XXVII. Carry on

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Caso gostem de ler com uma musiquinha, recomendo ler o cap com Dynasty – MIIA 🤭

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Remus não esperava voltar para aquela casa algum dia. Nos últimos 15 anos, ele estava decidido a manter distância daquele bairro para evitar todas as lembranças que lhe trazia de Sirius e de todo o tempo que viveram juntos.

Agora ali estava ele, parado em frente a casa, hoje abandonada, sendo banhado pela chuva enquanto segurava firmemente sua mala em uma mão e a embalagem para viagem de um restaurante trouxa em outra. Esteve semanas caminhando sem rumo, pulando entre pousadas sem um teto para morar ou um trabalho para garantir o seu sustento e dos filhos.

Seu alívio era saber que Therion e Canopus estariam bem com seu pai, seguros e muito bem protegidos em uma casa, com camas para dormir, comida na mesa e onde ele não poderia machucá-los.

Remus ainda se culpava e tinha pesadelos à noite pelo que havia acontecido. A imagem de seu filho completamente ferido, banhado em sangue, sabendo que ele havia feito aquilo, o aterrorizava.

Um longo suspiro deixou seus lábios, e ele adentrou a casa, ultrapassando as barreiras de proteção que ele mesmo havia ajudado a colocar anos atrás. Estavam reforçadas e com novos feitiços para escondê-la, mas sabia como entrar.

Fechou a porta atrás de si após pisar no assoalho de madeira depois de tanto tempo. Seus olhos percorreram todo o cômodo, enquanto uma imensa nostalgia tomava conta.

Os móveis estavam velhos e um pouco empoeirados e havia teias de aranha no teto, mas ainda estava da mesma forma que ele se lembrava. O mesmo lugar onde ele um dia pensou que poderia ser feliz com quem amava e formar uma família; seria o lar de sua dinastia, como Sirius costumava dizer.

Remus quase podia ver Sirius na poltrona próximo a lareira ninando um bebê sonolento nos braços enquanto uma música calma tocava na vitrola; ou brincando com os gêmeos no tapete, rodeado de brinquedos bruxos e trouxas. Se lembrava com clareza do dia que Canopus voou direto para dentro da lareira com a vassoura de brinquedo que ganhou de James no aniversário de 1 ano.

Aquela casa trazia muitas lembranças.

Remus colocou a mala no chão e pegou sua varinha, usando lumus para iluminar o local e olhando ao redor em alerta. Aquela casa deveria estar abandonada, mas sabia que havia alguém ali.

Sirius? — chamou relutante, apertando a varinha com força.

Ele avistou uma sombra no corredor escuro que levava ao escritório, a qual começou a se aproximar e vir em sua direção. A sombra foi adentrando a área iluminada e olhos azuis-acinzentados brilharam ao vê-lo ali.

O homem estava ali vestido em uma calça jeans surrada e uma blusa do Queens, os cabelos escuros caindo por suas costas. Ele exibiu um largo sorriso, e Lupin suspirou aliviado, sentindo-se ainda mais nostálgico.

— Oi, Moony.

— Oi, Padfoot — respondeu.

Remus sorriu fraco e avançou até ele, abraçando-o com força. Não disse mais nada, apenas mergulhou no calor de poder sentir Sirius consigo de novo e ver que ele estava bem.

Black retribuiu o abraço, apertando-o com força contra si e enterrando o rosto em seu pescoço. Ele aspirou o perfume de Lupin, sentindo-se um tanto inebriado. Sentiu muita falta perfume de Remus.

Quando se afastaram, Sirius segurou o rosto de Remus entre ambas as mãos, vendo as lágrimas brilharem nos olhos castanho-esverdeados, enquanto seus próprios olhos ficavam marejados.

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