XLIV. Keeping secrets

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— Eu não vou deixar obliviarem ele!

Canopus encarava Remus seriamente. Elliot estava no sofá junto a Harry, encolhido e abraçando as pernas, devidamente cuidado e com curativos.

Após os dois serem cuidados, Lupin puxou o filho com calma para um canto. O garoto foi bastante relutante, não querendo sair de perto do namorado. Therion e Sirius se juntaram a eles na conversa, que logo deixou Canis alterado.

— Ele te viu usar magia, Canis.

— Não!

— Você conhece a lei bruxa. Além de usar magia fora da escola, você usou na frente de um trouxa e contra trouxas.

— Que é meu namorado, quando estávamos sendo atacados pelos ditos trouxas. Tirando a azaração, eu não fiz por querer… Não exatamente.

— Apenas familiares podem saber. Você precisaria estar casado para que ele pudesse ter ciência do mundo bruxo.

— Na verdade, a lei diz familiares ou relação amorosa, não necessariamente uma relação conjugal legalizada — Sirius murmurou. Remus olhou-o arqueando a sobrancelha. — Tinha livros de Direito em Magia na biblioteca do Largo Grimmauld. Existem muitas brechas na legislação bruxa.

— Mas ainda é provável que o Ministério vá obliviar ele, de qualquer forma.

Se descobrirem o que aconteceu — Therion falou. — Não somos os únicos bruxos do vilarejo. O rastreador não saberia dizer que foi o Canis quem usou magia, nem que eu usei.

— Se descobrirem que três trouxas foram atacados, eles vão investigar. O Ministério tem muitas falhas, mas eles já estão na cola de vocês, sabem que qualquer coisa que acontecer vão desconfiar de nós primeiro. Quando se trata de seus interesses... Eles costumam agir bem rápido.

Os gêmeos bufaram e cruzaram os braços. Por mais que quisessem negar, sabiam que Remus estava certo.

Lupin aproximou-se de Canopus e segurou seu rosto. O garoto tentou virar a cabeça para não olhá-lo, emburrado, mas Remus o fez encará-lo.

— Se o Ministério vier sabendo o que houve e fazer uma intimação, vai ser melhor se Elliot não se lembrar que te viu usar magia.

— Pai, não.

— O Ministério vai obliviar ele de qualquer jeito, e você sabe que nem sempre eles são cautelosos e gentis.

— Por favor… Não apague a memória dele.

— Eu adoraria fazer ele esquecer tudo o que aconteceu ontem, mas aqueles outros garotos não vão. Alterar demais a memória é perigoso. Então só vou mexer na parte que ele te viu usar magia, está bem?

Os olhos de Canopus ficaram marejados. Não queria ninguém mexendo na cabeça de Elliot, por mais que não quisesse trazê-lo para seus problemas do mundo bruxo.

Ele era uma ligação com seu lado trouxa. Um lado diferente de sua vida que o ajudava a esquecer os problemas. Não queria estragar isso, mas também não queria usar uma magia tão invasiva.

— Você sabe que é o melhor, Canis.

— E se revirarem a memória daqueles idiotas?

— Vamos encontrar uma boa defesa. Você teve motivos e sua magia não estava sob controle — Remus disse calmamente. — Vamos cuidar disso. Eu juro que não vou deixar fazerem qualquer coisa com vocês, está bem? Você estava se defendendo, apenas, e vou mostrar isso ao Ministério como for preciso.

Canopus ficou em silêncio por alguns segundos, e então balançou a cabeça. Remus beijou sua testa e voltou para Elliot, que olhou-o atentamente.

— Eu preciso fazer uma coisa, Elliot. Prometo que não vai te machucar, está bem?

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