VI.

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𝐬𝐞 𝐞𝐮 𝐬𝐨𝐮𝐛𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐪𝐮𝐞 
𝐞𝐫𝐚 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐧𝐞𝐦 𝐯𝐢𝐧𝐡𝐚
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O caos se instaurou no acampamento quando Annabeth começou a procurar seu namorado e não o encontrou, Percy tomou chá de sumiço, literalmente evaporou sem deixar nenhum rastro. Isso foi suficiente para deixar a maioria em pânico, todos ainda tinham a tal guerra contra Cronos viva na memória.

Descobri que a horda de pais ausentes não mandou nenhum sinal de fumaça no último mês, aparentemente isso é incomum até para eles e existem teorias estranhas correndo. Os filhos de Ares comentavam sobre sentirem coisas estranhas e tenho de concordar com meus irmãozinhos, algo dentro de mim se revira de forma estranha, quase afoita, a mesma sensação de quando ia me apresentar e sentia ansiedade.

Segundo os mais experientes do chalé, isso significa uma única coisa: guerra.

Até o céu azul parecia agourento, o ditado “calmaria antes da tempestade” nunca fez tanto sentido para mim. Ninguém sorria verdadeiramente, nuvens negras pareciam pairar sobre cada pessoa.

— Levanta, patricinha. Vamos logo! Deixe de moleza. — essa é Clarisse, minha adorável irmã.

Sentiram o sarcasmo?

Por algum motivo desconhecido acabei dormindo mais que o comum, geralmente sou eu quem acorda primeiro. Como consequência, a fila para usar o banheiro estava enorme e demoraria para acabar.

— Hora da limpeza. — gemi em desagrado, um garotinho de mais ou menos oito anos estendeu uma vassoura para mim sorrindo banguela. Provavelmente perdeu o dente numa luta.

Peguei-a na mão começando a varrer, não me impressionou ver a quantidade de sujeira no chão, as criaturas desse lugar parecem desconhecer um objeto extremamente importante: o lixeiro. No fim, sobraram apenas eu e Clarisse arrumando a própria cama. Definitivamente dormi mais do que devia.

A garota ficou em completo silêncio, nem o rock clássico tocando alto deixava tudo menos constrangedor para mim, até porque ela parecia super confortável dessa maneira. Ontem, depois de escolher minhas armas, Annabeth sugeriu que pedisse ajuda à algum dos meus irmãos, mesmo com as aulas diárias do acampamento ela sugeriu treinos extras. Pediria ajuda dela caso toda a maluquice de Percy não estivesse ocupando-a tanto.

O que me resta agora? Isso ai! Treinar com um filho de Ares.

A realidade foi que nenhum deles pareceu gosta muito de mim, os mais velhos me achavam mimada e os mais novos diziam que eu era estranha. Isso, claro, sem mencionar o estúpido Alexander. Aquela besta acéfala tomou como missão transformar minha estadia aqui num completo inferno. Colocou os pés na minha frente para tropeçar, jogou as coisas que tenho no chão, disse que sou inútil e destrambelhada, entre outras coisas dignas de vilões dos filmes adolescentes.

Aliás, quem usa destrambelhada como xingamento hoje em dia?

Ontem a noite aconteceu o estopim, veja bem, nunca levei pro coração as coisas faladas de mim, — e acreditem, tia Victoria toma como objetivo de vida comentar sobre todos meus defeitos. — agora existe uma linha tênue que nunca deve ser ultrapassada, e quando ele comentou sobre Judith… Ah. Quem ele pensa ser? A única com direito de falar dela sou eu!

No instante que ele disse aos amigos igualmente imbecis “Stella é incapaz de fazer o próprio trabalho, se não fosse Quíron, aquelas duas aberraçõezinhas teriam morrido ali mesmo.” Fiquei com mais raiva do que considerava humanamente possível, sem conseguir segurar minha maldita impulsividade, gritei algo sobre Alexander ser um imbecil apenas para compensar o tamanho diminuto do que deveria estar dentro das suas calças.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde as histórias ganham vida. Descobre agora