XXXIX.

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Leiam as notas finais, por favor.




⊱⋅ ──────────── ⋅⊰
Minha irmã sonha com
maneiras agonizantes
de me matar.
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Fato 1 sobre minhas aulas de ginástica: uma das primeiras coisas que aprendi, foram quais as melhores ── e piores ── maneiras de cair. Meu primeiro treinador vivia repetindo para minha versão de quatro ou cinco anos que cair de bunda era mil vezes melhor que cair de joelhos. Descobri o quanto esses ensinamentos eram valiosos nas lutas com Clarisse.

Obrigada, Senhor Larsoon, por suas infinitas provas de sabedoria.

Perdi a conta de quantas vezes fui desarmada, derrubada, socada e espetada pela maldita lança ── graças aos céus que ela não ligou aquela porcaria elétrica ── na última semana. Já conseguia citar cada rachadura de olhos fechados e sabia onde ficava cada desnível no chão.

Tudo bem, não vou dizer que as aulas eram totalmente inúteis e eu não havia aprendido nada. Definitivamente aprendi. Antes a Poderosa Chefona me derrubava em trinta segundos, agora cheguei na gloriosa marca de quarenta e cinco. Isso é uma vitória a ser comemorada, confesso.

Tem também os treinos com Dory a tarde, mas convenhamos que o Loirinho é um professor muito mais fácil de conviver. Ele simplesmente me explica as coisas, e então demonstra com calma. Clarisse não, ela me demonstra em mim e só quando já estou estirada na área de treinamento ela diz o nome do golpe.

── Por quais motivos eu perderia meu tempo explicando quando posso simplesmente fazer? A pratica é o melhor dos ensinamentos. ── ela dizia, numa mistura de remungo com rosnado impaciente. ── Agora levanta, idota.

── Pra você me derrubar outra vez? ── nessa hora ela me mostra o olhar "vou te matar de uma forma lenta e agonizante, sua patricinha de merda" e eu levanto, porquê ainda tenho um tiquinho de noção. ── Não podemos terminar por hoje? Já bati tanto com a minha bunda no chão que daqui a pouco cavo um buraco até o tártaro. Vaaaamos, diz que sim!

Clarisse apenas suspirou, olhando para os céus e parecendo pedir paciência. Não deu certo. Ela acenou na minha direção, indicando que deixasse as armas caídas e voltasse para o centro do ringue improvisado.

── Espero que ainda lembre como manter a base. ── eu lembrava, para a minha sorte.

Então, voltamos à nossa rotina: Clarisse atacava, eu defendia, ela abria uma brecha na defesa me deixando atacar, então me derrubava quando cometia o primeiro erro.

Cassian assistia os treinos, como sempre. Aquele pirralho parecia não ter nada melhor para fazer que presenciar a irmã mais velha limpando o chão com outra das suas irmãs. Vez ou outra a criaturinha gritava um incentivo ── suponho que ele seja o único filhote de Rambo a gostar realmente de mim. ──, sendo calado pela Poderosa Chefona, que dizia ser má hora para conversas.

Finalmente, quando não sentia mais os musculos e tinha a certeza de estar tão roxa quanto uma berinjela madura ── ou num cosplay estranho de Thanos ── a morena me dispensava para o resto das aulas normais. Porque, obviamente, ainda teria de tentar montar em pégassos ── Eles me odeiam. Na verdade a maioria dos cavalos me odeiam ──, ter aulas de esgrima com um campista qualquer ── Até que não me saio tão mal nessa aula, consigo desarmar crianças de até treze anos ── e tentar atirar com arco e flecha ── nesse o desastre é completo, só gosto da aula por Theia, a garota simpática de Apolo.

── Onde vamos agora, Vê? ── a saltitante criatura ao meu lado perguntou, os cabelos escuros saltando com os movimentos do garoto.

Isso é mais uma das coisas de LaRue.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora