XXII.

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A casa do Batman e os
sanduíches de frango
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Eu estava certa em pensar que essa casa pertencia a algum milionário totalmente pirado.

De alguma forma, o ferreiro mirim conseguia sentir todas as inúmeras armadilhas postas no terre. E acredite, não eram poucas! Tinha absolutamente tudo, mais raios lasers, armadilhas para urso muito bem camufladas no chão, dispersores de gás tóxico, a campainha explosiva e os pregos venenosos que apareciam quando alguém pisava neles. Por sorte, Leo conseguia saber onde cada uma ficava escondida e desarma-las antes que qualquer um de nós acabasse mortinho.

Quando chegamos frente a porta, apreensivos e imaginando qual invenção demoníaca teríamos de enfrentar, o Garoto em Chamas apenas franziu o senho e soltou minha mão — sequer havia percebido o tanto de tempo que passamos com as mãos entrelaçadas, nem que ele não soltara nossos dedos enquanto desarmava as armadilhas.

— Você é incrível, cara. — disse Jason, na tentativa dele de animar o latino.

A Bonitinha e eu nos entreolhamos, ambas percebendo que aquela não foi a melhor das opções de consolo. Dory era uma lástima consolando as pessoas e isso ficou claro numa única frase. Fazer o quê, algum defeito o loirinho bonito precisava ter.

— Sim, incrível. — o mesmo tom depreciativo estava ali, pingando nas duas palavras. — Não consegui consertar bem um dragão, mas sou incrível.

Pelo nosso próprio bem, torci para que o assunto acabasse ali. Obviamente isso não aconteceu. Aliás, nada tem acontecido como quero na última semana. Quando perdi o controle da minha vida mesmo?

— Mas não foi sua… — Numa segundo já saia do lado do moreno e segurava firme o braço musculoso, diga de passagem, do filhote de trovão. Talvez assim ele entendesse o recado para ficar caladinho e não insistir no assunto.

— Porta destrancada. — resmungou o outro, mudando de assunto tão rápido quanto possível.

— Todas as armadilhas… e a porta destrancada? — a voz descrente da McLean soou baixa.

— A porta destrancada pode ser uma armadilha por si só. Seja lá quem for o psicopata dono desse lugar, com certeza não pensou que alguém passaria pelo quintal. — resmunguei sem tanto humor.

O Piloto de Dragão — ou seria ex-piloto? — entrou sem pensar muito. Piper puxou Jason, e sussurrou sobre não empurrar o Valdez em assuntos delicados por agora. E, num sinal de que as palavras entraram num ouvido e saíram noutro, ele resolveu falar sobre o pai da garota. O pai citado por Medeia, aquele que deveria estar numa fria. Assim como fez a fogueira ambulante, a filha de Afrodite deixou Dory sozinho e apressou um pouco mais o passo.

— Ei! — enlacei meu braço no dele outra vez, obrigando o garoto a andar no mesmo ritmo que eu. — Você precisa ter calma com eles, os dois sabem que podem contar conosco, mas não vão dizer nada se forem pressionados.

— Nós somos uma equipe, deveríamos resolver as coisas juntos. — Rebateu. Concordei com um manear de cabeça, sentindo meu cabelo amarrado escorregar do penteado simples.

Falando em cabelo, eu realmente preciso de um banho decente. Do jeito que estamos, não seria incomum se alguém pensasse que dormiamos em meio ao lixo.

Sim, eu definitivamente sou uma patricinha decadente.

Mas, voltando ao assunto em questão…

— As vezes, a única forma de resolver nossos problemas é sozinhos. Vamos ficar por perto e apoiar, o máximo que podemos fazer agora é mostrar que, independente das coisas, estamos aqui por eles dois. — ele me observava de maneira estranha, como quem vê pela primeira vez alguém.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora