Brisigamen

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Antes de sequer completarmos um passo ouvimos uma risada ecoando por todo gramado chegar sombriamente até nós. Não era uma risada louca ou de escárnio, ou uma risada vitoriosa e desdenhosa, e exatamente por não poder ser descrita que era horripilante.

Não foi difícil entender o que aconteceu.

Quando Kurama a jogou para longe da Bifrost, Hela caiu no gramado interno da Torre e acho certo supor que com os ataques do Sasuke e da Kurama ela levou um tempo até conseguir distinguir as coisas ao seu redor, como por exemplo, seu irmão pendurado já sem vida na torre de vigia dos muros.

-Tome - lhe entreguei a glaive de jade - Fique vivo, não importa o que.

Itachi a segurou com a destra e as pedras de jade se acenderam iguais à lava condensada oscilando entre vermelho intenso e preto profundo. Ele me olhou com uma sobrancelha erguida enquanto caminhávamos juntos.

-Eu coloquei um pouco da minha energia aí, vou dividir um pouco com Sasuke e juntos podemos fazer alguma coisa.

Ele assentiu e continuamos avançando até a beirada da torre. Paramos ao lado do Gaara que observava tudo atentamente.

Hela já tinha parado de rir e agora novamente sobre o controle de suas emoções, a energia negra ao seu redor parecia mais robusta do que jamais presenciamos, a opressão vinda dela forçou até meus pais a largarem suas armas e se ajoelharem.

Ao redor da deusa, os cadáveres derrotados no caminho até aqui estavam mais fortes, conscientes e violentos avançando contra Sasuke e Kurama impiedosamente. Quando me viu, Hela fechou sua expressão ao mesmo tempo que tentava controlar o sorriso odioso.

-Você! Eu odeio você!

Hela cortou o ar em direção aos meus pais e uma legião de cadáveres partiram para cima deles. Meu pai só teve tempo de abraçar minha mãe para lhe proteger quando um escudo fluido e diáfano apareceu na frente deles. Todos os cadáveres que tentaram o ultrapassar queimaram ou foram esmagados, alguns foram cortados por foices de vento. Itachi condensou os elementos da natureza num escudo etéreo, fazendo juz ao clã dos deuses de Vanir.

Eu aproveitei a distração que Itachi criou para segurar Gaara com meu braço esquerdo e pular até onde meus pais estavam. A admiração nos olhos dos meus pais estava repleta de devoção e precisei chacoalhar seus ombros para eles voltarem a atenção para a realidade.

-Vocês precisam sair daqui, agora!

Minha mãe sempre foi muito boa em lidar com situações difíceis, sua reação sempre é no momento certo e nessa hora ela não decepcionou. Com a ajuda de Gaara, ela ficou de pé pronta para sair. Meu pai por outro lado continuou ajoelhado olhando para o escudo límpido.

-Minato? - Mamãe o chamou no mesmo tempo que eu toquei o seu ombro - Pai?

O azul dos seus olhos, sempre claros como o céu de um dia de verão estavam nublados, perdidos. Seus braços sempre fortes e confiáveis tremeram ao me abraçar.

-Pai? O senhor precisa voltar agora - Falei devagar, para que ele tivesse tempo de entender minhas palavras.

-Você tem que voltar, entendeu? - Ele apertou meus ombros ao ponto de dor - Entendeu?

-Pai...

-Não me interessa que tipo de acordo você fez, você tem que prometer voltar.

Ele falou baixo o bastante para que somente eu ouvisse e a tormenta dentro de mim se intensificou. Retribuindo o abraço, usei o mesmo tom para me despedir dele.

RavenmasterWhere stories live. Discover now