VI. Night in the forest

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A detenção ocorreria na noite seguinte, marcada para às onze em ponto.

De volta ao dormitório, os gêmeos garantiram que Draco havia ficado — e permaneceria — de boca fechada sobre o dragão Norberto. Nada que uma discussão amigável, duas varinhas apontadas para sua cara e expressões raivosas de um Black não resolvessem. Além de o obrigar a jurar por sua família, algo que os puro-sangues levavam muito a sério.

Mas é claro que eles ficariam de olho para garantir que ele cumpriria o que disse.

Na noite seguinte, o zelador, Sr. Filtch, levou-os até Hagrid para cumprirem sua detenção. O meio gigante estava na entrada da floresta, parecendo meio cabisbaixo. Filtch resmungava sobre como as punições para os alunos não eram mais como antigamente, coisa que as crianças agradeciam imensamente por não ser mais assim.

Hagrid estava triste porque haviam conversado com ele de manhã e dito que não poderia ficar com Norberto. Rony tentou consolá-lo, dizendo que o irmão dele na Romênia cuidava muito bem de dragões e que o pequeno dragão poderia viver bem por lá, e já enviou uma carta pedindo para que ficasse com o animal.

— Você precisa entrar na floresta com a cabeça no lugar, melhora essa cara — Filtch resmungou.

— Na floresta? É sério? Mas alunos não possuem permissão para entrar na Floresta Proibida — Malfoy contestou.

— Detenções são um caso especial, garoto. Irão ajudar Hagrid em um trabalho.

— Eu não vou entrar lá. E se meu pai souber disso…

— Será que você consegue fazer qualquer coisa sem falar no seu pai? — Harry indagou retoricamente com a voz irritadiça. — É pior que o meu primo Duda.

— Está com medo, Malfoy? — zoou Rony, mesmo que ele próprio estivesse com certo medo.

— Claro que não! — exclamou indignado. Contudo, todos viram ele engolir em seco ao olhar para a floresta. — M-mas dizem que é perigoso e tem todo tipo de criatura lá, tem até… Lobisomens!

Enquanto um uivo era ouvido ao longe, os gêmeos abaixaram o olhar e encolheram os ombros. Imediatamente eles se lembraram do pai, e de como ele sofria durante toda lua cheia com as transformações. Infelizmente, a maioria das pessoas não entendiam o quanto isso podia ser doloroso e apenas temiam e julgavam pessoas como Lupin.

Eles olharam para a lua brilhante no céu. Como esperavam, lua cheia. Naquele momento, Remus certamente estaria na forma lupina, sem sequer lembrar de quem é, completamente insano.

Nunca gostaram de noites de lua cheia.

— Hey, está tudo bem? — Harry aproximou-se preocupado ao ver os garotos avoados e pensativos, com olhos tristes de repente. Não era normal vê-los assim.

Mal sabia que era assim que ficavam todos os meses em noites como aquela desde que começaram a entender o que se passava com o pai.

— Está sim.

— Só nos distraímos — desconversou Therion e forçou um sorriso fraco. — Vamos?

— Fiquem perto de mim — ordenou Hagrid.

Ele foi na frente e os seis seguiram-no logo atrás, cada um com uma lanterna em sua mão para iluminar o caminho. Adentraram a floresta escura e seguiram por um trilha, atentos a tudo ao redor. Qualquer barulho mínimo assustava as crianças facilmente.

Hagrid ergueu a lanterna no alto, possibilitando uma visão ainda melhor do caminho a frente. Ele sentia algo de muito errado no lugar.

Ao avançarem mais alguns passos, encontraram uma poça de um líquido brilhante e prateado. 

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