X. The beginning of nightmares

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O Expresso de Hogwarts estava pronto para levar os alunos para a escola de magia e bruxaria mais uma vez. Crianças e jovens lotavam as cabines do trem à medida que a hora da partida se aproximava.

Remus e os gêmeos Black foram praticamente os primeiros a chegarem e se acomodarem num dos últimos vagões. Os três encontravam-se exaustos e quase desmaiando de sono.

Naquele dia, Harry foi acompanhado dos Weasley para a estação. Depois de ouvir um aviso nada agradável de Arthur, estava ansioso para encontrar os irmãos Black e contar a eles o que havia descoberto. Não era uma notícia agradável, talvez nem tão reconfortante também, mas precisava dizer a eles e seus outros amigos.

Acenou para Arthur e Molly junto de Rony e Hermione pela janela, antes de buscar uma cabine vazia. Estavam todas lotadas, infelizmente, e Potter também não viu sinal dos Black.

— Vamos para o final do vagão, talvez tenha uma cabine livre — Hermione sugeriu.

O trio caminhou até lá e encontraram espaço na última cabine. Para a felicidade de Harry, era onde estavam os gêmeos, junto do pai. Contudo, tanto os garotos quanto o homem estavam caídos de sono e não demonstraram qualquer reação com sua chegada de tão apagados.

Remus estava escorado ao lado da janela, coberto por um casaco surrado e remendado. Canopus estava logo ao lado, agarrado a ele com a cabeça em seu ombro; e Therion vinha deitado no colo do irmão, que passava um braço sobre ele, coberto por um casaco assim como o pai. Os três pareciam estar num sono pesado e que não acordariam tão cedo.

Harry lembrou-se das olheiras que Therion carregava dois dias atrás, no Beco Diagonal, e imaginou que ele também não tivesse dormido muito bem nas últimas duas noites. Aparentemente, o pai e o irmão também não.

— Quem é o cara com os irmãos Black? — Rony perguntou baixinho.

— Prof. Lupin — respondeu Hermione.

— Como sabe? — Harry perguntou, confuso. Apenas ele conhecia Remus.

A garota apontou para o bagageiro, onde havia uma mala. Ali havia escrito Prof. R.J. Lupin.

— É o pai adotivo deles — Potter respondeu num sussurro. — Ele é nosso novo professor de DCAT. Não façam barulho.

Os três adentraram a cabine com cuidado e sentaram-se logo à frente dos três dorminhocos. Fizeram o mínimo de barulho possível, e Harry quem fechou a porta. Falaram em tom baixo, quase sussurrando, para não acordá-los, por insistência de Potter, que a todo momento olhava para ver se faziam menção de acordar.

Em um momento da viagem, Canopus se remexeu e pensaram que ele acordaria, mas o garoto apenas ajeitou sua posição e afundou ainda mais o rosto no ombro do pai enquanto o abraçava. Ele ressonava baixinho, encolhido contra Lupin. Seu irmão estava da mesma maneira com a cabeça em seu colo, dormindo profundamente.

Harry estava certo, eles não tiveram noites bem dormidas ultimamente. Quando chegaram ao trem, acabaram pegando no sono em pouquíssimo tempo.

Lupin mal dormia pensando nas aulas que iria lecionar e no perigo iminente de Sirius não atender seu pedido de não se aproximar dos meninos e voltar a encontrá-los. E a preocupação de pai com o que tanto tirava o sono dos filhos apenas fazia ele dormir menos ainda.

Os gêmeos vinham tendo pesadelos constantes, todas as noites. Quando não estavam lendo sobre animagia escondidos, mal pregavam os olhos antes de voltar a acordar completamente assustados. A razão de seus sonhos era mais que óbvia.

Saber que Sirius conseguiu se aproximar tanto deles sem que percebessem os apavorou. Frequentemente sonhavam com o enorme cão preto atacando a eles ou ao pai, ou o que mais temiam: a pessoa que tanto estampava as capas de jornais arrastando-os para longe de Remus. Eles temiam muito mais serem tirados do pai adotivo do que realmente atacados pelo biológico. Sirius pode não ter dado a entender que atacaria quando apareceu em sua forma animaga, mas nenhum dos três confiava inteiramente em suas ações.

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