LIV.

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⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
Se eu pudesse, não
teria nem saído da
cama hoje
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── Nêmesis ── Valdez respondeu em voz alta o nome que rodeava nas minhas lembranças, das crianças que viviam no chalé 16 as quais geralmente participavam do caça-bandeira conosco, no time vermelho. ── A deusa da Vingança.

A dita cuja sorriu, apontando um dos dedos que não estavam ocupados com biscoitos da sorte para apontar Hazel.

── Vê? Ele se lembra de mim. ── O sorriso dela era frio e assustador. ── A garota também sabe quem sou. ── Ela fechou a mão direita rápido, quebrando o biscoito num som alto semelhante a ossos partindo. ── Você terá sorte. Puft. É isso que mais odeio,  Tique, aquela vagabunda de meia tigela, espera que me vire para começar a distribuir sortes e profecias felizes para todos que não merecem!

Os dentes cerrados e as feições de ódio da deusa continuavam idênticas à tia Victória, sendo fácil imaginar a própria com a exata expressão de agora. O Garoto em Chamas olhou para o monte de biscoitos quebrados.

── Uh... Você sabe que isso não são realmente profecias, certo? Eles apenas colocam nos biscoitos em alguma fabrica. ── explicou, gesticulando nervosamente.

── Essas são desculpas. ── Rosnou, raivosa como um cão de rinha, ou quem sabe um galo de briga? Tanto faz. ── Tique semeia as ideias assim, conquista pessoas desse jeito. Não permito. Não permito isso ── Nêmesis sacudiu o dedo sobre o papel e as letras mudaram para vermelho. ── Você vai morrer dolorosamente quando menos esperar. Isso! Muito melhor.

É, espero que ninguém mostre o horóscopo para essa maluca. Posso até imaginar as coisas: Leão, você vai descobrir uma grande traição no amor e ser atropelado por um caminhão na volta do seu trabalho, suas cores do dia são amarelo fluorescente e verde musgo, o número de sorte 666. Daí para baixo.

── Isso é horrível! ── exclamou a garota ao meu lado. ── Você vai deixar alguém ler isso no biscoito da sorte e depois permitir que se torne realidade?

Nota mental: nunca, em hipótese nenhuma, comprar biscoitos da sorte. Da forma como as coisas andam ultimamente, vou ser uma das premiadas com essa profecia mortal. E de profecias mortais eu já estou cheia.

── Minha doce Hazel, nunca quis que nada de ruim acontecesse com aqueles que a trataram mal? ── a menina negou, os cachinhos balançando com o movimento. ── Bah. ── A Maluca da Motoquinha selou o biscoito e o jogou em uma cesta. ── Tique seria sua Fortuna, eu suponho, sendo romana. Como os outros ela está horrível agora. Eu? Eu não fui afetada. Eu sou chamada Nêmesis em grego e romano. Eu não mudo, porque a vingança é universal.

Ui, ui. Engoli com dificuldades o comentário que, sem dúvidas, me renderia um bilhetinho de morte dolorosa e danação eterna.

Ares e Marte urraram como dois touros de tourada, emputecidos em um nível estranho. Provavelmente ao lembrar dos joguinhos estranhos que a mamãe deles fez, colocando não só os mortais como os deuses em perigo ── viram como é bom se ferrar um pouco? ──. Os ignorei, da maneira que estava ficando muito talentosa.

─ Então, senhora Sou a Universal. ── certo, talvez não tenha engolido tão bem assim o comentário. ── Que tal explicar melhor o motivo da sua diviníssima visita, hum? Suponho que não seja só para nos dar bilhetinhos da sorte.

Ouvi outro estralinho dos biscoitos quebrando, minha barriga roncando em uníssono ── palavra difícil usada com sucesso, yeah! ──.

── Respondendo sua pergunta, Leo Valdez, os deuses estão em péssimo estado. Isso sempre acontece quando uma guerra civil esta se formando entre Romanos e gregos. Os olimpianos estão divididos entre suas duas naturezas, chamados por ambos os lados. Eles se tornam bastante esquizofrênicos, eu temo. Fortes dores de cabeça. Desorientação.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora