observavam.

Pingos de sangue quente voaram acertando meu rosto enquanto o macho xingava perdendo altitude. Ele pousou com um grunhido e no mesmo instante o segundo macho já avançava sobre mim.

Cadê o espirito de equipe, pessoal?

Sem tempo para uma simples respirada.

Os músculos da minha costa já ardiam pelo esforço da luta em voo mais o peso da espada illyriana nas costas, o escuto no braço esquerdo e a adaga na mão direita.

Puxando o fôlego em uma exalação poderosa, ergui o escudo bem alto enquanto o macho abaixava a lança destinada à minha cabeça. Recebi o golpe, tentando ficar planada ao ar, empurrando o escudo para cima. Mas então o golpe de antes lhe serviu como uma ideia. Enquanto colocava minhas forças contra o escudo, o enorme macho largou o dele no ar e sacou uma adaga de caça enfiando na minha coxa.

Meu grito se perdeu no ar, e minhas se esgotaram.

O mínimo que abaixei o escudo foi o suficiente para ele ver uma abertura e acertar meu queixo com um perfeito gancho de direita.

E então a manhã fria desapareceu e tudo que eu via era um céu preto repleto de estrelas. E o zunido do vento cada vez mais forte enquanto eu perdia atitude.

Rápido demais.

Estava ciente que me encontrava em queda livre, mas não conseguia parar. Não conseguia abrir os olhos, não conseguia abrir organizar os pensamentos para ordenar que as asas ao menos me planassem ao ar.

A carne na minha coxa queimava. A adaga ainda estava enfiada no musculo fazendo a dor dez vezes pior. O rápido processo de cicatrização estava tentando funcionar, mas com o metal enfiado fazia com que os músculos se cortassem de novo e de novo no momento em que tentavam se curar.

O sangue corria rápido demais fazendo o barulho zunir em meus ouvidos.

Mais baixo.

Mais baixo.

Abri os olhos no momento em que as pontas dos pinheiros ficaram visíveis.

Uma dúzia de machos me observava cair do céu sem moverem um musculo para tentar parar.

Mais baixo.

E no último segundo consegui atravessar. O mundo se desfez e se fez de novo. E o meu novo mundo se resumia a lama e areia.

Corte de sombras e esperançaWhere stories live. Discover now